Música iluminada...
Jerry Garcia, fundador da banda psicodélica The Grateful Dead, contou que na eleição de 1984 ele se recusou a votar no Walter Mondale ou Ronald Reagan. Garcia disse que votou apenas uma vez na vida e com muito desgosto. Seu voto foi contra o partido republicano do Barry Goldwater muito mais do que "a favor" do Johnson, o bombardeiro de primitivos que assumiu a presidência após o assassinato do Kennedy. Na visão anti-agressiva e lisérgica do Garcia, cada indivíduo é um universo de uma pessoa só. A banda inteira era individualista e nenhum deles se envolvia em campanha eleitoral de meliante de A Cleptocracia careta bipartidária e subsidiada. ISSO é individualismo.
Pressionado por um torcedor entusiasta da facção democrata da Cleptocracia saqueadora binária, Garcia respondeu.
- Eu temo o Mondale tanto quanto temo o Reagan. Eu acho que Mondale tem dentro de si a capacidade de realmente fazer uma cªgane!ra muito ruim das coisas...
Mas emendou que o maior perigo do Reagan seria a sua capacidade de nomear juízes anti-liberais ao que, desde 1984, de fato se tornou A Supremacia, com contumaz falta de apreço pela Carta de Direitos.
O mesmo torcedor da Cleptocracia, frustrado que Jerry não se tornaria conivente dos saqueadores que ele preferia, logo atalhou acusando a banda inteira de defender uma política estranha e "anarquista" ou anti-autoritária. Isso faz parte do roteiro dialéctico socialista. Os nacional-socialistas religiosos, hoje mascarados como "a direita" são a mesma coisa que os internacional-socialistas laicos. Ambas correntes fingem--até enganarem a si mesmos--que essas duas versões do altruísmo saqueador, quase idênticas, seriam diferentes, contrárias, tanto assim que quem não é um nem o outro é por eles taxado de indeciso, corrupto, vacilão entre extremidades de uma linha unidimensional. Jerry Garcia não caiu nessa.
A verdade é que os fascistas e comunistas são a mesma coisa--saqueadores e assaltantes que usam o altruísmo com toda sinceridade para justificar seus atos de agressão, assalto, terrorismo, guerra e genocídio. A diferença é que uns querem sacrificar pelo menino Jesus e outros pelo martírio de algum comunista enforcado ou fuzilado, ou "pelos pobres", e por aí vai. Jerry Garcia não caiu nessa armadilha, mas observou que quase existiu uma alternativa a esse beco-sem-saída. Comentou que evitar com certo desligamento ambos partidos caretas já era por si só uma declaração política, e reparou que alguém uma vez disse algo engraçado sobre essa atitude polarizada de nós contra eles.
- Quero dizer, que eu rezei por aquele terceiro caminho, tá ligado? E talvez seria, talvez fosse possível que acontecesse alguma outra coisa, só que não deu. Alguma outra coisa estava, tipo, procurando acontecer, só que não se materializou. Seria sido aquele resultado improvável, teria sido aquela possibilidade pulo do gato que teria eliminado essa polaridade "nós e eles", só que essa coisa que realmente tinha que acontecer não deu. E não precisava ter sido assim, só que a tendência é essa; surge alguém sempre que volta àquela coisa de nós ou eles. ...
Jerry Garcia, e toda a nossa tribo na verdade, não pensava em termos políticos. Nós não entenderíamos das leis, nem sequer a definição ou atribuições legítimas de governo em 1970. Garcia divagava:
- Quero dizer, toda essa ideia de governo é tipo um ardil. Se alguém que achar que realmente está governando é bobo, sabe? E... e se acontecer, emana apenas daquela coisa de quem tiver a maior ameaça, e isso nada mais é do que botar medo nas pessoas, arrebanhando-as. Isso de forma alguma é governar, pois existe apenas a nação de uma só pessoa, tá me acompanhando? Cada pessoa é uma nação. Quero dizer que as pessoas... que há muita coisa numa só pessoa; com o ácido aprendi, se aprendi algo, que as pessoas não possuem limites, tá sabendo? que há mais em cada pessoa do que você poderia chegar a imaginar, tá por dentro? Nunca você conseguiria... Não é inteligente tentar moldar as pessoas em grumos, não é assim que elas prosseguem. Cada pessoa individual, tem ali coisa demais, há nela detalhes demais da conta, muita individualidade. Não dá para ignorar tudo isso, a pessoa individual não consegue ignorar, a pessoa que está ali dentro não consegue, tá ligado? Ela não consegue se desgrudar da pessoa que é, tá vendo? E a única coisa que me parecia realista era respeitar cada pessoa como universo individual, viu, realmente, isso está mais ou menos de bom tamanho, viu? Eu não conseguia ver como daria para sacar como outra coisa que não isso sem você estar enganando a si mesmo sobre o assunto, entendeu? Quero dizer que mesmo os governos que existem, tal como são, não passam de estruturas bobas, tá sabendo? E se eventualmente se impõem na atenção ou na vida ou consciência da pessoa é na forma de algo sem sentido, estranho e inacreditável que não há como evitar de lidar com aquilo, né? ...e não é assim que as coisas deviam ser. Afinal, toda essa evolução nos tornou, ...as pessoas são superiores a isso, não somos partidários dessa besteira toda...
Como éramos ingênuos! Como éramos pasto para os escravagistas em pele de cordeiro. É por esse motivo que os músicos, artistas, milicas, pastores, bandidos... que não sabem definir, governo--nem mesmo o que é um direito--que dirá distinguir entre o bem e o mal ou apontar um padrão como a pedra de toque dos valores éticos, não são os melhores orientadores nessas questões filosóficas. Só que nos debates acalorados a altas horas da madrugada, entravam as ideias de Robert Heinlein, Ayn Rand, Lysander Spooner, Aldous Huxley, H.L. Mencken, Ambrose Bierce e Eric Frank Russell, e dessas nasceu o partido Libertário. Fomos o terceiro ou quarto partido nada comuno-fascista a surgir da época, e Jerry Garcia, ao que parece, apenas suspeitava da nossa existência.
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Boa leitura: A Riqueza das Nações, de Adam Smith. Estava em desconto nas Livrarias Curitiba. A patroa (economista) e eu queremos examinar de perto a tradução dessa obra que tanto inspirou os Inconfidentes de Minas. Na primeira linha da primeira página do prefácio consta que Smith teria morrido 16 anos antes da publicação do livro! Foi um alívio folhear e descobrir que mais adiante acertaram a data da morte do ilustre professor liberal... que o Todo-Poderoso Dólar o tenha.
Outra boa leitura é desse resumo da formação do jovem Smith, pelo cartunista Peter Bagge na revista Reason. (link)
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Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 30? Leia.
Para melhorar o seu inglês, nada como a minha polêmica tradução de Monteiro Lobato: America's Black President 2228. Na Amazon (link)
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