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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Lysander Spooner, fascículo 8

Votação após a Guerra da Secessão (link)

 Continua o argumento de Lysander Spooner, muito decepcionado com o proceder do governo da União que ocupava à época os estados que reverteram para a antiga confederação que vigorava antes de aprovada a nova Constituição.

2. Existe outro motivo pelo qual o pagamento dos impostos não implica em consentimento ou compromisso de apoiar a Constituição. É que o contribuinte não sabe, e tampouco tem como conhecer, quais são os indivíduos que compõem “o governo”. Para ele, “o governo” é um mito, uma abstração, uma incorporealidade com a qual não há como entrar em contrato e à qual não há como dar consentimento ou jurar compromisso. Conhece-o apenas por intermédio de seus presuntivos agentes. “O governo” em si ele nunca divisa. É verdade que sabe, por ser noticiado, que a determinadas pessoas de certa idade, é permitida a votação; podendo estas então tornar-se integrantes, ou (por opção) adversárias, por enquanto, do governo. Mas quem dentre elas exerce, destarte, o voto, e sobretudo como vota cada uma (se é em apoio ou em oposição ao governo), ele nunca sabe, uma vez que a votação é feita em segredo (por voto secreto). Quem, portanto, compõe na prática “o governo”, não há, por enquanto, como saber. Daí, é claro, não pode o contribuinte lavrar contrato com eles, dar-lhes consentimento ou comprometer-se a apoiá-los — isto é –, a apoiar “o governo” ou a Constituição.

3. Sem saber quais são os indivíduos específicos que se denominam “o governo”, o contribuinte não sabe a quem paga os impostos. Tudo o que sabe é que lhe chega um homem que se representa como sendo agente “do governo” — ou seja, o agente de um bando secreto de assaltantes e assassinos, que se arrogam o título de “o governo” e que resolveram matar todos que se recusarem a pagar-lhes o dinheiro que cobram. Para salvar a vida, entrega seu dinheiro a este agente. Mas como este agente não revela ao contribuinte as identidades dos seus principais, este, depois de abrir mão do dinheiro, não fica mais inteirado sobre quem constitui “o governo” — ou seja, quais os assaltantes –, do que estivera antes. Dizer, portanto, que ao passar o seu dinheiro para o agente destes, celebrou livremente um contrato com eles, que se compromete a obedecê-los, a apoiá-los, a entregar a eles qualquer dinheiro que possam vir a lhe cobrar no futuro, não passa de ridículo.

4. Todo o chamado poder político se sustenta nesta questão de dinheiro. Qualquer corja de salafrários, endinheirados o tanto, pode se estabelecer como “governo”; pois com dinheiro, pode contratar soldados, e com soldados extorquir mais dinheiro — bem como compelir que se obedeça. É assim no governo como dizia César que era na guerra, que o dinheiro e a soldadesca se apoiavam um ao outro; que com dinheiro contratava-se soldados e com soldados extorquia-se dinheiro. E negada a sua autoridade, o primeiro uso que fazem do dinheiro é contratar mais soldados para matar ou subjugar aos que lhe recusarem mais dinheiro.

***

Em todo o discurso do Spooner o que não aparece é nenhuma realidade externa. Em 1868 havia governos e até algumas constituições pelo mundo afora. Todos eles, a julgar pelo movimento de migrantes, eram bem piores do que aquele que limitava os poderes do Estado mercantilista americano. O eleitor agora escolhia entre partido que--dos dentes pra fora--queria tratar os ex-escravos como cidadãos, e partido contrário a isso. As terceiras alternativas partidárias sumiram. Assassinos do ku-klux klã matavam cobradores de impostos, explodia violência de coletivismo racial em Tennessee e até o presidente Andrew Johnson vinha sendo impeachado. 

Cuba travava uma guerra civil que levaria uma década para fracassar. O shogunato do Japão vinha sendo derrubado com mais rapidez. Explodiam batalhas na Abissínia e no Uruguai e a França declarou guerra em rixa com a Alemanha enquanto a rebelião Nian na China resistia, apedrejando ingleses. A guerra do Paraguai continuava, e o General Sherman, cujo arrasamento de tudo atravessando a Georgia derrotara de vez os confederados, agora travava guerra genocida contra a confederação anarquista da Comancheria, que se estendia do norte do México até Canadá, passando pelo que seriam dez estados da União após a hecatombe.(link) Os comanches--único exemplo anarquista a durar dois séculos--não resistiram o mercantilismo mecanizado.

