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quarta-feira, 26 de março de 2025

Cercando a Alemanha, março de 1931

 

O Supremo dos EUA em 1931 servia de capacho para o governo repressionista do Herbert Hoover--engenheiro que morou na China e desde então fez o possível para ajudar aquele império a exportar leis violentas. Pela enésima vez o Supremo decretou que a emenda da lei seca era a parte importante da constituição. A sentença é o martelo, e o tampão agora tapa a esperança de se revogar essa lei violenta.

Em março de 1931, juízes republicanos tornaram a insistir que a cerveja seria crime, pouco importando se dezenas de milhares seriam roubados, presos e/ou baleados para atingir esse nobre ideal. Os presidiários agora empatavam as populações de três estados da União. O que dizer, então, das esperanças alemãs de manter a codeína e a cocaína desregulamentadas para poderem pagar as reparações de guerra com os lucros da exportação? O recorte abaixo, de quando um centavo americano valia seis e um quarto MILHÕES de marcos de papel, explica como as outras drogas prosperaram quando a cerveja foi proibida.

“É evidente que a geração de sentimento mundial contra a droga é a tremenda tarefa na qual o nosso governo se empenhou.(link)” Dali a 8 meses submarinos de contrabando foram fotografados no rio Hudson.(link) O mesmo jornal de Norwalk conta na p.4 que frequentadores de boteco de Connecticut apedrejaram agentes antidroga.

Na 1ª semana de fevereiro, o Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações encerrou suas 44 reuniões. Apenas duas delas foram secretas. Até hoje, a Liga não é muito aberta sobre os detalhes pautados. No entanto, as sessões de 1930, amplamente documentadas, detalham todos os planos para piorar uma crise de mercado global existente, com reação em cadeia de pânicos bancários de efeito dominó e colapso de liquidez de sistemas bancários de reserva fracionária. Tudo isso foi graças à legislação existente que proibia cerveja, vinho, bebidas alcoólicas, opiáceos, enteógenos, estimulantes e até complicando os analgésicos hospitalares, aumentando de forma geral os preços de venda em 400%. Realizavam-se planos para voltar a exportar o fanatismo chinês e perturbar as economias da Europa Central a ponto de garantir uma segunda Guerra Mundial. O mesmo processo que tornou a Primeira Guerra Mundial inevitável a partir de 1912, seria implementado em 1931, agora agravado por conflitos jurídicos, concorrentes aproveitadores e planos para sufocar TODA a concorrência da Alemanha e arredores.

Em 01MAR1931, o Chicago Tribune relatava plena guerra civil no Peru, com quatro mortos na primeira batalha. A Alemanha era cliente importante para esse país andino, cujo mercado fora tomado por enormes plantações de coca nas colônias holandesas de Java e Sumatra. Os holandeses substituiram o plantio de entorpecentes viciantes com arbustos de coca a partir da década de 1890--isso como medida de reforma cristãNos EUA, depois que o álcool foi proibido na Geórgia, uma empresa de vinho de coca mudou os produtos, adicionando uma pitada de pó a um refrigerante nada alcoólico chamado Coca-Cola. Os proibicionistas que promulgaram a repressão do vinho agora queriam que a lei desse batida nesse refrigerante substituto. A ilha de Formosa, atualmente Taiwan, virou colônia japonêsa com plantações de ambos os tipos de culturas comerciais. Regular a vida alheia no entanto se transformou em uma caça às bruxas por proibicionistas americanos que buscavam novas coisas para reprimir. Cruzadas anteriores para prender peão por cigarros ou beisebol aos domingos não entusiasmaram os eleitores

O governo Hoover pressionou a Liga das Nações para copiarem como a Haia as proibições americanas de coca, resultando a desordem no Peru. O cartel de ópio indiano da Grã-Bretanha e a Receita Federal egípcia queriam que a cannabis fosse proibida por ser barata e não gerar dependência. Já a cocaína, cara e estrangeira, causaria, temiam, um desequilíbrio comercial tal como arruinou a China durante as Guerras do Ópio. O sal os britânicos apreciavam como habituante o suficiente para fazer dele um monopólio de receita governamental na Índia e em muitas colônias africanas. Seus agentes da receita prendiam com afã Gandhi e comerciantes árabes por coletar e transportar sal natural!

