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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Criminalização e CRISES ECONÔMICAS

 

PROIBIR O CONSUMO EMPOBRECE E MATA

Já se fala na conexão causal entre a criminalização e o aumento do crime, mas não no nexo causal entre a repressão proibicionista e a inflação, colapso das bolsas, recessões e desemprego. Aliás, só se susurrava à boca miúda dessas coisas em 1991, quando a inflação no Brasil estava a 11% por mês e o livro do Mark Thornton, CRIMINALIZAÇÃO: Análise econômica da proibição das drogas foi publicado em inglês.(link) Mal dá para acreditar que existe versão brasileira deste livro que tanto berra sobre tudo quanto é efeito dessa coação menos as diversas crises e duas guerras mundiais deslanchadas pelo proibicionismo coercitivo a mão armada. Mas, talvez porisso mesmo, existe.(link) Neste livro o economista declara:  

As políticas que abrem mão do liberalismo, tais como a proibição repressionista, interromperam as tendências da redução na criminalidade a longo prazo. Consta que o crime aumentou, tornando-se mais violento quando vigorava a lei dos 60 litros em Massachusetts, durante a Lei Seca federal e a partir do final da década de 1960, quando a cobrança das leis proibindo entorpecentes e maconha se tornou rigorosa. Foi provado ainda que o crime diminuia nas épocas em que não havia dessas proibições, muito embora aumentava o consumo de drogas per capita. Ademais, a teoria de que a proibição provoca crimes foi confirmada pelas observações de Johnson e seus colegas. (Tradução minha e do DeepL)

Procure onde quiser na literatura sobre economia política das correntes comunistas, do caudilhismo clero-fascista, dos americanos que enxergam tudo menos essa causalidade ou mesmo do nacionalsocialismo alemão que reagiu contra os excessos intervencionistas do governo do Herbert Hoover, que--mediante a Liga das Nações--tanto provocou e aborreceu a Alemanha e o Japão desde junho e julho de 1931. É como se existisse uma espécie de entente cordiale nas editoras, para tapar menção de nexo entre o proibicionismo violento e as crises econômicas inflacionárias, de contrações de liquidez, de colapsos mobiliários e até mesmo ressentimentos bélicos.

O aumento da inflação no Brasil já serve como exemplo relevante de como este fenômeno repetido não surgiu do nada e nem da noite pro dia. Em 1986 a inflação anual do Brasil pulou dos "meros" 27% ou 21% das décadas anteriores para 62%. Acontece que o governo reeleito do Ronald Reagan nada tinha a temer e prosseguia a cobrar vingança da juventude rebelde contra a qual digladiava quando governador da Califórnia. Reagan assinou em 1967 a lei estadual para proibir o LSD, apesar de este não ser entorpecente ou tóxico e não gerar dependência. Este produto de fabricação difícil sumiu, substituido por cocaína  que apesar de tóxica não gera dependência. O preço de tudo o que é proibido aumenta em 300% a 400% e dólares entravam na América Latina, de onde originava este produto primitivo. Enquanto isso, alguns países absorvidos pelo comunismo jorravam LSD justamente para minar a ditadura soviética. Essa cura interferia com os mercados de entorpecentes e os boêmios psicodélicos Tchecos não morriam de amores pelo comunismo. Pelo contrário, procuravam derrubá-lo. Em 1979 os soviéticos invadiram o Afeganistão, a inflação nos EUA girava em torno do 13% a.a. e políticos perceberam que cocaína importada substituíra o LSD made in USA. Perceberam e se juntaram com policiais para formar quadrilhas e aproveitar desses 400% de lucro sem cobrança de impostos. Consta que muitos desses funcionários foram pegos. 

Funcionários dos EUA condenados, 1970-1988. A fonte é o Departamento da Justiça em relatório ao congresso das atividades e operações da Seção de integridade pública, de 1988, pág 29

Outra coisa que deu na vista a respeito dessa época (tirando o Crash de 1987) foi o aumento nos envenenamentos por entorpecentes nada psicodélicos ao passo que a coação armada fazia sumir as populares alternativas não-tóxicas e que não escravizam as pessoas. 

