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quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Hitler nos jornais americanos, 1931

 

Menos de uma semana após a Alemanha assinar a Convenção sobre Limitação de Drogas, o colapso financeiro corria solto e Hitler apareceu na primeira página de um jornal diário de Nova York.(link). 

Tampouco se trata de caso isolado. O Führer alemão, opositor do Tratado de Versalhes, apareceu na página 2 de um jornal diário de Connecticut naquele mesmo dia.(link) NÃO apareceram os verdadeiros culpados: o presidente Herbert Hoover, o comissário de narcóticos Harry Anslinger, o deputado Hamilton Fish Jr. e o Comitê Consultivo sobre Ópio da Liga das Nações. Compartilharam dessa culpa os cidadãos comuns, otários que acreditaram que o cânhamo e as folhas de coca podem causar dependência e que proibir a produção e o comércio traz estabilidade econômica. Afinal - mesmo admitindo que os opiáceos da papoula de fato causam dependência - imaginar que apontar armas carregadas aos que dependem dessa planta seja coisa razoável, condizente com a prosperidade e segura é devaneio de inocentes úteis e não de entes pensantes. /Estou usando o DeepL.com/

Nenhuma dessas pessoas provocou o colapso alemão de julho de 1931.

A causa do sucesso repentino de Hitler foi claramente explicada em preto e branco em três documentos relevantes em 1919. No entanto, quando foi a última vez que você viu o Pacto da Liga das Nações ou o Tratado de Versalhes mencionados como causa de pânicos bancários, quedas do mercado de ações, recessões e desemprego em massa? O Pacto da Liga das Nações diz, em seu Artigo 23, que os membros da Liga: ... (c) encarregam a Liga da supervisão geral nos acordos relativos ao tráfico de mulheres e crianças, e ao tráfico de ópio e outras drogas nocivas;... (link)

O Tratado de Versalhes, que a Alemanha foi obrigada a assinar em 1919, repete a mesma coisa no seu Artigo 23: 

O terceiro documento diretamente relevante à situação da Alemanha na segunda metade de julho de 1931 é o programa do Partido Trabalhista Nacional-Socialista da Alemanha, redigida por Hitler em 1920, cerca de um mês após a Alemanha assinar o Tratado de Versalhes. Ela exigia: 

2. Exigimos a igualdade do povo alemão com as demais nações, pela revogação dos tratados de paz de Versalhes e Saint-Germain

A revogação do Tratado de Versalhes significaria renunciar à submissão anterior da Alemanha ao controle e à restrição de suas indústrias química e farmacêutica por organizações habilmente infiltradas pelo Terror Branco Metodista americano. Os alemães percebiam nitidamente que os poderes legislativo, judiciário e executivo dos Estados Unidos andavam tão hipnotizados pelo proibicionismo absoluto mediante abstinência forçada que seria mera questão de tempo até que os gringos achassem como proibir até a cerveja na Europa inteirinha. Toda a economia mundial jazia em estrago geral por causa das leis exportadas pelos Estados Unidos - leis que criminalizavam a produção e o comércio entre pares de livre e espontânea vontade!  

Em 1930, na Alemanha e nos Estados Unidos, os eleitores começaram a votar exigindo o alívio das leis de proibição de substâncias. (link)

Um senador de Maryland mostrou que a cobrança da lei seca havia matado 800 americanos em nove anos — incluindo policiais, agentes, funcionários da alfândega e do Tesouro. A taxa de óbitos dos agentes da lei crescia e acelerava desde 1929, e cada edição dos jornais acrescentava novas mortes violentas à contagem. Os americanos tanto eram vítimas da sua própria 18ª Emenda quanto os alemães vítimas do Tratado de Versalhes. Vai que os eleitores alemães, elegendo o Hitler, dariam o exemplo -mostrando aos americanos como escapar das garras não só da sua própria emenda proibicionista como também das leis antidrogas cada vez mais abrangentes. Nenhum outro partido oferecia tal saída.