As manchetes de março berravam denúncias dos oficiais do "Banco dos Estados Unidos", chefiada por russos. A Rússia Soviética não era vista com bons lhos por excesso de liberalidade com bebida e drogas. O filme de 1929 de Dziga Vertov, Um Homem com Uma Câmera, mostrava garçonetes soviéticas destampando espumantes garrafas de cerveja, um passageiro cheirando um enorme papelote em plena estação de trem e flashes de bandejas de que só poderiam ser entorpecentes (isso na versão original). Americanos com preparo técnico, desiludidos com o zelo religioso travestido de capitalismo, entraram numa onda de emigração para a União Soviética. Pode uma coisa dessas?! 

Russos nova-iorquinos dominavam o "Banco dos Estados Unidos" que Milton Friedman imaginou ter falido por causa da discriminação antijudaica. O BUS primava por atender a grandes réus traficantes, apenados, juízes comprados e testemunhas-presunto como depositantes e tomadores de empréstimos. Sua quebra ocorreu quando agentes federais vigiavam meia tonelada de morfina no cais nas proximidades do transatlântico francês Alesia. Friedman e Schwartz deviam ter considerado o confisco da carga, e não apenas as  armações do ku-klux klã. De fato, um artigo do NY Times de 7 de janeiro comparou a Lei Seca e a intolerância soviética como praticamente a mesma coisa. Uma série de março no jornal de Berkeley descreveu sombriamente a ditadura bolchevique. Enquanto isso, agentes do tesouro prendiam cidadãos russos por falsificação, no meio de uma onda de falências bancárias. A cobertura diária de notícias popularizou o julgamento por fraude bancária do BUS e as acusações fiscais contra membros do grupo Capone. As preocupações alemãs aumentavam ao passo que esses artigos apareciam na mesma página.

Para a alegria do comissário antidroga Harry Anslinger, o presidente Hoover, em 02 de março enviou ao Congresso uma Estimativa Complementar de alocação de verba de USD 35.000 em ouro para financiar a participação dos EUA na Conferência da Liga das Nações sobre Limitação da Fabricação de Drogas e Entorpecentes. O ex-presidente do Reichsbank, Schacht, exigiu no dia seguinte a revisão de todas as dívidas de guerra e a restituição das antigas colônias da Alemanha na África.(link) Os jornais de Chicago de 7 e 8 de março relataram que os europeus deviam 29 bilhões de dólares aos EUA--juntando-se isso ao prejuízo de outros 4 bilhões por tentar impor as leis repressionistas. A Rússia, irritada, ameaçou boicotar todos os produtos made in USA. Os enviados de Hoover à convenção antidroga de Genebra, marcada para 27 de maio de 1931, seriam Harry Anslinger e John Caldwell, do Federal Bureau of Narcotics, esse um eugenista encarregado das “fazendas” reconcentrando apenados por contravenções com entorpecentes, e mais um burocrata antidrogas.