Dados do Deptº de Saúde de New York City, 1988, omitindo 1923 a 1949.

Eis que a imposição coercivita, além da multiplicação do preço de venda, gera também ressentimento por parte de quem é dono do nariz e se vê coagido por fanáticos estrangeiros. Como na Ásia e Europa das décadas de 1920 e 1930, nasceu vultoso mercado paralelo e burro seria o apregoador comunista que não aproveitasse desta situação de dinheiro fácil e ressentimento prefabricado contra Nixon, Ford e Reagan. Já, os americanos--dominados pelo mesmo partido que fez para a cerveja pena de 5 anos de prisão--contra-atacaram, infiltrando toda a América do Sul.  A ONU em fevereiro de 1980 instruiu a todos os governos do planeta que lançassem confiscos de todo e qualquer ativo financeiro relacionado ao "tráfico." É disso que resultaram os Crashes de 1980, 1982, 1987 e a que deu na hiperinflação do Brasil no tempo do Sarney, que examinaremos no próximo capítulo. 

Leitura de lavagem cerebral: Red Cocaine, Cocaína Vermelha, supostamente por Joseph D. Douglass Jr. (link) Eu coleciono livros de propaganda nacionalsocialista, comunista, antinuclear, do KKK, e de várias outras crendices. No caso em tela, lembra o aviso do HL Mencken: É difícil acreditar que um homem esteja dizendo a verdade, quando você sabe muito bem que mentiria se estivesse no lugar dele. O autor foi pago para fazer propaganda de ódio que instiga atos violentos. Mesmo se entendesse que tudo o que acredita é mentira e tudo o que faz aumenta o perigo mortal e provoca crises financeiras e até guerras, não teria como voltar atrás e confessar que estava errado ou mentiu. Entre 1840 e 1975, nenhum partido político americano admitiu erro, e desde então se ocorreu, não vi. O livro é do mesmo nível que O Livro Sagrado de Adolf Hitler de James Larratt Battersby, mencionado por George Orwell. (link) Duvida? Pois veja: (link) Nunca imaginei que tamanha besteira teria seguidores no Brasil. Mas Mencken também tinha dizeres para tais coisas: "O tipo de homem que quer que o governo adote e faça cobrar obediência às suas ideias é do tipo cujas ideias são bestas." "Quando se ouve um homem falar do seu amor por seu país, podem saber que ele espera ser pago por isso."

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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Causas das recessões pós-1973

 


Esse é o mesmo gráfico mostrando desemprego e recessões

1973-74: A bolsa estava em alta no início de 1973, quando o Partido Libertário, pró-direitos individuais da mulher e contra o alistamento forçado, obteve um voto eleitoral. As mulheres grávidas tornaram-se indivíduos, os EUA foram embora do Vietnã, e o desemprego caiu para os níveis de 1960. Os arrombadores que Nixon mandou para o Hotel Watergate dominaram as notícias até meados de outubro. De repente um banco de Bruxelas foi investigado por estranhas transacções de câmbio com bancos alemães.(link) A média do Dow Jones de Nova Iorque caiu de 1000 para cerca de 600. A bolsa Alemanha caiu de 800 para 550. A da França foi de 100 para menos de 50. Londres caiu de 500 para 175. A Itália fez ziguezagues varridos, dando prejuízo. A Holanda caiu de 170 para menos de 100. A Austrália caiu de 650 para 75. O Canadá desceu de 220 para menos de 150. O Japão despencou dos 410 para 275. Hong Kong a 1000, subiu para 1800, depois caiu para cerca de 220. Porquê tudo isso? 

