quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Redada em NY, MAMONAS e Mariachi Ei Ay

 

Eis o substituto mexicano dos Mamonas Assassinas. 

Já, na realidade, a coisa nem foge tanto desse figurino. O noticiário mexicano informa. (link

E interessante que os repórteres falam de caçada aos imigrantes. Se fosse assim os coletes dos meganhas diriam ICE, DHS, BP e tal. Só que na reportagem pinta apenas ATF, polícia repressionista que cobra imposto de bebida, cigarro e arma de fogo e mata congregantes em Waco. Aparece DEA, os meganhas que batem nos hippies e moreninhos por causa de outras plantas, e HSI. Agora sim. Essa tropa é uma sub-burocracia agregada ao Departamento de Segurança do Solo Pátrio, como se antes faltava burocracia. E finalmente, temos os mariachis Ei Ay. 

É rir pra num chorar. 

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terça-feira, 28 de janeiro de 2025

O AVIÃO TÁ FEIO

 

A versão Trump do regime Nixon-Ford-Ceausescu-Reagan-Bush² agora usa aviões militares para fretar deportados. Assim já conhecem o caminho para novas Grenadas, Panamás, e Repúblicas Dominicanas.

Eu já estourei prazo de visto. Estava no Pantanal a meio kilômetro da aldeia dos Xavantes, sem rádio e sem notícia das terras civilizadas. Feliz por não estar no Vietnã, nem me dava conta de que era estrangeiro, pois só morara nos EUA fazia um ano. Fui multado, tive que renovar visto brasileiro e levei bronca por ser tão desligado das preocupações govenamentais. Voltei pros USA, mas quando o Nixon foi eleito, fui embora pro Canadá. Lá é frio. De lá voltei pro Brasil. Quando Nixon saiu voltei e estudei lá fora. Trabalhei na facudade, pela Embaixada do Brasil e nos foros e tribunais como tradutor e intérprete freelancer. Até hoje pego esse tipo de trabalho. 

Acontece que quem cai na mão da migra tem duas opções verdadeiras. O réu pode se ralar pra pagar advogado, ser mandado embora assim mesmo e acabar fichado como deportado. OU, na segunda hipótese, conseguir passagem de volta pro Brasil. Essa opção é mais em conta, tem resultado previsível e quem faz não é fichado como deportado com 10 anos de impedimento dos EUA. Dá pra se formar no Brasil, pedir visto e zarpar de novo.

Quem tem ente querido na mão deles deve considerar um fato. Todo juiz começou como estudante de direito, depois advogado--tudo isso antes de ganhar toga. Há tendência nesses tipos de fraternidade de puxar à brasa a sardinha dos companheiros da corporação. E o réu que pede retirada voluntária, compra passagem e embarca, faz pouco no sentido de pagar a raspagem das cracas do casco do iate de advogado da migra. Talve porisso mesmo acenam mais com listas de advogados e ONGs do que com instruções sobre a saída voluntária. Leia aqui as instruções, pois são eles e não eu, que dão as orientações jurídicas em inglês.(link) O programa alemão DeepL ajuda a traduzir esse juridiquês. 

Quem não tem como comprar passagem pode aceitar a carona do governo e se dedicar aos estudos na terrinha. Afinal, para quem tem diploma de engenharia, física, química, matemática ou qualquer campo relevante à produção industrial ou defesa, há vistos de trabalho e bolsas de estudo lá fora. E universidade paga pelos contribuintes é uma grande vantagem para quem se matricula. Quando eu estudava engenharia a matrícula custava na casa dos 20 USD por semana. Hoje a semana de faculdade custa mais que o semestre de 16 semanas naquela época. E o custo de vida é bem mais baixo no Brasil. 

Leitura: Ser Estrangeiro, de João Paulo Charleaux. Não li. A patroa tradutora leu e doou para alguém, dizendo que não era ruim nem lá grande coisa. 

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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Criminalização e CRISES ECONÔMICAS

 

PROIBIR O CONSUMO EMPOBRECE E MATA

Já se fala na conexão causal entre a criminalização e o aumento do crime, mas não no nexo causal entre a repressão proibicionista e a inflação, colapso das bolsas, recessões e desemprego. Aliás, só se susurrava à boca miúda dessas coisas em 1991, quando a inflação no Brasil estava a 11% por mês e o livro do Mark Thornton, CRIMINALIZAÇÃO: Análise econômica da proibição das drogas foi publicado em inglês.(link) Mal dá para acreditar que existe versão brasileira deste livro que tanto berra sobre tudo quanto é efeito dessa coação menos as diversas crises e duas guerras mundiais deslanchadas pelo proibicionismo coercitivo a mão armada. Mas, talvez porisso mesmo, existe.(link) Neste livro o economista declara:  

As políticas que abrem mão do liberalismo, tais como a proibição repressionista, interromperam as tendências da redução na criminalidade a longo prazo. Consta que o crime aumentou, tornando-se mais violento quando vigorava a lei dos 60 litros em Massachusetts, durante a Lei Seca federal e a partir do final da década de 1960, quando a cobrança das leis proibindo entorpecentes e maconha se tornou rigorosa. Foi provado ainda que o crime diminuia nas épocas em que não havia dessas proibições, muito embora aumentava o consumo de drogas per capita. Ademais, a teoria de que a proibição provoca crimes foi confirmada pelas observações de Johnson e seus colegas. (Tradução minha e do DeepL)

