Litros confiscados. Fonte: The Prohibition Experiment in Finland, Wuorinen, John Henry, 1931 p. 107
A notícia de que policiais faziam serão extra como guarda-costas, chofer, acompanhante e ama-seca de políticos e outros bandidos abastados no Brasil parece jornal velho das décadas de 1920 a 1934 nos EUA. Duas emendas anti-libertárias impuseram o imposto de renda--antigo artigo 2º do Manifesto Comunista de 1848, e a lei seca federal.
Juntas, essas emendas coercitivas destruíram a liberdade, logo, a economia. Mas a lei que enriquecia os cartéis da glucose e do fermento, enriquecia também os produtores da cerveja artesanal.
Terry Druggan, "Mr Cartola" para os mais chegados, foi empreendedor, dono de uma grande fazenda e de uma cervejaria que ainda atendia a turma do barril. É claro que foi preso inúmeras vezes. Na cadeia, Druggan e seu cupincha Frankie Lake agiam como se num hotel. Viviam saindo de carro e pernoitando num dos apartamentos mais chiques da cidade, na vila dos milionários. Finalmente, em outubro de 1925 o juiz federal James H. Wilkerson bateu o martelo determinando a prisão do xerife Peter M. Hoffman na mesma cadeia. Deu nos jornais e no livro do reporter Fred Pasley sobre o Al Capone. Esse chefão sucessor do Druggan também teve suas mordomias.
As manchetes de Chicago logo mais alardeavam que Al Capone conduzia seu império de uma cela ricamente mobiliada
enquanto o diretor Moneypenny cuidava dos seus afazeres num Cadillac do chefão.[1] Isso para o pessoal do litoral Atlântico era
ótimo, pois distraía da proteção ali dada ao alcooltraficante Irving Wexler,
vulgo Waxie Gordon, das investigações do fisco federal – inclusive até a
destruição de provas. Tamanho era o poder do Wexler que o New York Times não
se atrevia sequer a mencionar o seu nome.
Mas as corridas e falências dos bancos continuavam em New Jersey.[2]
Em Cleveland, um agente da repressão escreveu
um bilhete condenando a lei seca e se suicidou com um tiro, deixando os
proibicionistas constrangidos. É claro
que o verdadeiro constrangimento veio em 31 de dezembro de 1932, quando os eleitores na
Finlândia votaram três a um para acabar com a lei seca finlandesa.[3] Os americanos ja fizeram o mesmo em novembro do mesmo ano, e nenhum republicano seria eleito de novo antes de 1952.
[1] (Bergreen 1994 500)
[2] (NYT 12/25/31
12/22/31 8; 40)
[3] (NY World Almanac 1933 94, 95) (L. Gordon 1932 235) (Taylor 1969 252)
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