Em 22 de janeiro de 1973--no mesmo dia em que o Supremo Tribunal votou 7 a 2 que a mulher tinha direito constitucional ao aborto, a 25ª sessão da Comissão de Entorpecentes se reuniu em Genebra até o dia 9 de fevereiro de 1973.(link) Cumpre lembrar que a recessão de 1969-1970 com desemprego acentuado - coincidiu com a Operação Intercepção de Nixon, que deu origem à Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas assinada em Viena, Áustria, em 21 de fevereiro de 1971. No gráfico acima, mirabile dictu, em fins de outubro de 1973 tem início outra recessão, repetindo a novela de 1929 e da Alemanha em 1931. Neste meio tempo, as irregularidades financeiras da campanha e os gatunos que invadiram a sede dos democratas esgarçaram o governo Nixon, que negava a existência das irregularidades. Nixon, acuado, demitiu-se sendo perdoado por Ford por todos e quaisquer crimes, delitos e traição em 8 de setembro de 1974... mas o proibicionismo mortífero que deixou, feito cão vadio, à porta dos EUA, ficou, gerando desemprego, inflação estagnação... Mais adiante olharemos as enxaquecas financeiras dos anos 80, inclusive o Crash de 1987. 


O desemprego aumentou sob o peso de novas e mortíferas proibições impostas a nível mundial por meganhas armados. Ford e o seu odiável vice Dole levaram corridão dos eleitores e o desemprego diminuiu durante o governo Jimmy Carter. 

Leitura:  INTERNATIONAL NARCOTICS CONTROL de L.E.S. EISENLOHR, Arno Press, NY, 1981. É livro de propaganda altamente tendencioso que abre com o estabelecimento do Comité Consultivo do Ópio da Liga das Nações e relata o seu trabalho, planos bizarros e blefes, controle monopolista, instituição e funcionamento do Conselho Central Permanente do Ópio, com vários capítulos sobre como a coação letal controlaria a produção. Tudo isto tapa totalmente o fato de que a Convenção de Haia sobre o Ópio, organizada para apaziguar a China Qing, virara arma na guerra dos cartéis, deslanchando a Primeira Grande Guerra. Os americanos queriam incluir a cerveja, o vinho e destilados, mas não se atreviam para não saírem corridos a batatadas. Daí envidaram esforços para proibir a coca sul-americana - coisa muito parecida com o café. Só que, os euro-asiáticos aproveitaram essa burocracia - financiada em grande parte pelo fanático eixo Herbert Hoover-Harry Anslinger - para escorar a sua batalha para proibir o cânhamo, folha nada tóxica que nem forma dependência, justamente para tornar o ópio mais caro e rentável. A verdade nem sempre é bonita. Procure nos sebos. O DeepL ajudou nessa versão. 

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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Politicas de imigração americana

 

Agora é outro carnaval...

Nos labirintos da internet descobri uma publicação que orienta os políticos americanos sobre a atual conjuntura das leis de imigração. Trata-se do Serviço de Pesquisas Congressionais, que no caso compilou um panorama enciclopédico sobre o disputadíssimo assunto de imigração logo após a eleição deste mês. Quem ler esse relatório terá na ponta dos dedos a conjuntura migratória atual dos EUA. (link) É claro que as 50 folhas estão em inglês, mas quem baixa o PDF e converter em texto pode experimentar o tradutor online DeepL da Alemanha, que funciona sté que bem.(link) O que salta aos olhos nesse gráfico é a queda súbita nos tetos (traços azuis) e nos refugiados admitidos aos EUA (cinza) em 2017. Os 4 milhões de votos libertários dados por democratas insatisfeitos ao Gary Johnson elegeram por acidente o Trump. Sua posse em 2017 cortou o teto para admissão de refugiados, quadro que se reverteu após mais 17 estados pararem de assaltar e balear jovens por casa de folhas. Os Democratas ganharam popularidade e votos, só que procuraram importar homens-bomba e outras populações nada populares. Agora os trumpistas têm como repetir a dose--e prometeram exatamente isso.  