Repare que as mazelas apontadas pelo Spooner existiam no planeta inteiro, sendo muito piores em todos os demais territórios. O primeiro vestígio da ideologia libertária, as obras de Bastiat, completavam 28 anos e se afogavam na expansão do comunismo, que fazia 10 anos--isso 75 anos após o jacobinismo das guilhotinas francesas. 

(Continuação no Fascículo 9 onde ele volta a essa questão do dinheiro)

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sábado, 25 de abril de 2020

Todo Anarquismo Sempre Falhou

Anarquista: comunista assassino invasor de bomba e punhal!
Governo, s.m.: comunidade humana que (com sucesso) reivindica o monopólio sobre o uso legítimo da força física dentro de determinado território. (Weber, 1919)

A definição weberiana de governo exige limite territorial (fronteira), a capacidade de resistir invasões e defender os direitos (braço forte), e successo! Esse último requisito pulveriza os devaneios utópicos que tanto ocupam o tempo dos desempregáveis.(link

A pergunta favorita dos saqueadores que querem constranger um candidato libertário é "existe algum governante neste mundo que você admira?" Traduzindo, "você admira algum político salteador?" E é claro que a resposta é não, pois nem mesmo o governo que melhor funciona, a dos EUA--com constituição menor do que 8000 palavras--atinge a altura dos nossos ideais. Quanto mais palavrório na constituição, menor o PIB per capita do país.(link)

Essa armadilha é velha. Era usada para constranger os socialistas antes e depois da Grande Guerra. O saqueador, para responder, teria que identificar a Rússia comunista ou Alemanha nacionalsocialista como seu ideal--ou na alternativa confessar que nenhum país existente chegava aos pés da hecatombe de carnificina, suicídio e escravidão que o devoto do altruísmo realmente almeja. O libertário que responde que não admira agressores é tachado de extremista.(link

E quem já debateu saqueador entende que eles, os fascistas e comunistas, se odeiam mutuamente--mesmo sendo da mesma fé e sé. Se você apontar algum defeito num governo coletivista--tipo milhões de ucranianos, cambodianos ou judeus exterminados--mudam de assunto recitando que aqueles governos "não eram o verdadeiro" socialismo, fascismo ou comunismo.(link

Mas o anarquismo foi doutrina de um punhado de comunistas que se destacavam dos demais apenas pelo seu exagerado amor à violência. Isso os mercantilistas perceberam ululando de alegria. Antes de 1900 "anarquista" era o rótulo envenenado que matava tudo em que grudava. Para testar essa hipótese basta procurar "arnychists" e ser confrontado com a mais sutil propaganda em defesa dos comunistas e seus correligionários--que já naquela época eram merecidamente pichados com o rótulo mortal.(link)

Existiu sim um país perfeitamente anarquista onde hoje existem os EUA. Os comanches aprenderam a cavalgar com os espanhóis, e durante 200 anos estabeleceram domínio sobre enormes fatias do Texas, Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado--do México ao Canadá. Anarquistas perfeitos, não possuíam noção de fronteiras. Invadiam o México e chacinavam os brancos que se estabeleciam nos seus paradeiros. Resultado? Tropas federais garantiram o massacre dos búfalos e das aldeias que descobriam. O genocídio foi quase total, mas esse é o melhor exemplo do resultado do anarquismo.(link

Os conservadores do fascismo obscurantista reanimaram--juntamente com os comunistas--a ideologia morta-viva do comunismo anarquista por não ter como se defenderem do partido libertário. Os fascistas e republicanos proibicionistas ululam de alegria toda vez que um anarco-comunista sai travestido de "libertário".  Quem se descreve como Ancap e afins é comunista-zumbi de longa data ou massa de manobra iletrada cuja função é tanto envenenar o clima que as pessoas passam a dar um dispensão no partido libertário--sem ler uma palavra sequer do programa que nos conquistou 12 milhões de votos (4,5M só no pleito presidencial) em 2016. Isso sim, é spoiler de sangria desatada!


A fatia libertária do voto está crescendo a 80% ao ano nos EUA
Aliás, foi o conservador místico Richard Nixon que inventou o Fundo Eleitoral assaltando o povo pra pagar a mídia fake para ignorar o Partido Libertário. Isso ele assinou nas mesmas 24 horas em que o partido libertário se oficializava como concorrente da cleptocracia. É vergonhoso admitir, mas a própria Ayn Rand em 1972 defendeu o voto pelo Nixon, de tão revoltada pelos impostores anarquistas de penetra que se chamavam de "libertários".(link)

São os fatos.  


Basta ter partido libertário (mesmo fabiano) e votar nele. Ou se preferir, saia por aí procurando um partido "anarco-X" e verá que são todos eles comunistas recheados de otários bocudos sem programa, candidatos ou eleitores. Antes só do que mal-acompanhado...

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