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Além de cobrar a repressão da cerveja como entorpecente tóxico, o governo Hoover insistiu na exportação de leis repressionistas de tudo quanto é coisa, em plena depressão econômica. |
Você sabia que em fevereiro de 1931 o presidente Herbert Hoover perdoou um infrator da lei seca antibebidas? No mesmo mês, assinou um projeto de lei para deportar “infratores com drogas” e logo, uma ordem presidencial impedindo que muitas mulheres se tornassem cidadãs mediante casamento? Você acredita que tornar a cerveja um crime de reclusão e confisco de bens e ainda pagar à Liga das Nações para alastrar as proibições da Lei de Harrison em coação globalizada nada teve a ver com o crash de 1929, os pânicos bancários de 1930-33 e a Grande Depressão? Prepare-se. Aqui você verá manchetes de jornais que qualquer um pode consultar, mas que foram omitidas dos meios acadêmicos subsidiados que cobram assinatura. Passo a passo, cada movimento do jogo até a emboscada final da Alemanha por países que NÃO eram aliados dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial será revelado a olhos vistos.
(Esse fascículo de Emboscando deveria aparecer ANTES da edição de fevereiro já no ar. E sim, conto com a ajuda do DeepL.com e um tanto do Google)
Janeiro de 1931: Frank Nitti, cupincha do Al Capone, já cumpria pena por sonegação de impostos quando o tesoureiro do grupo, Jack Guzik, pegou 5 anos e o governo Hoover estava com Big Al na alça da mira. Crianças jovens demais para apresentar declarações de imposto de renda ou serem condenadas a participar de gangues administravam alambiques de álcool. Em 9 de janeiro, o Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações reuniu-se em Genebra, na Suíça, para planejar a expansão da Convenção do Ópio da Haia de 1912 e da Convenção sobre Drogas Adicionais de Genebra de 1925 em baita rolo compressor para esmagar o setor farmacêutico da Alemanha--o mesmo que possibilitou que a Alemanha pagasse as parcelas de reparações de guerra aos Aliados (que nunca incluíram os EUA). Esse comitê da Liga também se empenhou em exportar leis para proibição do cânhamo para as Américas. Os EUA cobravam apenas o reembolso do dinheiro emprestado durante a 1ª Guerra Mundial. Os jornais norte-americanos pouco ligavam para a reunião na Genebra, mas noticiaram os movimentos dos sonegadores de impostos como Terry Druggan.(link) Quando Druggan e Lake foram acusados pela primeira vez, em 1928, houve forte liquidação na bolsa de valores.(link) Na verdade, quando surgiu notícia de o Supremo determinar que renda ilegal estava exposta ao IR, em maio de 1927, as bolsas de valores estrangeiras quebraram para nunca mais se recuperar.(link)
Essa mania global de repressionismo começou em 1905, quando a China implorou aos EUA—que na época "pacificavam" os filipinos a rajadas—que da mesma forma impedissem o mundo de exportar opiáceos para a China, que já aplicara pena de morte (1839), e posteriormente confisco, multas e prisão (1844)—caso contrário, a China boicotaria os produtos dos EUA. Seguiram repressões e crise em 1906-7, piorando em 1909 e 1914 até que a cerveja, vinho, etc., foram proibidos nos EUA em 1920, sob pena de reclusão, multas e confisco, seguindo dali uma progressão lógica à colaboração internacional.(link) Os Crusaders com caras de coroinhas em Chicago, em 18 de janeiro de 1931 exigiram a nacionalização da indústria de bebidas alcoólicas sob uma economia planejada— justamente o plano sugerido pela China no ano anterior na Genebra—só que com monopólio planetário das drogas centralizado em Genebra, na Suíça.
A Reserva Federal desconversou e passou a divagar sobre as 981 suspensões bancárias envolvendo depósitos de 515 milhões de dólares ocorridas nos primeiros onze meses de 1930 sem mencionar a lei seca. Os gastos autônomos caíram em cerca de US$ 4 bilhões, um fenômeno passível de gerar sérios efeitos multiplicadores. Mas nessa situação bancária e econômica desesperadora o birô da Proibição nem reparou. A exemplo dos repressionistas do Anthony Comstock, que instituiu a censura dos correios, proibiu até publicar receitas sobre como fermentar suco de uva. Em 20 de janeiro, deu no Chicago Tribune notícias de Kentucky evelando dois fatos: 1) as pessoas estavam morrendo de fome e 2) 90% de todos os casos criminais eram por incorrência nas leis repressionistas. No dia seguinte, o presidente Hoover comunicou ao Congresso verba de US$ 35.000 em moedas de ouro para financiar a participação dos EUA na próxima Conferência sobre a Limitação da Fabricação de Drogas "Narcóticas" em Genebra (após a atual conferência de planejamento anda em andamento). Essas 1750 moedas de ouro de US$20 pesavam mais de 58 quilos de ouro, hoje valendo mais de USD 5 milhões. Na época, no entanto, esses US$35000 mal chegavam a 0,04% do custo anual da aplicação das leis repressionistas--já deduzida a perda de receita tributária—isso segundo o Comissário da Proibição Doran. Esse mês de janeiro rapiddinho ficou complicado, pois a Alemanha, financeiramente abalada—ansiosa sobre concorrentes empunhando o Tratado da Liga e Versalhes contra ela — foi obrigada a assinar um tratado de extradição com os EUA expondo as pessoas suspeitas de "ofensas" contra as leis anti-"narcóticos" a se tornarem réus em causas penais na América Seca.
Leitura relevante: Public Papers of the Presidents, Herbert Hoover.(link) Quando eu pesquisava dados para A lei seca e o Crash--Causa e efeito em 1929, encomendei a coleção completa dos Documentos Presidenciais de Herbert Hoover. Esses volumes cobriam os anos de 1929, 1930, 1931, 1932-33 em uma pilha de quase 30 centímetros de espessura. Comprei o conjunto por US$ 27 na Biblioteca Presidencial Hoover, em Iowa, por volta de 1993, antes de as versões em PDF aparecerem na inernet. As Proclamações e Ordens Executivas foram separadas, e de forma calculada. Ao separar a ordem presidencial que reproduzia o divulgado pelo presidente Wilson antes da guerra, declarando a aplicação do imposto de renda e expondo as declarações de IR das pessoas jurídicas ao escrutínio público, o derrotado Hoover destarte conseguiu ocultar a sua ordem presidencial de dezembro de 1932 que expunha ao escrutínio público as declarações de imposto de renda das grandes S.A.. Resultou que em 20 de janeiro de 1933, Hoover informou a imprensa que a maioria democrata no Congresso não revogara essa ordem presidencial específica. Com isso teve início o colapso de todo o sistema bancário dos EUA, culminando com o Banking Moratorium Holiday e o confisco de todo o ouro como medidas econômicas em 04MAR1933. Tudo isso consta da minha explicação do Crash e da Depressão.
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Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 1930? Leia.
Para melhorar o seu inglês, nada como a minha polêmica tradução de O Presidente Negro (O Choque das Raças) de Monteiro Lobato: America's Black President 2228. Na Amazon (link)
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