Quem não é tradutor acha ali e em documentos afins (link) gráficos relevantes sobre as diásporas de migrantes que ocorrem em função da exportação de leis suicidas e fanáticas que destroem as economias dos vizinhos menos bélicos. Supra se vê o decaimento da diáspora dos brasileiros que fugiam do colapso econômico provocado pelas leis de Reagan-Bush e outros em 1986-87. Lembra da hiperinflação de 1992? Bush Pai foi despedido e Clinton freiou os hunos que estrangulavam o hemisfério sul.

As leis que 1986 que fizeram Crash em 1987 assolaram as economias da América do Sul, e logo se deu a famosa Diáspora dos brasileiros. Leis semelhantes fizeram o Crash de 1929 cuja recessão congelou as migrações trouxe a guerra. 

Vários estados americanos adotaram soluções libertárias, liberalizando se afastar da bebida e tabagismo sem penalidade. Ainda garantem o direito individual de cada mulher de controlar a sua reprodução. Isso abrandou bastante o possível impacto de um governo de caudilhos de Deus disposto a provocar novo estrago econômico proibicionista. Bom mesmo seria tirar da legislação brasileira as leis nixonianas que subsidiam 32 partidos saqueadores. Igualmente sadio seria revogar as que obrigam o povo a votar forçado como na Austrália. Há toda uma série de gráficos nesses relatórios que, para o bom entendedor, revelam os segredos do pai de Hamlet. "Far-te-iam uma narrativa que encheria de terror a tua alma, gelaria o teu sangue, os olhos quais estrelas brilhantes sairiam das suas órbitas, seus cachos penteados se arrepiariam, ficando cada fio espetado como as cerdas do ouriço espantado!"

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domingo, 3 de novembro de 2024

CAUSAS DAS RECESSÕES

 

Gráfico da taxa de desemprego e não de valores mobiliários

A ONU substituiu a Liga como organizadora global da proibição em 1945, após a guerra do ópio que os historiógrafos obedientemente chamam de 2ª Guerra Mundial. Nisso havia lógica da mesma forma que a transferência da proibição de folhas de plantas de Haia para a Liga – mediante o Tratado de Versalhes – tinha lógica. Afinal, esse esforço inicial havia impressionado a China para que largasse de boicotar os produtos americanos. Só que também provocou duas Guerras dos Bálcãs e a Primeira Guerra Mundial, pois os espertos do Comitê Consultivo do Ópio manejavam o Tratado de Versalhes e a Convenção antiópio de Genebra como cajado para colocar os concorrentes, como a Alemanha e a maconha, em desvantagem. 

Poucos perceberam a ligação entre as oscilações financeiras de 1927, 1928, 1929 e as ondas de pânico bancário que varreram os EUA desde o imposto de renda virar arma contra os males gêmeos do álcool e das drogas. No entanto, o setor de bebidas alcoólicas dos Estados Unidos e o crescente comércio de drogas, que passou a ocupar nichos do mercado do álcool desde 1920, sentiram essa causalidade na carne. A pior das crises de mercado de 1929 ocorreu quando o Comitê Consultivo do Ópio entregou sua recomendação para que a Liga organizasse uma repressão global à produção não apenas de narcóticos viciantes, mas de qualquer folha, galho, videira, chá, cacto ou fungo capaz de induzir qualquer tipo de prazer. Isso ocorreu na primeira semana de setembro de 1929, e os mercados nunca mais se recuperaram até a guerra estourar novamente em 1939.

Com o imposto de renda do Al Capone nos jornais, e campanhas torquemadistas tocadas pelo chefão antidroga Harry Anslinger, nomeado em 1931, os EUA e a Liga prejudicaram o setor farmacêutico da Alemanha, derrubando o castelo de cartas mediante qual conseguia pagar reparações de guerra aos Aliados. O setor químico da Alemanha reagiu financiando o truculento e xenófobo Partido Nacional Socialista. No mesmo ano, os proibicionistas do presidente Herbert Hoover zelosamente destruiram o sistema bancário dos EUA e foram enxotados do poder executivo logo após a ascensão de Hitler na Alemanha. Por mais duas décadas nenhum republicano se elegeria presidente!

