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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Endereços em ingrêiz

 

Qual é o seu endereço? é o tipo de pergunta que juiz faz no foro da migra. Só que as respostas muitas vezes parecem que vêm do planeta Marte. 

Um responde 136 Vúsi Treat. O foro é em Massachussetts onde uzóme identificam canadense que fala sem sotaque perguntando "how do you spell that State?" (Soletra pra mim?) No Vúzi o interprete confessa pro juiz que num intendeu ni puta desse nome de rua. Funcionário foi ler a conta de luz... Worcester Street! Cuja pronúncia é Wooster/Wúster. Chato é que aquele molho para carnes, Worcestershire, pronunciam do mesmo jeito. Americano que não mora em Massachusetts acha que a pronúncia do molho ou vila seria Uor-SES-te-xair.  

Noutra audiência, mesmo estado, mesma pergunta: Você mora adonde? E a resposta: 
"Cuínz". O intérprete pergunta "Queens"? Mas não é nada disso e sim Quincy!

Em outro estado peão responde que mora em Núrqui. Depois da diligência de sempre a gente descobre que não é nome russo e sim Newark, New Jersey! 

E tem disso no Canadá. Quando a gente ia lá se esconder to alistamento ou das caçadas de bruxa torquemadistas no tempo do Nixon, policiais da cavalaria perguntavam como se soletra Saskatchewan!


O problema é que neném em cada país adquire surdez seletiva, antes de completar um aninho, tentando divisar o que os pais estão dizendo. A gente filtra para não ser despistado por sons que não transmitem informação no idioma de papai e mamãe. Quem provou isso foi a Profª Janet Werker da Universidade da British Colombia no Canadá.(link

Aprender a captar, ouvir a pronúncia, é o segredo da sobrevivência em outros países. 

*-*-*

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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Livre o Mercado de Erros

 


No Mercado Livre a especificação dessa trena era largura de 25mm, e foi porisso que comprei logo três. Chegaram trenas de 3/4 de polegada (19mm), que também são muito úteis. Mas não são a mesma coisa. A propaganda foi mentirosa. 

Eu mesmo ofereço MONEY-BACK-GUARANTEE para traduções certificadas para consumo por órgãos dos governos americano, canadense e australiano. Se oficial da migra, ou da escola, ou de empresa que contrata profissionais cismar que a minha tradução está malfeita, errada ou de nível menos que profissional eu devolvo o dinheiro ou conserto a coisa. A diferença é que eu não minto acerca das especificações. 

Achar que eu vou confiar novamente nos mesmos vendedores é uma injúria. Nunca mais a Yoneda vai me vender coisa alguma. É como o ditado russo: Fool me once, shame on you. Fool me twice, shame on ME! Acaba de chegar um pedido com Eirelli nos papéis, tudo nos conformes. Só não sei se é relacionada com a outra empresa. 

***

Outra coisa que faço é defender os direitos dos brasileiros agarrados pela migra. Em 26 anos nessa praça ajudei milhares de estudantes, imigrantes, peticionadores de vistos e tal com traduções. Nunca nenhum se deu mal. Só que também trabalho de plantão como intérprete em causas de gente que foi agarrada pela migra. 

Tenho simpatia. Já estourei visto por descaso e desligamento, paguei multa, tive que pedir extensão e sei como o réu se sente. Mas não se dar o trabalho de aprender a pronunciar o seu endereço nos EUA dá na vista. Taxista, motorista de aplicativo, policial curioso, até carteiro espera que a pessoa saiba pelo menos dizer onde mora. Mas o brasileiro detido na detenção da migra, via de regra, não tem a mínima noção de como os vizinhos pronunciam o nome da rua, bairro, cidade - nem número de casa! Chegam na presença de juiz sabendo balbuciar apenas incoerências sem pés nem cabeça. É o tipo de coisa que  dá uma má impressão que só aumenta a chance de ser mandado embora - até mesmo por uma questão de segurança da pessoa tão despreparada para morar no estrangeiro! Aprender o alfabeto é um bom começo para evitar entrar nessa fria. Repita mil vezes até dominar com pronúncia perfeita: 


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domingo, 24 de junho de 2018

Ensinando palavrão


Na Escola Britânica de Teresópolis os garotos novos, recém-chegados dos EUA ou Reino Unido perguntavam como pedir mais bóia nas refeições. Nada mais normal do que a gente ensinar palavrão em vez de arroz, feijão ou ensopado. 

O problema é que sempre voltavam felizes, com o prato feito, e nunca ocorria convocação ao auditório para fustigantes sermões sobre respeitar os preceitos corretos do idioma. Todas as demais besteiras que a gente armava cedo ou tarde davam auê, mas esses trocadalhos não. O jeito era investigar. 

O garoto novo queria pedir mais arroz com ensopado, foi instruído com besteira do mais vulgar e saiu rumo ao palcão da cozinha. Fui seguindo de prato na mão para assistir de camarote o resultado. Chegamos lá, o rapaz balbuciou as besteiras que ensinaram, e as cozinheiras calmamente apontavam os artigos no fogão, mostrando até conchadas dos ítens tipo feijão ou roupa velha, sempre de olho na expressão do trouxa para identificar os ítens corretos do cardápio. Esse saiu feliz da vida com o prato e ainda orgulhoso de ter dominado tão rápido a pronúncia brasileira. 



O trote já era tão manjado na década de 60 que não teve o menor efeito. Aliás, pode até ter facilitado o trabalho das moças na cozinha. Afinal, todos sabem que o que estrangeiro aprende a pronunciar bem é palavrão. Se os coitados chegassem na cozinha tentando pedir alfaçe, almôndegas ou couve e massacrando a pronúncia, as moças nem saberiam como atender. Já, besteirol--isso sim era o sinal para mostrar o cardápio pictorial e deixar o enganado escolher à dedo. 

Agora o mesmo trote passado por brasileiros na Rússia é tratado como novidade

Para traduções juramentadas ou certified translations, procure pelo Speakwrite.


Para entender a Grande Depressão dos EUA--basta ler. 

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Na Amazon:  A Lei Seca e o Crash. Todo brasileiro entende rapidinho o mecanismo desta crise financeira de 1929. Com isso dá para entender as de 1893, 1907, 1987, 2008 e os Flash Crashes de 2010 e 2015.


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