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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Lysander Spooner, fascículo 13

 

Qual desses hoje é juiz "conservador" do Supremo?

Lysander Spooner, anarquista ou libertário? Fascículo 13

Depois da Guerra da Secessão os estados Sulistas foram ocupados por tropas federais. Impostos eram cobrados no Norte e no Sul com igual rispidez e ameaça de morte.  Lysander Spooner, advogado anti-escravagista de Boston, horrorizado com a guerra e a “Reconstrução”, teimou em apontar as vulnerabilidades da Constituição. 

VII

         Está claro então, que com base em princípios gerais de razão e direito ‑‑princípios, estes, pelos quais sempre nos guiamos nos foros de justiça e no cotidiano‑‑, a Constituição não é nenhum contrato; não compromete a ninguém, bem como nunca comprometeu a ninguém, e que todos que pretendem agir com base em sua autoridade, na verdade agem sem base em autoridade alguma; que com fundamento em princípios gerais da razão e do direito, não passam de simples usurpadores, e que toda pessoa tem não apenas o direito, mas também a responsabilidade moral de tratá-los como tais.

Se o povo deste país deseja manter um governo tal como descreve a Constituição, não há motivo algum que os impediria de assinar o instrumento, assinalando assim, abertamente, o seu desejo; de maneira tal que o senso comum e a experiência da humanidade mostram ser razoável e necessário em semelhantes casos; e de tal maneira a se responsabilizar (conforme deviam) individualmente, pelos atos do governo. Mas o povo jamais foi convidado a assiná‑lo. E o único motivo pelo qual jamais fora convidado a assiná-lo tem sido justamente a certeza de que jamais o assinariam; que as pessoas nunca foram otárias ou tratantes a ponto de desejar assiná-lo; que não é (pelo menos, segundo vem sendo praticamente interpretado) coisa que uma pessoa sensata e honesta desejaria para si; e tampouco coisa que tenha direito a impor em outrem. Na ética, no que diz respeito a intenções e propósitos, é desprovido de obrigação na medida exata que são desprovidos as negociatas que fazem, entre si, sem nunca assiná-las, os bandidos, ladrões e piratas.

Se um número apreciável dentre este povo acredita que a Constituição seja boa coisa, então porque não o assinam eles mesmos, lavrando e administrando legislação lá entre si, e deixando em paz os demais (que não interferem com eles)? Enquanto não tiverem realizado a experiência eles mesmos, onde é que acham cara de impor a Constituição ‑‑ou mesmo de recomendá-la‑‑ a outrem? É evidente que o motivo de conduta tão absurda e incoerente deve ser que querem a Constituição, não apenas para algum serviço honesto ou legítimo que possa prestar a eles ou outros, mas sim pelo poder desonesto e ilegítimo que esta os concede sobre as pessoas e propriedades alheias. Não fosse este último motivo, não haveria esse louvor da Constituição, essas exortações, esse tanto de dinheiro gasto e sangue derramado para sustentá-la.

*** Continua no fascículo 14

Obs. Outra coisa que não se menciona é que após a derrota dos ingleses, que foram se apoderar da Índia, a Europa continuava a fervilhar de guerras e cabalas. Um ano antes de ratificada a constituição, mouros e cristãos digladiavam, e os 10 países já metidos em escaramuças, cogitando guerras adicionais, contavam com 356 navios de guerra e 1.040.000 tropas de uma população global de 1 bilhão. Travava-se uma revolta sangrenta em Massachussetts entre agricultores individados e os cobradores dos impostos territoriais. Isso tudo ocorria 81 anos antes de Spooner molhar a pena para criticar a constituição sem compará-la com os planos de governo concorrentes. 

Enquanto Spooner escrevia, os autóctones americanos vinham sendo massacrados e tropas britânicas e indianas massacravam etíopes. Japão estava em guerra civil e o presidente americano foi impeachado. Porto Rico tentou se livrar do governo espanhol e perdeu e revoltas igualmente sanguinolentas pipocavam no estado de Louisiana, tocados por coletivistas brancos. A Guerra do Paraguai... bem, dessa o leitor já sabe. 