Os jornais de repente jorraram pela primeira vez tendenciosa propaganda de "conscientização" anti-cannabis. Henry Ford, Thomas Edison e Harvey Firestone garantiram aos leitores que "a lei seca é uma coisa boa" e que "a suposta depressão é o resultado da desonestidade". Os socialistas nacionais e internacionais alemães começaram a balear os companheros enquanto apenados ateavam fogo a uma prisão lotada de Illinois. Um pequeno artigo na mesma edição revelou novas pesquisas sobre o gás mostarda.(link

Como clarim de alvorada para americanos e alemães, o Dr. Nicholas Murray Butler da Universidade de Columbia disse na Califórnia que as leis secas geraram uma indústria de USD 4 bilhões livre de impostos e sugeriu a revogação. Muitos americanos refletiram que foram evangelistas não tributados que deram início a esse proibicionismo. Os alemães por sua vez recordaram de o Supremo americano ter decretado a cobrança de IR nos lucros ilegais. Isso, em maio de 1927, esfriou de sopetão a maioria dos mercados de valores mobiliários europeus.(link) Com o recente tratado de extradição por drogas agora em vigor, os magnatas farmacêuticos alemães nos EUA não escapariam da cobrança das leis proibicionistas mesmo retornando à Europa.

Já um terço de todos os suicídas na Europa eram alemães. Logo, para aumentar a pressão, um filme bilíngue de propaganda em alemão e inglês, "The Seas Beneath" foi lançado a título de nostalgia da Primeira Guerra Mundial. Nele, uma escuna Q-boat, munida de canhão disfarçado, reboca um submarino americano para atrair e emboscar um submarino alemão.(link) Mais de 95% de todo o álcool consumido na América era, em 1929, feito de glicose de açúcar de milho nacional. Desde 1924 os jornalistas já sabiam que estimulantes e entorpecentes eram entregues aos navios da Rum Row para complementar aqueles 5% restantes de fatia de mercado de bebidas alcoólicas. Afinal, um submarino alemão trouxe drogas para os EUA neutros em 1916, furando bloqueios de guerra. Havia centenas de submarinos europeus em funcionamento e capazes de entregar drogas adicionais aos navios da Rum Row, mesmo estando o rio Hudson agora fora dos limites por causa daquelas fotos do mesmo ano.(link) Título no jornal: ALIENS AND DRUGS COME FROM RUM ROW.

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Leitura relevante: CONVENÇÃO PARA LIMITAR A FABRICAÇÃO E REGULAR A DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS NARCÓTICAS, DE 13 DE JULHO DE 1931. Genebra, outubro de 1937. Comprei de um vendedor na Holanda faz uns 15 anos. Consta um detalhamento, parágrafo por parágrafo, dessa internacionalização da Lei de Harrison que os EUA, a China e a Liga das Nações suaram para impor à Alemanha e ao Japão. Andrew Jackson teria brincado: “Bem, conseguiram lá a sua convenção; vejamos agora como irão cobrá-la”. A contracapa identifica como revendedora no Brasil a "Livraria Allemã" Frederico Will, rua da Alfândega 69, no Rio de Janeiro.

INTERNATIONAL NARCOTICS CONTROL, de L.E.S. Eisenlohr, é uma análise “informativa” da história e dos antecedentes da era Reagan no intúito de resgatar a legislação de Comstock e represionista após a ratificação da 21ª emenda e chegada do voto libertário. Ambos esses livros ignoram completamente a possibilidade de que as leis que confiscam bancos, armazéns, navios, imóveis, casas e outros ativos possam afetar de forma alguma os mercados de valores mobiliários, o sistema bancário de reservas fracionárias e a estabilidade monetária--sem falar em causar guerras mundiais!

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sábado, 22 de março de 2025

Emboscando a Alemanha, janeiro de 1931

 

Além de cobrar a repressão da cerveja como entorpecente tóxico, o governo Hoover insistiu na exportação de leis repressionistas de tudo quanto é coisa, em plena depressão econômica.