Procure onde quiser na literatura sobre economia política das correntes comunistas, do caudilhismo clero-fascista, dos americanos que enxergam tudo menos essa causalidade ou mesmo do nacionalsocialismo alemão que reagiu contra os excessos intervencionistas do governo do Herbert Hoover, que--mediante a Liga das Nações--tanto provocou e aborreceu a Alemanha e o Japão desde junho e julho de 1931. É como se existisse uma espécie de entente cordiale nas editoras, para tapar menção de nexo entre o proibicionismo violento e as crises econômicas inflacionárias, de contrações de liquidez, de colapsos mobiliários e até mesmo ressentimentos bélicos.

O aumento da inflação no Brasil já serve como exemplo relevante de como este fenômeno repetido não surgiu do nada e nem da noite pro dia. Em 1986 a inflação anual do Brasil pulou dos "meros" 27% ou 21% das décadas anteriores para 62%. Acontece que o governo reeleito do Ronald Reagan nada tinha a temer e prosseguia a cobrar vingança da juventude rebelde contra a qual digladiava quando governador da Califórnia. Reagan assinou em 1967 a lei estadual para proibir o LSD, apesar de este não ser entorpecente ou tóxico e não gerar dependência. Este produto de fabricação difícil sumiu, substituido por cocaína  que apesar de tóxica não gera dependência. O preço de tudo o que é proibido aumenta em 300% a 400% e dólares entravam na América Latina, de onde originava este produto primitivo. Enquanto isso, alguns países absorvidos pelo comunismo jorravam LSD justamente para minar a ditadura soviética. Essa cura interferia com os mercados de entorpecentes e os boêmios psicodélicos Tchecos não morriam de amores pelo comunismo. Pelo contrário, procuravam derrubá-lo. Em 1979 os soviéticos invadiram o Afeganistão, a inflação nos EUA girava em torno do 13% a.a. e políticos perceberam que cocaína importada substituíra o LSD made in USA. Perceberam e se juntaram com policiais para formar quadrilhas e aproveitar desses 400% de lucro sem cobrança de impostos. Consta que muitos desses funcionários foram pegos. 

Funcionários dos EUA condenados, 1970-1988. A fonte é o Departamento da Justiça em relatório ao congresso das atividades e operações da Seção de integridade pública, de 1988, pág 29

Outra coisa que deu na vista a respeito dessa época (tirando o Crash de 1987) foi o aumento nos envenenamentos por entorpecentes nada psicodélicos ao passo que a coação armada fazia sumir as populares alternativas não-tóxicas e que não escravizam as pessoas. 

Dados do Deptº de Saúde de New York City, 1988, omitindo 1923 a 1949.

Eis que a imposição coercivita, além da multiplicação do preço de venda, gera também ressentimento por parte de quem é dono do nariz e se vê coagido por fanáticos estrangeiros. Como na Ásia e Europa das décadas de 1920 e 1930, nasceu vultoso mercado paralelo e burro seria o apregoador comunista que não aproveitasse desta situação de dinheiro fácil e ressentimento prefabricado contra Nixon, Ford e Reagan. Já, os americanos--dominados pelo mesmo partido que fez para a cerveja pena de 5 anos de prisão--contra-atacaram, infiltrando toda a América do Sul.  A ONU em fevereiro de 1980 instruiu a todos os governos do planeta que lançassem confiscos de todo e qualquer ativo financeiro relacionado ao "tráfico." É disso que resultaram os Crashes de 1980, 1982, 1987 e a que deu na hiperinflação do Brasil no tempo do Sarney, que examinaremos no próximo capítulo. 

Leitura de lavagem cerebral: Red Cocaine, Cocaína Vermelha, supostamente por Joseph D. Douglass Jr. (link) Eu coleciono livros de propaganda nacionalsocialista, comunista, antinuclear, do KKK, e de várias outras crendices. No caso em tela, lembra o aviso do HL Mencken: É difícil acreditar que um homem esteja dizendo a verdade, quando você sabe muito bem que mentiria se estivesse no lugar dele. O autor foi pago para fazer propaganda de ódio que instiga atos violentos. Mesmo se entendesse que tudo o que acredita é mentira e tudo o que faz aumenta o perigo mortal e provoca crises financeiras e até guerras, não teria como voltar atrás e confessar que estava errado ou mentiu. Entre 1840 e 1975, nenhum partido político americano admitiu erro, e desde então se ocorreu, não vi. O livro é do mesmo nível que O Livro Sagrado de Adolf Hitler de James Larratt Battersby, mencionado por George Orwell. (link) Duvida? Pois veja: (link) Nunca imaginei que tamanha besteira teria seguidores no Brasil. Mas Mencken também tinha dizeres para tais coisas: "O tipo de homem que quer que o governo adote e faça cobrar obediência às suas ideias é do tipo cujas ideias são bestas." "Quando se ouve um homem falar do seu amor por seu país, podem saber que ele espera ser pago por isso."

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