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Lysander Spooner fascículo 12

 

Fiéis do klã atacando outra seita


Lysander Spooner, anarquista ou libertário? Fascículo 12

VI

Não é exagero, e sim a verdade literal dizer que, pela Constituição – não conforme a interpreto eu, mas segundo interpretação dos que pretendem administrá-la – as propriedades, liberdades e vidas do povo americano como um todo ficam entregues, sem reservas, às mãos de homens que, conforme o disposto na própria Constituição, nunca poderão ser “questionados”, em qualquer outro lugar, acerca de qualquer disposição que daqueles fizerem.
Assim mesmo a Constituição (Art. I, Seç. 6) prevê que “(os deputados e senadores) não serão questionados, em qualquer outro lugar, acerca de suas palavras ou debates (ou votos) em alguma das Câmaras.

Aos senadores e deputados é dado todo poder legislativo (desde que ajam por votação de dois-terços);d e esta cláusula os mantêm imunes de qualquer responsabilidade pelas leis que fazem.

A Constituição também os capacita a assegurar a execução de todas as suas leis, outorgando lhes o poder de reter os salários e remover, mediante impeachment, todo e qualquer oficial judicial e executivo que se recusar a executá-las.
Assim sendo, todo o poder do governo resta nas mãos destes senadores e deputados, sendo eles isentados de toda responsabilidade pelo uso que dele fazem. O que isso representa senão poder absoluto e irresponsável?

Também não cabe como resposta a esta perspectiva dizer que estes homens estão sob juramento para utilizarem do seu poder somente dentro de certos limites; pois o que interessa a eles, ou até onde deveriam eles se interessar por compromissos juramentados ou limites, quando está expressamente determinado, pela própria Constituição, que eles nunca serão “questionados” ou tampouco responsabilizados de forma alguma, pela violação de seus compromissos ou pela transgressão destes limites?

Tampouco tem cabimento, como réplica a esta visão, dizer que os indivíduos detentores deste poder podem ser substituídos a cada dois a seis anos; pois o poder de cada conjunto de homens é absoluto pela duração de seu mandato; e ao perderem este mandato, são substituídos justamente por homens cujo poder seria igualmente absoluto e irrefreado.

Tampouco é réplica a esta perspectiva dizer que os homens detentores deste poder absoluto e irrefreado devem ser escolhidos pelo povo (ou alguma parte deste) para detê-lo. O escravo não deixa de ser escravo por ser permitido escolher, uma vez por termo de anos, novo amo ou senhor. Tampouco fica diminuído o estado de escravatura do povo ao qual se permite, periodicamente, a escolha de novos feitores. O que os faz escravos é o fato de estarem, e de que para sempre estarão, nas mãos se homens cujo poder sobre eles é, e será sempre, absoluto e irresponsável.

O direito de domínio absoluto e irrefreável é o direito de propriedade, e o direito de propriedade é o direito de domínio absoluto e irrefreável. Os dois são idênticos; este necessariamente implicando naquele. Um não pode existir sem o outro. Se é que o Congresso têm aquele poder legiferante absoluto e irrefreável que a Constituição – segundo sua interpretação do mesmo – lhes dá, só pode ser porque são eles os donos da gente enquanto propriedade. Se realmente nos possuem como propriedade, são nossos senhores, sendo sua vontade a lei. Se é que não nos possuem como propriedade, não são nossos feitores, e sua vontade, como tal, não acarreta autoridade sobre nós.