Você sabia que em fevereiro de 1931 o presidente Herbert Hoover perdoou um infrator da lei seca antibebidas? No mesmo mês, assinou um projeto de lei para deportar “infratores com drogas” e  logo, uma ordem presidencial impedindo que muitas mulheres se tornassem cidadãs mediante casamento? Você acredita que tornar a cerveja um crime de reclusão e confisco de bens e ainda pagar à Liga das Nações para alastrar as proibições da Lei de Harrison em coação globalizada nada teve a ver com o crash de 1929, os pânicos bancários de 1930-33 e a Grande Depressão? Prepare-se. Aqui você verá manchetes de jornais que qualquer um pode consultar, mas que foram omitidas dos meios acadêmicos  subsidiados que cobram assinatura. Passo a passo, cada movimento do jogo até a emboscada final da Alemanha por países que NÃO eram aliados dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial será revelado a olhos vistos.
(Esse fascículo de Emboscando deveria aparecer ANTES da edição de fevereiro já no ar. E sim, conto com a ajuda do DeepL.com e um tanto do Google)

Janeiro de 1931: Frank Nitti, cupincha do Al Capone, já cumpria pena por sonegação de impostos quando o tesoureiro do grupo, Jack Guzik, pegou 5 anos e o governo Hoover estava com Big Al na alça da mira. Crianças jovens demais para apresentar declarações de imposto de renda ou serem condenadas a participar de gangues administravam alambiques de álcool. Em 9 de janeiro, o Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações reuniu-se em Genebra, na Suíça, para planejar a expansão da Convenção do Ópio da Haia de 1912 e da Convenção sobre Drogas Adicionais de Genebra de 1925 em baita rolo compressor para esmagar o setor farmacêutico da Alemanha--o mesmo que possibilitou que a Alemanha pagasse as parcelas de reparações de guerra aos Aliados (que nunca incluíram os EUA). Esse comitê da Liga também se empenhou em exportar leis para proibição do cânhamo para as Américas. Os EUA cobravam apenas o reembolso do dinheiro emprestado durante a 1ª Guerra Mundial. Os jornais norte-americanos pouco ligavam para a reunião na Genebra, mas noticiaram os movimentos dos sonegadores de impostos como Terry Druggan.(link) Quando Druggan e Lake foram acusados pela primeira vez, em 1928, houve forte liquidação na bolsa de valores.(link) Na verdade, quando surgiu notícia de o Supremo determinar que renda ilegal estava exposta ao IR, em maio de 1927, as bolsas de valores estrangeiras quebraram para nunca mais se recuperar.(link

Essa mania global de repressionismo começou em 1905, quando a China implorou aos EUA—que na época "pacificavam" os filipinos a rajadas—que da mesma forma impedissem o mundo de exportar opiáceos para a China, que já aplicara pena de morte (1839), e posteriormente confisco, multas e prisão (1844)—caso contrário, a China boicotaria os produtos dos EUA. Seguiram repressões e crise em 1906-7, piorando em 1909 e 1914 até que a cerveja, vinho, etc., foram proibidos nos EUA em 1920, sob pena de reclusão, multas e confisco, seguindo dali uma progressão lógica à colaboração internacional.(link) Os Crusaders com caras de coroinhas em Chicago, em 18 de janeiro de 1931 exigiram a nacionalização da indústria de bebidas alcoólicas sob uma economia planejada— justamente o plano sugerido pela China no ano anterior na Genebra—só que com monopólio planetário das drogas centralizado em Genebra, na Suíça.

