Essa filósofa e autora, filha de farmacista russo, veio para os EUA em 1926, aprendeu individualismo lendo H.L. Mencken, tradutor do Friedrich Nietzsche, e escreveu contundentes romances como Hino, Os Que Vivem, A Nascente, A Revolta de Atlas (traduzido como Quem é John Galt no tempo da constituinte que alterou a carta magna varguista)--tudo isso depois de arrumar trampo como escritora novata em Hollywood. Nesse filme ela conheceu e namorou Frank O'Connor, que no filme interpretava um soldado romano.
Foi no tempo da lei seca americana em que porte de cerveja fora definido como crime qual porte de qualqur outra droga--exceto cigarros e produtos tagabistas. Proibir TUDO seria extremismo. A Alemanha ainda defendia o título de maior e melhor produtora de produtos farmacêuticos de altíssima qualidade. Tratava-se, afinal, de uma das maiores indústrias do país. Pensando bem... qual foi a última vez que vc leu esse fato em discussão de economia política, crises econômicas e guerras?
Na época, esquerda e direita descreviam as alas dos exércitos que digladiavam pelo mundo afora, mas os adjetivos ganhavam nova conotação como eufemismos políticos. Nos EUA, o partido republicano proibicionista, fingindo não querer uma ditadura religiosa, ganhava apelido de "direita" como os governos religiosos da Itália e da Espanha. Neste o Franco se designava el caudillo de Dios, e naquele o Mussolini fazia tratados com o Vaticano estabelecendo catequismo católico nas escolas do governo. Sobrou "esquerda" para a União Soviética, apresentada em filmes como Um Homem com Uma Câmera do Dziga Vertov. Esta pululava com bares e botecos, direitos individuais para mulheres, e uso de estimulantes e estupifacientes que as "democracias" só legalizavam se fosse café, gin ou cigarro. Quando os comunistas em 1918 esquartejaram o Tsar, largaram a guerra e repudiaram as dívidas bélicas da monarquia cristã, os mercantilistas formadores de cartéis ficaram horrorizados.
O horror aumentou quando, passadas duas décadas, o direitista Hitler e o esquerdista Stalin acertaram pacto para invadir e dividir a Polônia. Alguns queriam saber o quê, exatamente, seriam essas posições das duas variantes comuno-fascistas de ditadura socialista. Isso a Ayn Rand respondeu em ensaios publicados que hoje aparecem em retalhos no seu Léxico.(link) Disse a filósofa objetivista:
"Em função da scisma entre corpo e alma da pessoa humana, surgiram duas correntes de apregoadores da Moralidade da Morte: a dos místicos mesmerizantes e a dos evangelistas da clava forte. São eles os mesmos que popularmente são denominados religiosos e materialistas, ou seja, aqueles cismados com a consciência divorciada da existência e estes cismados na existência sem nada a ver com a consciência humana. Ambas hostes contrárias cobram a entrega da sua mente--uma às crendices reveladas deles mesmos, e a outra aos impulsos por eles mesmos sentidos. Deixando de lado a veemência com a qual ambas se posicionam como atletas de princípios irreconciliáveis, seus códigos morais são idênticos, e bem assim aquilo que procuram atingir: na esfera materialista, a escravização do corpo humano; no ideário mesmerizante, o desmonte da sua faculdade mental.
"O bem, dizem os místicos mesmerizantes, é Deus, ser esse cuja única definição é de que se trata de algo que a vossa mente não consegue conceber--especifição que rescinde a consciência humana e anula os conceitos da existência. O bem, dizem os evangelistas da clava forte, é a Sociedade--coisa que descrevem como organismo informe, entidade sobrepujante incorporado em nenhuma pessoa em particular, e sim em todos de forma geral, exceto você. A mente humana, segundo os mesmerizantes, subordinar-se-á à vontade de Deus. A mente, segundo os atletas da clava forte, subordinar-se-á à vontade da coletividade. O padrão de valor ético dos mesmerizantes, é o bel-prazer do Senhor, cujos critérios fogem da compreensão humana, devendo por obrigatoriedade ser aceitos com base na fé. O critério de valor da pessoa, proclamam os fiéis da clava forte, é o bel-prazer da sociedade, cujas justificativas estão isentadas, acima de eventual julgamento por pessoa física, a quem cabe o dever de obedecê-las como diretriz absoluta. O propósito da vida humana, ambos concordam, é virar zumbi abjeto que obedece um propósito que desconhece, por motivos inquestionáveis. Sua recompensa, prometem os mesmerizantes, virá depois de morto. Sua recompensa, garantem os atletas da clava forte, virá aqui na Terra--aos seus bisnetos. --Ayn Rand.
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Ambas correntes saqueadoras omitem o valor das duas variantes da liberdade |
Recordo dessa explicação da esquerdireita como farinha do mesmo saco furado cada vez que um nazifascista religioso me vem arrotar que "a esquerda" é mandatária do Capeta de asas, ou o bafo de algum comunista me transmitir que "a direita" planeja novo golpe atroz. Hitler e Stalin, direita e esquerda personificadas e com programas publicados, se revelaram sem exagero ou equívoco ambos ditadores altruístas totalitários. E se a lógica e a matemática nos ensinam alguma coisa, é que se duas coisas são idênticas a uma terceira coisa, é porque são iguais uma da outra!
Saiba o que é o partido libertário, a alavanca que desde 1972 aumenta a liberdade humana pelos métodos da democracia. (link) Multiplique a eficácia do seu voto para fazer florecer a liberdade.
Leitura: um concorrente meu publicou Was Nazism the product of capitalism in crisis? Esse livro papagaia as mesmas bobagens esquerdireitistas de sempre. Nada diz sobre o fanatismo proibicionista da China e dos EUA ou o programa desses de esticar o repressionismo até policiar o planeta inteiro--seja usando a Haia ou a Liga das Nações como mão-de-gato para tal finalidade. A série de crises convergendo sempre em colapso econômico e guerra é apontada como que fenômenos naturais, independentes das maquinações que instruíram as forças letais e coercitivas de quase todos os governos desse mundo no sentido de esmagar o livre arbítrio e estabelecer a repressão coletivizada.
Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 1930? Leia.
Para melhorar o seu inglês, nada como a minha polêmica tradução de O Presidente Negro (O Choque das Raças) de Monteiro Lobato: America's Black President 2228. Na Amazon (link)
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