Logo após a guerra de costume, em 1949, os proibicionistas renovaram sua promessa de taxar tudo de entorpecente e proibir no mundo inteiro. Essa promessa foi renovada em 1958, de modo que março de 1961 trouxe a convenção proibicionista global “única” com pauta e calendário. Com o JFK fora da reta, Nixon deu arrocho na repressão em 1969 e o resultado foi uma recessão com desemprego, pois o confisco de bens virou arma para tanto em 1971. Depois veio o tropicalismo “Psicotrópico”, daí a Guerra às Drogas e logo a seguir, silenciosa ação em março de 1972 de revisitar as promessas de 1961 de repressão a granel—acrescentando retroativamente um prazo de 15 anos... ou seja, de até 1986!

Reagan naquele mesmo ano reavivou o proibicionismo global e militarizado, deslanchando o Crash de 1987 seguido da invasão do Panamá, hiperinflação e miséria por toda a América Latina. Bush Filho hasteou a bandeira suntuária incentivando os policiais a praticarem o confisco de bens baseado na fé, saqueando casas inteiras, muitas delas transformadas em estufas de bagulho. De repente o Crash dos derivativos lastreados em títulos hipotecários de 2008 faz com que Obama fosse eleito em plena recessão. Durante oito anos os coletivistas raciais remoíam a presença do moreno na Casa Branca. Em 2016, Gary Johnson, o libertário, conseguiu embaralhar com 4 milhões de votos os resultados em 13 Estados portadores de 127 votos eleitorais. Com isso, acidentalmente elevou Trump ao executivo. Haveria alguma verdade nisso? Aparece nos registros? As recessões resultarim das leis que criminalizam a produção e o comércio? Façamos o cotejo. 

30DEZ1949: O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, na resolução 689 J (XXVI), de 28 de julho de 1958, decidiu convocar, de acordo com o artigo 62, parágrafo 4, da Carta das Nações Unidas, cumprindo as disposições da resolução 366 (IV) da Assembleia Geral, de 3 de dezembro de 1949, uma conferência plenipotenciária para a adoção de uma convenção única sobre entorpecentes. Setenta e três países foram atraídos para esta teia. Dez anos mais tarde, o plano amadurecia com a hierarquia firmemente estabelecida. Observe o início do desemprego em nível de recessão no gráfico acima.

28JUL1959: O Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, nos termos da resolução 689 J (XXVI) de 28 de julho de 1958, decidiu convocar, de acordo com o artigo 62, parágrafo 4 da Carta das Nações Unidas e segundo as disposições da resolução 366 (IV) da Assembleia Geral de 3 de dezembro de 1949, uma conferência plenipotenciária para a adoção de uma convenção única sobre entorpecentes. A resolução de dezembro de 1949 foi o pano de fundo para isso, coincidindo com o desemprego em nível de recessão no gráfico acima.

30MAR1961: ...e o termo “Convenção Única sobre Entorpecentes” significa a Convenção Única sobre Entorpecentes assinada em Nova York, Nova York, em 30 de março de 1961. Recomenda que as Partes: 1. Cumpre ter em mente que o vício em drogas resulta muitas vezes da atmosfera social insalubre na qual vivem as pessoas mais expostas ao perigo das drogas; 2. Cumpre fazer tudo no sentido de combater a disseminação do uso ilícito de drogas; Nixon foi derrotado e essa versão não continha nenhum prazo de 25 anos para a promulgação de proibições mundiais em 1986. No entanto, a recessão no gráfico acima indica que alguém tinha um mau pressentimento sobre todo esse proibicionismo.

21SET1969: A Operação Intercept foi uma medida antidrogas adotada pelo presidente Richard Nixon - vigorando de 21 de setembro a 11 de outubro de 1969 - que resultou no engarrafamento das estradas pela fronteira entre o México e os Estados Unidos. Observe a estreita relação com a recessão de 1969-70 no gráfico acima, bem antes do chamado “Choque Nixon”.