A Reserva Federal desconversou e passou a divagar sobre as 981 suspensões bancárias envolvendo depósitos de 515 milhões de dólares ocorridas nos primeiros onze meses de 1930 sem mencionar a lei seca. Os gastos autônomos caíram em cerca de US$ 4 bilhões, um fenômeno passível de gerar sérios efeitos multiplicadores. Mas nessa situação bancária e econômica desesperadora o birô da Proibição nem reparou. A exemplo dos repressionistas do Anthony Comstock, que instituiu a censura dos correios, proibiu até publicar receitas sobre como fermentar suco de uva. Em 20 de janeiro, deu no Chicago Tribune notícias de Kentucky evelando dois fatos: 1) as pessoas estavam morrendo de fome e 2) 90% de todos os casos criminais eram por incorrência nas leis repressionistas. No dia seguinte, o presidente Hoover comunicou ao Congresso verba de US$ 35.000 em moedas de ouro para financiar a participação dos EUA na próxima Conferência sobre a Limitação da Fabricação de Drogas "Narcóticas" em Genebra (após a atual conferência de planejamento anda em andamento). Essas 1750 moedas de ouro de US$20 pesavam mais de 58 quilos de ouro, hoje valendo mais de USD 5 milhões. Na época, no entanto, esses US$35000 mal chegavam a 0,04% do custo anual da aplicação das leis repressionistas--já deduzida a perda de receita tributária—isso segundo o Comissário da Proibição Doran. Esse mês de janeiro rapiddinho ficou complicado, pois a Alemanha, financeiramente abalada—ansiosa sobre concorrentes empunhando o Tratado da Liga e Versalhes contra ela — foi obrigada a assinar um tratado de extradição com os EUA expondo as pessoas suspeitas de "ofensas" contra as leis anti-"narcóticos" a se tornarem réus em causas penais na América Seca.

Leitura relevante: Public Papers of the Presidents, Herbert Hoover.(link) Quando eu pesquisava dados para A lei seca e o Crash--Causa e efeito em 1929, encomendei a coleção completa dos Documentos Presidenciais de Herbert Hoover. Esses volumes cobriam os anos de 1929, 1930, 1931, 1932-33 em uma pilha de quase 30 centímetros de espessura. Comprei o conjunto por US$ 27 na Biblioteca Presidencial Hoover, em Iowa, por volta de 1993, antes de as versões em PDF aparecerem na inernet. As Proclamações e Ordens Executivas foram separadas, e de forma calculada. Ao separar a ordem presidencial que reproduzia o divulgado pelo presidente Wilson antes da guerra, declarando a aplicação do imposto de renda e expondo as declarações de IR das pessoas jurídicas ao escrutínio público, o derrotado Hoover destarte conseguiu ocultar a sua ordem presidencial de dezembro de 1932 que expunha ao escrutínio público as declarações de imposto de renda das grandes S.A.. Resultou que em 20 de janeiro de 1933, Hoover informou a imprensa que a maioria democrata no Congresso não revogara essa ordem presidencial específica. Com isso teve início o colapso de todo o sistema bancário dos EUA, culminando com o Banking Moratorium Holiday e o confisco de todo o ouro como medidas econômicas em 04MAR1933. Tudo isso consta da minha explicação do Crash e da Depressão.

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sexta-feira, 21 de março de 2025

Emboscando a Alemanha, fevereiro de 1931

A China e os EUA desde 1905 procuravam interferir com a produção alemã de drogas. Dos planos feitos em 1930 consta uma armação para redistribuir a fatia alemã desse mercado. A ratoeira fechará dia 13 de julho de 1931. Dívidas de guerra (reparações e empréstimos)  sobrecarregavam as economias da Europa trazendo recessão. O governo americano bolou como armadilha proposta para "guardar" essas malas sem alça.

Entre os eventos mais importantes de fevereiro de 1931 foi a visita de Hitler ao seu banqueiro pessoal na Merck Finck e Co.(link) August von Finck(link) no dia 3, para levantar 13 bilhões de Reichsmarks (US$ 3 bilhões, esse valor em moedas de ouro de US$ 20 pesava 307.328 quilos) para a campanha do partido Nacional Socialista. Por quê tanta verba?