Já faz vinte e sete anos que comecei a publicar explicações sobre como as leis que proíbem a produção e o comércio provocam o colapso econômico. As pessoas ficavam perplexas, confusas e chocadas pela ideia de alguém sugerir tal coisa. Agora, pesquisando “leis abstencionistas e colapso econômico” retorna na língua inglesa cerca de 180 milhões de resultados — quase todos irrelevantes ou enganosos. Em português os resultados no Google mais espelham as lorotas exportadas pelo DEA e SOCOM. O que sobra no Brasil são bebidas e cigarros americanos, e o que falta no Brasil é um partido libertário.(link) * * *


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 Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 1930? Leia.

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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

13 de julho de 1931--Repressionismo quebra a Alemanha

 

A bolsa de valores da Alemanha sofreu queda em MAIO de 1927 quando incidiu IR sobre lucros extralegais; tornou a capotar em NOVEMBRO de 1928 quando Herbert Hoover foi eleito e o traficante Rothstein baleado. Caiu feio em SETEMBRO de 1929 quando a Liga das Nações planejou a limitação de muitas drogas, de novo em DEZEMBRO de 1929 quando a lei alemã classificou estimulante como entorpecente, e despencou no dia 13 de JULHO de 1931 com a assinatura da Alemanha na Convenção pela Limitação dos Entorpecentes. Estou usando o DeepL.com para ajudar nessa versão

Os jornais norte-americanos não repetiram a notícia velha dos opiáceos embalados em lã oriundos de Hamburgo em abril de 1931, ignorando inclusive a Convenção sobre Limitação de Drogas, assinada no dia em que a bolsa e o sistema bancário dos alemães entraram em colapso. No entanto, os funcionários do Bank of United States de Nova Iorque naquele momento continuavam a ser julgados por fraude bancária, sem um piu sequer sobre a meia tonelada de morfina que os federais acharam a bordo do transatlântico Alesia que atracou em 9 de dezembro de 1930, dois dias antes de o banco sofrer uma corrida fatal. Nenhum governo se prontifica para assumir que os bancos estão falindo por causa das suas leis proibicionistas. Os jornais preferem deixar os leitores tirar conclusões:

Naquela segunda, 13 de julho, Lawrence Journal-World, p1. FINANÇAS ALEMÃS AMEAÇADAS POR CORRIDA AOS BANCOS — Ajuda tem que ser pra já. Sackett escreve a Washington... Hindenburg assina decreto. O Reich se compromete a garantir as deficiências decorrentes da “ilíquidez” do Darmstadter. A Christian Endeavor resolve continuar a luta pela proibição... Buck Bradley condenado por incorrer na lei seca... (link)
Mas os fatos foram sugeridos na página 2, onde James Gerard, ex-embaixador do Presidente Wilson à Alemanha, comentou: “Se a Alemanha entrar em falência e o gabinete de Brüning cair, o país ficará à mercê dos comunistas e hitleristas”.(link) Gerard presenciou os eventos quando a Convenção Antidrogas de Haia — sua missão ampliada pela Lei de Harrison — transformou a guerrilha provocada pelo acúmulo do ópio parado nos Estados Balcânicos na Primeira Guerra Mundial.(link) Adolf Hitler, um reles cabo, participou sem ter ideia do que estava ocorrendo. Da mesma forma os proibicionistas da Christian Endeavor não faziam ideia de que suas leis violentas estariam, em 1931, levando a Alemanha novamente à autocracia, à instabilidade financeira e à guerra.

Na mesma folha do jornal, constava a situação naquele julho de 1931: (link)
CAPITAL ESTRANGEIRO DEIXA A ALEMANHA — Meio bilhão de marcos retirados nas últimas semanas — Nova Iorque, 13 de julho. — Agora é a vigília do Reichsbank: o forte banco central da Alemanha, lutando o que tem sido uma batalha perdida contra forças intangíveis de enorme poder, simboliza a luta econômica que a ameaça com a ruína financeira, batalha esta que, se perdida, teria efeitos a repercutir em todo o resto do mundo.
A causa imediata da crise é a retirada de enormes volumes de fundos estrangeiros do Reich. Por baixo disso, é claro, paira a questão das reparações de guerra, com suas incertezas e considerações políticas tanto no país quanto no exterior, suas condições de pagamento, seus problemas no comércio e das finanças internacionais. 
Antes da Grande Guerra, a Alemanha era uma importante credora de outras nações. ...