27OUT1970: [Para acompanhar o H.R. 1658] Julho de 1999 (link)
A Lei Geral da Prevenção e Repressão das Drogas de 27 de outubro de 1970 fez do confisco civil uma arma na guerra contra as drogas. Aqui também, observe a barra de recessão unida à data da violência desta lei de 1969 no gráfico acima.

21FEV1971: (31) O termo “Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas” significa a Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas assinada em Viena, Áustria, em 21 de fevereiro de 1971. Poucos americanos sabiam desse movimento de pinça. Muitas quedas e recessões ocorrem quando os investidores percebem que algo de ruim está prestes a acontecer. 17 DE JUNHO DE 1971 foi quando Nixon anunciou a “Guerra às Drogas”. Observe a longa barra de recessão logo em seguida no gráfico acima.

06MAR1972-24MAR1972: A Conferência das Nações Unidas para considerar emendas à Convenção Única sobre Entorpecentes, de 1961, reuniu-se no Escritório das Nações Unidas em Genebra. Noventa e sete países compareceram, torcendo para que suas economias fossem desestabilizadas por saqueadores e confisco de bens liderados pelos Estados Unidos, na sua paranoia sobre coisas que em 1905 eram liberados sem problema nenhum. Nessa convenção, o original de 1961 foi retroativamente modificado para inserir no Artigo 14 um prazo de 25 anos para a proibição internacional de tudo o que pudesse ser proibido, o que significava 30 de março de 1986--mais ou menos na época em que Nancy e Ronald Reagan se desdobraram na torcida proibicionista do Diga Não, testes obrigatórios, multas a funcionários federais e invasão de outros países para confiscar bens e queimar plantações. (O original em inglês foi apagado da Internet. Achei versão em português num livro brasileiro).
Reparando no que havia acontecido, qualquer um vê que uma longa recessão se instalou antes de 1974 com elevados níveis de desemprego até 2010. O desemprego nunca voltou aos níveis de 1969 antes de o Obama e seu secretário do Tesouro deixarem os cargos.

Siliga, pois vamos examinar mais coincidências entre o proibicionismo xiíta e as evoluções que aparecem nesse mesmo gráfico de desemprego ao longo do tempo. Quando Reagan mandava meganhas para rastelar o continente, deu baita onda de inflação e hiperinflação. E quando invadiram o Panamá... bem... isso veremos mais adiante. O tradutor online Deep L da Alemanha me ajudou bastante a traduzir o acima da minha versão americana da mesma matéria.(link)

Torno a recomendar para leitura A MOEDA E A LEI.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O Crash nos jornais de 1929

 

A avestruz é o público otário com a goela entalada de tanto comer propaganda de lei seca, politicagem, e dívidas da Primeira Guerra. O político de cartola está admirado de ver bicho que consegue engolir cada vez mais propaganda (link)

Tudo isso ainda dava notícia em 1929. Os europeus procuravam dar calote em uns 20 bilhões de dólares-ouro que pegaram emprestados dos EUA na guerra. Os EUA transferiram para a Liga das Nações a cobrança de leis antidroga que provocaram a Primeira grande guerra, isso mediante o Tratado de Versalhes--que os EUA nem ratificaram! A lei seca abalava o comércio americano com confiscos, pena de reclusão e má-vontade do povo que, em 2 de março de 1929, viu nova lei do Jones aprovar pena de dois anos por uma caixa de cerveja! Essa mania fora importada da China que em 1905 fez boicote e pressionou o Tio Sam para policiar o mundo proibindo as dormideiras. Os europeus investiam dinheiro nas bolsas dos EUA, só que isso foi abalado em maio de 1927 quando o governo proibicionista passou a cobrar IR em lucros de bebida e droga. Naquele mês de maio de 1927 as bolsas europeias entraram em queda. Os investidores em 1929, por sinal, ainda se recordavam dos abalos do pós-guerra.

