sexta-feira, 21 de março de 2025

Emboscando a Alemanha, fevereiro de 1931

A China e os EUA desde 1905 procuravam interferir com a produção alemã de drogas. Dos planos feitos em 1930 consta uma armação para redistribuir a fatia alemã desse mercado. A ratoeira fechará dia 13 de julho de 1931. Dívidas de guerra (reparações e empréstimos)  sobrecarregavam as economias da Europa trazendo recessão. O governo americano bolou como armadilha proposta para "guardar" essas malas sem alça.

Entre os eventos mais importantes de fevereiro de 1931 foi a visita de Hitler ao seu banqueiro pessoal na Merck Finck e Co.(link) August von Finck(link) no dia 3, para levantar 13 bilhões de Reichsmarks (US$ 3 bilhões, esse valor em moedas de ouro de US$ 20 pesava 307.328 quilos) para a campanha do partido Nacional Socialista. Por quê tanta verba?

 Em Genebra, os especialistas em cartéis da Liga das Nações vinham se reunindo desde 1920, exigindo que a Alemanha fizesse pagamentos regulares em restituição pelos danos causados às nações “Aliadas” (EUA não participava) e proibisse uma crescente série de drogas. O Artigo 23 do Tratado de Versalhes era igual ao Artigo 23 da Carta da Liga das Nações, que repetia as exigências da Convenção de Haia de 1912 para que a Alemanha produzisse menos morfina e cocaína. Na primeira semana de 1929, essas exigências proibicionistas haviam se transformado em planos apoiados pelos EUA para fazer com que todos os países do mundo entrassem em uma combinação para limitar a produção à quantidade que os governos dos concorrentes achassem correta. É claro que eles teriam que dividir esse mercado de forma justa... Essa resolução consultiva foi aceita pela Liga na primeira semana de setembro de 1929, semana em que os títulos mobiliários dos EUA passaram de crescente para mingante. O ano 1931, assim como 1930, foi um desastre de depressão profunda nos EUA, na Grã-Bretanha, no Canadá, na França, na Holanda - em todos os lugares que, no passado, compravam e vendiam drogas sem compulsão. Os alemães entenderam essa nova onda de histeria como mais um ataque tipo Convenção do Ópio de Haia aos mercados e à soberania da Alemanha e enxergavam  com conhecimento de causa para onde caminhava essa tendência. Os lucros já estavam caindo em TODAS as farmácias familiares da Alemanha, segundo o New York Times

(Sim, estou usando o DeepL para fazer a minuta da tradução)

A lista negra. Um certo A.E. Sirks, chefe de polícia de Roterdã, autor de artigos estridentes espelhando filmes tipo a porta da loucura e cocainômanos em 1930, em 2 de fevereiro de 1931 exigia uma “lista negra” que identificasse as empresas insuficientemente zelotes em relação ao proibicionismo.(link) Na mesma data o New York Times se apinhava de relatos das dificuldades financeiras do Banco de Estados Unidos (BUS)--contas suspeitas e congeladas, nomes de juízes, políticos e figurões mortos... O relatório de 1000 páginas dos fiscais bancários citava nomes como Hearst, Smith, Zigfeld, Morrow, Tumulty, e a Corporação Soviética Amtorg--um certo juiz Manton, sozinho, endossou cerca de US$ 200.000 em notas desse BUS, revelados na  investigação minuciosa da quebra do grande banco. Nenhum jornal--da época ou hoje--chama atenção à interceptação de meia tonelada de morfina em Nova York na época da falência do BUS. A ideia da lista negra na Liga das Nações não apareceu nos jornais. O NY Times de 03 de fevereiro relatou uma enxurrada de batidas de entorpecentes no bairro chinês, Chinatown, e a edição de 11 de fevereiro noticiou novíssima lei contra o contrabando de “narcóticos”. Mas a agitação evaporou pois as 24 reuniões públicas e 2 privadas do Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações, iniciadas em 9 de janeiro, terminaram em 2 de fevereiro, com a entrega do relatório ao Conselho da Liga das Nações em Genebra, programado novos encontros de 16 a 30 de março de 1931. O presidente Herbert Hoover já solicitara ao Congresso, em 21 de janeiro, uma dotação de US$ 35.000 para cobrir as despesas de participação americana em Genebra. Os planos, é evidente, já estavam feitos.

Em 19 de fevereiro de 1931, o Chicago Tribune noticiou que o Presidente Hoover havia assinado um projeto de lei que previa a deportação de estrangeiros condenados e apenados por incorrer nas leis de "narcóticos". No outro dia, a mensagem de Hoover para a Conferência Mundial sobre Educação sobre Narcóticos rezou: Eu simpatizo profundamente com as organizações que trabalham para estabelecer acordos internacionais para limitar a fabricação de drogas narcóticas e para energizar o poder de polícia dos vários estados da União para destruir o tráfico ilícito de narcóticos. O efeito disso foi associar estrangeiros apenados e drogas mal-definidas na mente coletiva da grande maioria. Por outro lado, fazia mais de década, os estrangeiros associavam os EUA com fanatismo racista e puritano, fato que levou o embaixador dos EUA em Paris, Walter Edge, a apregoar em defesa da cultura americana em fevereiro. Contudo, problemas profundos se arraigavam. Guerra civil assolava o Peru e 40.000 manifestantes desempregados protestavam na Alemanha, não faltando mortes. A Turquia, exportadora de opiáceos, reagiu à pressão instituindo “medidas drásticas” para impedir a exportação de drogas para os EUA--medidas que coincidiram com uma crise monetária nacional. Em março, tudo isso iria de mal a pior. *-*-*

Boa leituraManias, Pânicos, e Crashes de Kindleberger.(link) Ainda estou lendo a tradução. Na primeira folha, por puro azar tem erro tipográfico. (Que atirai a primeira pedra...), mas a tradução é boa e esse escritor é o primeiro a tomar conhecimento dos fatos da realidade no entorno das várias (e bota várias nisso) crises financeiras que examina. Mesmo assim, até onde li não reflete que, na crise de 1837 dos EUA, a China havia mandado embora os empresarios da ex-estatal East India Company que de fato arvorava em exército invasor na India e odiado bando de traficantes de entorpecentes na China. Essa série de guerras do ópio que resultou cala fundo no ideário chinês, como se fossem eventos do ano passado. O autor tampouco repara que ao estourar a 1ª guerra do ópio na China, os Americanos aproveitaram e invadiram o México, parceira comercial da China à época. Ninguém é perfeito... Recomendo com entusiasmo esse livro incomum. 

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 Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 1930? Leia.

ALeiSeca0619

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