 Em Genebra, os especialistas em cartéis da Liga das Nações vinham se reunindo desde 1920, exigindo que a Alemanha fizesse pagamentos regulares em restituição pelos danos causados às nações “Aliadas” (EUA não participava) e proibisse uma crescente série de drogas. O Artigo 23 do Tratado de Versalhes era igual ao Artigo 23 da Carta da Liga das Nações, que repetia as exigências da Convenção de Haia de 1912 para que a Alemanha produzisse menos morfina e cocaína. Na primeira semana de 1929, essas exigências proibicionistas haviam se transformado em planos apoiados pelos EUA para fazer com que todos os países do mundo entrassem em uma combinação para limitar a produção à quantidade que os governos dos concorrentes achassem correta. É claro que eles teriam que dividir esse mercado de forma justa... Essa resolução consultiva foi aceita pela Liga na primeira semana de setembro de 1929, semana em que os títulos mobiliários dos EUA passaram de crescente para mingante. O ano 1931, assim como 1930, foi um desastre de depressão profunda nos EUA, na Grã-Bretanha, no Canadá, na França, na Holanda - em todos os lugares que, no passado, compravam e vendiam drogas sem compulsão. Os alemães entenderam essa nova onda de histeria como mais um ataque tipo Convenção do Ópio de Haia aos mercados e à soberania da Alemanha e enxergavam  com conhecimento de causa para onde caminhava essa tendência. Os lucros já estavam caindo em TODAS as farmácias familiares da Alemanha, segundo o New York Times

(Sim, estou usando o DeepL para fazer a minuta da tradução)

A lista negra. Um certo A.E. Sirks, chefe de polícia de Roterdã, autor de artigos estridentes espelhando filmes tipo a porta da loucura e cocainômanos em 1930, em 2 de fevereiro de 1931 exigia uma “lista negra” que identificasse as empresas insuficientemente zelotes em relação ao proibicionismo.(link) Na mesma data o New York Times se apinhava de relatos das dificuldades financeiras do Banco de Estados Unidos (BUS)--contas suspeitas e congeladas, nomes de juízes, políticos e figurões mortos... O relatório de 1000 páginas dos fiscais bancários citava nomes como Hearst, Smith, Zigfeld, Morrow, Tumulty, e a Corporação Soviética Amtorg--um certo juiz Manton, sozinho, endossou cerca de US$ 200.000 em notas desse BUS, revelados na  investigação minuciosa da quebra do grande banco. Nenhum jornal--da época ou hoje--chama atenção à interceptação de meia tonelada de morfina em Nova York na época da falência do BUS. A ideia da lista negra na Liga das Nações não apareceu nos jornais. O NY Times de 03 de fevereiro relatou uma enxurrada de batidas de entorpecentes no bairro chinês, Chinatown, e a edição de 11 de fevereiro noticiou novíssima lei contra o contrabando de “narcóticos”. Mas a agitação evaporou pois as 24 reuniões públicas e 2 privadas do Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações, iniciadas em 9 de janeiro, terminaram em 2 de fevereiro, com a entrega do relatório ao Conselho da Liga das Nações em Genebra, programado novos encontros de 16 a 30 de março de 1931. O presidente Herbert Hoover já solicitara ao Congresso, em 21 de janeiro, uma dotação de US$ 35.000 para cobrir as despesas de participação americana em Genebra. Os planos, é evidente, já estavam feitos.

Em 19 de fevereiro de 1931, o Chicago Tribune noticiou que o Presidente Hoover havia assinado um projeto de lei que previa a deportação de estrangeiros condenados e apenados por incorrer nas leis de "narcóticos". No outro dia, a mensagem de Hoover para a Conferência Mundial sobre Educação sobre Narcóticos rezou: Eu simpatizo profundamente com as organizações que trabalham para estabelecer acordos internacionais para limitar a fabricação de drogas narcóticas e para energizar o poder de polícia dos vários estados da União para destruir o tráfico ilícito de narcóticos. O efeito disso foi associar estrangeiros apenados e drogas mal-definidas na mente coletiva da grande maioria. Por outro lado, fazia mais de década, os estrangeiros associavam os EUA com fanatismo racista e puritano, fato que levou o embaixador dos EUA em Paris, Walter Edge, a apregoar em defesa da cultura americana em fevereiro. Contudo, problemas profundos se arraigavam. Guerra civil assolava o Peru e 40.000 manifestantes desempregados protestavam na Alemanha, não faltando mortes. A Turquia, exportadora de opiáceos, reagiu à pressão instituindo “medidas drásticas” para impedir a exportação de drogas para os EUA--medidas que coincidiram com uma crise monetária nacional. Em março, tudo isso iria de mal a pior. *-*-*