Aliás, antes daquela Primeira Guerra Mundial, a Alemanha competia com a Dow Chemical nos mercados de drogas e afins, detinha patentes da aspirina e da heroína e exercia grande influência em áreas consideráveis da China, Samoa e diversas colônias africanas--grandes consumidoras de drogas. As tripulações dos navios de guerra alemães assistiram do convés quando os americanos conquistavam Manila, impondo em 03MAR1905 leis fanáticas e abstencionistas aos habitantes das ilhas Filipinas--ato que provocou uma revolta sangrenta. Outra espectadora, a China, preocupada com as sua próprias revoltas sanguinolentas, persuadiu o presidente Theodore Roosevelt, mediante boicote comercial em 1905, a assumir o fardo do império chinês e livrar o mundo do comércio livre de bebidas alcoólicas e drogas.(link

O Presidente americano  Herbert Hoover havia morado na China durante a revolta dos Punhos Harmoniosos, sabia algumas frases de chinês e em 1931 arreou os EUA para puxar do atoleiro a anarquia cadavérica que restava dos herdeiros da finada dinastia numa espécie de Guerra Santa proibicionista contra a produção e o comércio em tudo quanto fosse substância--guerra essa promovida pelo seu herói republicano e progressista, Theodore Roosevelt. Legenda: Alguns dentre as várias lideranças da China.

Os EUA obrigaram os aliados da Alemanha a se submeterem às leis abstinentes no estilo chinês já nos acordos de armistício assinados em 1919. O presidente Hoover não precisava da Liga das Nações nem do Tratado de Versalhes, a não ser como alavanca para aumentar a pressão sobre a indústria farmacêutica alemã para expandir o proibicionismo global. A China aproveitou a generosidade dos EUA para pagar as contribuições em atraso de adesão à Liga e participar de comitês. De 1921 a 1931, a China, devastada pela atual guerra civil, tinha ali seus próprios representantes apoiados pelos EUA, que instavam o Comitê Consultivo da Liga sobre o Tráfico de Ópio e Drogas Perigosas a amarrar e impedir as empresas farmacêuticas alemãs, impondo-lhes exigências mesquinhas. Os europeus--carecas de saber que as agências da repressão de bebida e droga dos EUA matavam com avidez milhares de concidadãos americanos, impondo reclusão em outras dezenas de milhares e transformando grandes empresas de álcool, açúcar e bancárias em réus para responder em processos penais envolvendo calabouço, interdições, multas salgadas e confiscos fiscais, inclusive de iates de luxo e transatlânticos--andavam de lado olhando pro chão.

Os europeus, arcando com pagamentos de juros e empréstimos obtidos do governo Wilson na Primeira Guerra Mundial, olhavam arregalados enquanto a Convenção Antiópio de Haia de 1909 gerava poderes e cobranças adicionais. “Negros cocainômanos” inventados por jornalistas como bicho-papão, levaram os políticos a aprovar a Lei de Harrison, que logo foi interpretada como inclusive proibição de estimulantes, pichados como narcóticos. As folhas de maconha seguiram as folhas de coca, marcadas a ferro quente, vítimas de emendas que aceleravam a legislação rumo à Primeira Guerra Mundial. Terminada a guerra, os Estados Unidos, frustrados com a resistência à lei seca e vudu que não conseguiam incluir na convenção da Haia, intimidaram a Grã-Bretanha a formar a uma convenção separatista dedicada  proibir todo um leque de substâncias além do ópio, sob a bandeira da Convenção de Genebra de 1925. Finalmente, a Alemanha — líder mundial na produção de morfina em suas inúmeras formas, da cocaína feita a partir da coca neerlandesa cultivada principalmente em Java e Sumatra, e desenvolvedora da mescalina sintética durante a Primeira Guerra Mundial — via-se cercada por concorrentes aliados a burocratas bedelhos da Liga. Liderando essa ofensiva galopava Harry Anslinger, comissário do novíssimo Departamento de Narcóticos dos Estados Unidos, que elaborava mais legislação violentamente vinculativa para minar ainda mais a grande indústria remanescente da Alemanha