Os participantes daquela guerra, não por acaso, eram produtores de ópio e refinadores de morfina e outros derivados. A Alemanha derrotada se via cercada pelos seus vitoriosos concorrentes farmacêuticos cobrando reparações de guerra, valores que ela saldava mediante exportações ilegais, inclusive para os EUA. Os EUA aprovaram nova lei de Jones proibindo opiáceos em maio de 1922 e a economia alemã cambaleou.  Os alemães reagiram às cobranças de reparações com a hiperinflação da moeda que começou em junho de 1922--um mês após a lei Jones-Miller--e ficou absurda em 1923. 

De repente, em 1929, os chineses pagavam cinco anos de adesão à Liga em atraso para terem representante na Comitiva Orientadora sobre Ópio. Esta comitiva fazia planos para que a Liga das Nações policiasse o mundo para limitar a produção e tornar os opiáceos mais caros ainda. Plano para a limitação da produção mundial--até de produtos que não formam dependência--foi dado em fevereiro para entrega no plenário da Liga agendado para 2 de setembro de 1929. Os jornais brasileiros daquela semana diziam

28agosto1929: Os alemães anunciam o fracasso da conferência das reparações. (Cobravam deles USD 29 bilhões ouro)
A campanha italiana contra a maffia. ... Mais 43 membros da mafia foram condemnados a penas até très annos e 168 foram absolvidos. 39 outros estão aguardando julgamento com ações de menor importância. (Blitz contra mafiosos ocorriam antes de cada crise econômica)
30 agosto1929: Acordo entre Alemanha e cinco potências sobre pontos dos quais dependeriam aprovação do Plano Young. (cobrando 121B de marcos ouro)
Conferência das Reparações... novas concessões feitas pela Alemanha (de braço torcido)
1setembro1929: Realizou-se hontem Sessão plenária da Conferência Política das Reparações na Haia.

A bolsa de valores dos EUA parou de aumentar e começou a cair no dia 2 de setembro de 1929Esta foi a data da reunião da Liga das Nações a quem cabia controlar os opiáceos--e que ainda se arrogava a fiscalização de produtos nada escravizantes--depois de faturar à Alemanha os 29 bilhões de dólares.

Cada onça de ouro valia USD 20.67, logo, os 29 bilhões a serem cobrados da Alemanha valiam quase 44 toneladas de ouro que hoje custariam quase 20 trilhões de reais. Tudo isso seria cobrado até o ano 1987! Os europeus, já desconfiantes da lei seca xiíta americana, começaram a liquidar títulos e sacar o seu dinheiro dos EUA. Ao mesmo tempo, a lei seca, agora multiplicada com 5 anos de reclusão e incidência de IR, fez com que os empreendedores americanos da cerveja e destilados também tirassem o seu dinheiro dos bancos. Juntos, esses dois efeitos secaram a liquidez do sistema financeiro americano. 

Nenhuma "explicação" da desvalorização dos títulos americanos de 1929, das contrações bancárias de 1930 a 1933 nos EUA menciona o fato de que a Primeira Grande Guerra, tal como as guerras do ópio  entre a China e o Reino Unido (1839 e 1856), fora uma reação contra a legislação proibicionista. Se fosse possível mentir sobre as guerras do ópio, sem dúvida seria dado um jeito de inventar lorota dizendo que resultariam do assassinato de algum figurão. Humberto Spolador e Pedro de Mello construíram uma pirâmide de palpites no sentido de que as crises resultavam da falta de intervenção coercitiva na economia. Nem Friedman e Schwartz enxergaram o óbvio e evidente fato de que leis que proíbem a produção e o comércio, destroem a economia--fato frisado pelo Adam Smith. Em A Revolta de Atlas a filósofa Ayn Rand--que presenciou a crise de 1929--sugeriu uma emenda constitucional: "vedada a legislação que coíba a liberdade da produção e do comércio." 

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