Boa leituraManias, Pânicos, e Crashes de Kindleberger.(link) Ainda estou lendo a tradução. Na primeira folha, por puro azar tem erro tipográfico. (Que atirai a primeira pedra...), mas a tradução é boa e esse escritor é o primeiro a tomar conhecimento dos fatos da realidade no entorno das várias (e bota várias nisso) crises financeiras que examina. Mesmo assim, até onde li não reflete que, na crise de 1837 dos EUA, a China havia mandado embora os empresarios da ex-estatal East India Company que de fato arvorava em exército invasor na India e odiado bando de traficantes de entorpecentes na China. Essa série de guerras do ópio que resultou cala fundo no ideário chinês, como se fossem eventos do ano passado. O autor tampouco repara que ao estourar a 1ª guerra do ópio na China, os Americanos aproveitaram e invadiram o México, parceira comercial da China à época. Ninguém é perfeito... Recomendo com entusiasmo esse livro incomum. 

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sábado, 18 de abril de 2020

América pré Monteiro Lobato

Defensor da pseudociência da eugenia
Segundo a mídia oportunista, existe o comunismo extremista e o fascismo igualmente extremista, mas é feio falar nesses termos pois suscita o perigo de alguém entender que essas duas variantes do coletivismo agressivo são a mesma coisa, sendo uma um pouquinho mais religiosa que a outra. Nos EUA os revoltosos resolveram esse dilema importando a gíria francesa da época. Os comunistas tipo Danton e Robespierre foram batizados não de comunistas, anarquistas, jacobinos do Terror e afins, mas sim de republicanos.(link

Os apoiadores da monarquia escravagista colonial, escorada pela eminência parda do Vaticano, os mercantilistas foram apelidados de monarquistas. Enfim, na França de 1793, republicano era comunista democrata, nobre latifundiário era monarquista cristão, e acabou a conversa.(link

Nos EUA esse vocabulário deu nome ao partido republicano democrático, liderado por Thomas Jefferson, versus o partido federalista, que também defendia tudo isso, só que de forma mais parecida com uma ditadura centralizada e napoleônica. Ambos os partidos--na época chamadas de facções--defendiam o escravagismo que o rei inglês apoiava antes de perder essa colônia e se apoderar da Índia. Agora nos EUA latifundiário popular era democrata-republicano e os saudosos federalistas do antigo paço logo seriam obrigados por tenebrosos escândalos a mudar de nome e se chamarem de Whigs

Sem o IR comunista, que só se publicaria em inglês em 1850, a receita federal vinha das sobretaxas alfandegárias. Os democratas escravagistas queriam a opção de comprar arados, foices e martelos europeus. Só que tal concorrência baixaria os preços que o norte industrializado pudesse cobrar pelo "produto similar nacional". Os iânquis do norte industrializado procuravam aumentar as sobretaxas de importação--tanto para engordar o erário como para eliminar a concorrência e explorar os sulistas a preços mais salgados. Toda criança entendia esse apelo à coação para distorcer o mercado de forma a favorecer o norte, cujos escravos já eram máquinas a vapor. Os sulistas chamavam esse protecionismo de tarifa da abominação, e um dos estados votou lei proibindo essa cobrança federal. 