E foi assim que, nesse mesmo dia da desastrosa capitulação da Alemanha ao proibicionismo sino-americano, o ex-embaixador Gerard menciona em voz alta o nome do político xenófobo e anti-Tratado de Versalhes cujo partido nacional-socialista crescera nas eleições de 1930 até se tornar o segundo maior de toda a Alemanha: Adolf Hitler. Os executivos das grandes empresas químicas e farmacêuticas alemãs — à beira do abismo — calcularam que esse demagogo do cristianismo pugnaz seria a sua única esperança de escapar do cerco da Liga e das imposições e cobranças das conspirações industriais e proibicionistas tocadas pelos Estados Unidos. As contribuições para as burras da campanha nazista, que antes pingavam, agora jorravam...

* * *

Leitura interessante: The Latin American Narcotics Trade and American National Security (O comércio de narcóticos na América Latina e a segurança nacional americana) é um compêndio de estridentes artigos de propaganda proibicionista produzidos durante as campanhas “Just Say No” (Diga Não), “War on Drugs” (Guerra às Drogas), “Zero Tolerance” (Tolerância Zero) e “Drug-Free America” (América Livre de Drogas) de Reagan-Bush, que prenunciavam o Crash de 1987. Catada por Donald J. Mabry durante a recessão e a crise de desemprego que se seguiram, quando a DEA invadiu vários países da América do Sul, a coleção foi outro toque de clarim bélico — desta vez para invadir e conquistar o Panamá como trama para resgatar dólares do exterior. Afinal, depois da Guerra da Lei Seca de Herbert Hoover destruir a economia dos Estados Unidos e da Alemanha, os saques repentinos de depósitos e ouro deram na elaboração da moratória bancária nacional, que incluía o confisco pelo governo de todo o ouro restante. Hoover, já sem poder, entregou esse plano ao novo presidente Franklin Roosevelt um dia antes da posse, e FDR — que havia visto a "moratória" de 1931 amassar a lataria da economia global — optou por chamá-la de feriado bancário

O proibicionismo violento do Nixon, meio século depois, tornou a meter os grilhões nos EUA. O país foi forçado a abandonar o padrão-ouro devido à diáspora de dólares de repente apresentados em troca por ouro. Quando a compilação de Mabry foi lançada para preparar o público para outra Guerra Santa da Abstinência, ela sem desconfiar incluiu o grosso das provas e evidências necessárias para mostrar que as leis desnorteadas que criminalizam a produção e o comércio inevitavelmente levam ao pânico, colapso, desestabilização econômica, hiperinflação e guerra. Após a invasão e saque do Panamá, as bibliotecas retiraram-na de suas coleções e eu acabei achando um exemplar barato. A coleção apresenta um registro detalhado da forma como os fanáticos conseguem aprovar uma lei “razoável” e, a seguir, prosseguem à sua “alteração”, a fim de contornar a proibição constitucional das leis retroativas. A mutação que resulta arrasta a economia à ruína. Essa mesma receita foi seguida com a Convenção sobre a Limitação de Narcóticos da Liga das Nações, que levou Hitler ao poder e provocou outra Guerra Mundial. Os registros da Liga das Nações também revelam como a régie francesa do ópio, no que logo mais tarde se tornou o Vietnã, foi — pela receita da Convenção de Limitação — absorvida por algo que Harry Anslinger descreveria nos seus livros como uma monstruosa conspiração comunista de narcóticos. Isso está descrito preto no branco na coletânea do Mabry e nos próprios trabalhos do Anslinger. Relatam, sim, uma estória, só que nada parecida com a que pretendiam.

Agradeço a mão na roda dada pelos alemães que programaram o - DeepL.com



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