No espaço e um mês os direitos individuais das mulheres ganharam proteção contra a agressão dos políticos bizantinos eleitos pela superstição organizada. Pode uma coisa dessas?
Fazia pouco tempo os políticos revogaram as leis contra camisinha, diafragma e a pílula anticoncepcional. Até a legalização do divórcio ainda era novidade. Nenhum desses partidos faz questão de lembrar as mulheres dessas antigas intromissões descabidas na vida dos outros.
Cem anos atrás, os partidos democrata e republicano--na época muito influenciados por comunistas e fanáticos de outras religiões--aprovaram a Lei de Comstock. Essa lei proibia "inclusive, toda droga ou medicamento, ou artigo que, independente da sua natureza, seja para prevenir a concepção..." e proibia ainda a venda, circulação--até tirar anúncio ou publicar panfletos informativos era vedado pela censura prévia imposta pelo autoritarismo que à época infiltrava o governo americano. Não se falava nisso, dura lex, sed lex.
Leia no original...
Uma mulher, Margaret Sanger, ousou discordar dessa tirania num panfleto. Ela disse que "Não há como duvidar de que há situações em que o aborto se justifica, mas ele se torna desnecessário se tomadas providências para prevenir a concepção" e foi presa. O tribunal superior amputou a censura prévia daquela antiga lei, mas ainda se prendia farmacêutico por vender diafragmas na década de 1930.
Leia o original, carimbado "radicalismo" pela censura de 1917...
Em novembro de 1972 político da bancada mística ainda proibia o aborto em alguns estados dos EUA. Em janeiro de 1973 quase todo desse poder coercitivo sumiu. Como assim? Por que tamanha mudança?
Acontece que naquele ano de 1972 o Partido Libertário lançou Tonie Nathan como candidata a vice-presidente. Sobre o tema proibido do aborto o partido no seu programa propôs:
“Também apoiamos a revogação das leis que restringem o controle voluntário da natalidade, ou a interrupção voluntária da gravidez durante seus primeiros cem dias.”
Um mês e meio depois de contado aquele único voto eleitoral da Virgínia, representando 0,01% dos votos eleitorais da nação, o Supremo Tribunal colocou na primeira parte da sua decisão na causa registrada como Roe v. Wade:
"(a) para a primeira etapa até aproximadamente o final do primeiro trimestre, cabe ao discernimento do médico que atende a gestante a decisão quanto ao aborto e a sua efetivação."
"O primeiro trimestre" pode variar entre 88% e 93% dos 100 dias citados no programa do Partido Libertário. Isso não deixa de ser "aproximadamente" uma cópia fiel da recomendação do partido libertário na sua proposta de governo. Resultado: esta mudança nas leis do país ocorreu em função de 5 milésimos de um ponto percentual do voto popular, pois apenas 6 dos 50 estados americanos permitiram o voto pelos candidatos libertários.
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Blog americano... Libertariantranslator dotcom
Roger MacBride votou em Tonie Nathan e John Hospers, do Partido Libertário
Para comparar, os políticos da corrente saqueadora fingem que só eles podem mudar as leis, com 50% do voto mais um. Essa derrubada das leis de aborto ocorreu com 0,0047% do voto como se fossem 50%. Isso equivale, em termos de poder legiferante, a mais de dez mil vezes o efeito de um voto gasto em partido grande e antiético. Se aqueles 3674 votos fossem desperdiçados nos partidos da cleptocracia saqueadora, as mulheres nos EUA (e Canadá) não teriam isonomia nos direitos individuais.
Imagine o seu voto com dez mil vezes o poder legiferante. Com isso você está imaginando poder votar pelo programa do Partido Libertário, como fazem os cidadãos de mais de 22 países. Esse poder está nas mãos de todo eleitor nos países que possuem partido libertário. Imigrante brasileiro que obteve cidadania nos EUA pode votar ou ser candidato do partido libertário e melhorar as leis com toda essa alavancagem.
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