Resultou a eleição de Andrew Jackson, democrata escravagista milico popular. Jackson explicou que teria que atacar a Carolina com tropas federais, prender e enforcar os deputados estaduais para defender a Constituição. Os revoltosos baixaram a crista, mas as sobretaxas--que rapidinho liquidaram toda a dívida do governo--foram cortadas. Essa sobretaxa limitada às despesas federais foi taxada de "livre comércio" pelos nortistas. Existia sim a "free list" isentando coisas como café, banana e coca, que não cresciam nos EUA, mas na nova gíria dos saqueadores dos impostos qualquer sobretaxa que ainda permitia qualquer importação de produtos industriais era pichada de "free trade." 

A exploração sexual das mulatas no sul motivou o apoio político dos pastores evangélicos, e estes se aliaram aos chefões industriais contra esse comércio libertino, formando a nova confederação "republicana". Esta inclusive atiçava os operários braçais, arrebanhados no norte pelos pastores da nova religião marxista, contra os latifundiários escravagistas no sul. Cindiu-se em duas facções o partido democrata. No meio disso, os nortistas industriais e sulistas escravagistas se transformavam, aos olhos dos comunistas alemães, em "capitalistas".  Só que os impostos sobre importações continuavam a cair

Após a eleição do Lincoln, o congresso votou novo aumento das sobretaxas de importação e resultou na Guerra da Secessão. Na revolta anterior, contra a monarquia, Lorde Dunmore alistou escravos para empunhar armas contra seus feitores com a promessa de liberdade se lutassem pelo rei. Lincoln repetiu essa façanha e o governo federal quase perdeu a guerra. Afinal, quem tirava o lucro dos latifundiários escravagistas pelo mecanismo da sobretaxa protecionista eram os industrialistas do norte. 

Sem a perspectiva de explorar o escravagismo sulista, o nordeste industrial perdeu a tesão pela guerra, mas o agronegócio centrado em Illinois (por coincidência o estado de Lincoln), se atirou na brecha. Forças militares lideradas por Sherman de Ohio desceram o rio Mississippi e--reforçadas pela marinha federal na Louisiana já reconquistada--destruíram tudo até o porto alfandegário de Atlanta, cuja derrota fechou aquela guerra.(link

Tropas republicanas garantiam o voto aos escravos liberados no sul, mas os que não podiam ver negro andando de trêm organizaram o ku-klux-klã como resistência miliciana à "ocupação" federal.  No norte importaram novo culto ao coletivismo racial na forma da eugenia. Desde 1873 esse movimento monopolizou os correios federais, queimando livros, proibindo cerveja e obrigando as mulheres brancas a reproduzirem para evitar o "suicídio racial". Essa pseudociência inglesa eugenicista virou febre nos EUA e espraiou por toda a Europa onde virou alicerce do coletivismo racial socialista após a Grande Guerra.(link)  

Em 1924 os cavaleiros do klã, reforçados pelos filmes de D.W. Griffith e a eleição do sulista nativista Wilson, dominavam os democratas. Fizeram o IR federal, a lei seca constitucional e a eleição dos senadores--antes eleitos pelas câmaras estaduais--diretamente pela plebe ignara. Irrompiam massacres raciais onde sindicalists brancos chacinavam mineradores negros e estrangeiros.(link)  

Foi no meio disso tudo que, em 1926, Monteiro Lobato chegou nos EUA como enviado comercial do governo brasileiro e autor de O Presidente Negro, ficção científica sobre as eleições dos EUA no ano 2228. 

Para entender a Grande Depressão dos EUA--basta ler. 
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Na Amazon:  A Lei Seca e o Crash. Todo brasileiro entende rapidinho o mecanismo desta crise financeira de 1929. Com isso dá para entender as de 1893, 1907, 1987, 2008 e os Flash Crashes de 2010 e 2015. Esse crash que ocorreu agora, em 20 de fevereiro, teria algo a ver com a GAFI/FATF liderado por um burocrata chinês, Xiangmin Liu?(link) O crash da bolsa ocorreu justamente na reunião da FATF Week em Paris. No mesmo dia a mídia começou a grita pandêmica.


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