Mas estes homens, que avocam e exercem este domínio absoluto e irresponsável sobre nós, não se atrevem a ser coerentes, proclamando-se ou nossos amos e senhores, ou então nossos donos como propriedade. Se declaram apenas nossos criados, agentes, procuradores e representantes. Mas tal declaração envolve um absurdo, uma contradição. Não há quem possa ser meu criado, agente, procurador ou representante, e ao mesmo tempo ser incontrolável por mim, e não responder a mim pelos seus atos. De nada importa que o tenha nomeado, e posto em sua mão todo o poder. Desde que o tornei incontrolável por mim, e não responsável a mim, deixou então de ser meu criado, agente, procurador ou representante. Se cedi a ele o poder absoluto, irrefreável, sobre a minha pessoa, fiz dele o meu senhor, me cedendo a ele como escravo. Pouco importa que o tenha chamado de feitor ou criado, agente ou senhor. A única questão é: qual o poder que pus em suas mãos? Foi poder absoluto e irresponsável? ou limitado e responsável?

Existe ainda outra razão pela qual não são eles os nossos criados, agentes, procuradores ou representantes. Esta razão é, que nós não nos responsabilizamos pelos seus atos. Se um homem é meu criado, agente ou procurador, de fato assumo eu a responsabilidade pelos atos que praticar dentro dos limites da autonomia que a ele concedi. Se é que lhe cedi autoridade, como meu agente, com poder absoluto, ou qualquer poder que fosse, sobre a pessoa ou propriedade de outrem, torno-me por conseguinte responsável àquelas pessoas por quaisquer danos que este possa lhes causar, desde que aja dentro da alçada dos poderes que nele investi. Mas nenhum indivíduo que possa ser lesado em sua pessoa ou propriedade pelos atos do Congresso, tem o direito de abordar aos eleitores individuais e fazer com que eles se responsabilizem pelos atos de seus chamados agentes ou representantes. Esse fato prova que tais pretensos agentes do povo, ou de todos, na realidade são agentes de ninguém.

Sendo verdade então que ninguém é responsabilizado individualmente pelos atos do Congresso, os membros do Congresso não são agentes de pessoa alguma. E não sendo agentes de pessoa alguma, são eles, então, os responsáveis, como indivíduos, pelas suas ações e pelos atos praticados por todos a quem empregam. E a autoridade que exercem é simplesmente a sua autoridade enquanto indivíduos; e pela lei natural a suprema entre as leis , qualquer pessoa lesada pelos seus atos, qualquer um por eles desfalcado de sua propriedade ou liberdade, tem o mesmo direito de cobrar deles que se responsabilizem, que tem de responsabilizar individualmente a qualquer outro transgressor. Tem o mesmo direito de resistir a eles, e aos seus agentes, que tem de resistir a quaisquer outros transgressores.

Continua no próximo fascículo…

Observaçoes: a 14ª Emenda, votada pelos estados que ganharam a Guerra da Secessão, tem várias partes. A 3ª, que serviu de alicerce à recente tentativa dos partidos comunistas de impedir retroativamente o cidadão particular Trump, segue: 

3. Não poderá ser Senador ou Representante, ou eleitor do Presidente e Vice-Presidente, ou ocupar qualquer emprego civil ou militar subordinado ao Governo dos Estados Unidos ou de qualquer dos Estados aquele que, como membro da legislatura de um Estado, ou funcionário do Poder Executivo ou Judiciário do referido Estado, havendo jurado defender a Constituição dos Estados Unidos, tenha tomado parte em insurreição ou rebelião contra essa Constituição, ou prestado auxílio e apoio a seus inimigos.
O Congresso pode, porém, mediante o voto de dois terços dos membros de cada uma das Câmaras, remover a interdição. 

Mas a que preocupou o velho antiescravagista Spooner foi a cláusula seguinte

4. A validade da dívida pública dos Estados Unidos, autorizada pela lei, incluindo as dívidas contraídas para o pagamento de pensões e de recompensas por serviços prestados na repressão de insurreição ou rebelião, não será posta em dúvida. 

Tem algo de l'etat c'est moi nisso que preocupava o Spooner. 

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sábado, 13 de fevereiro de 2021

Lysander Spooner, fascículo 11

 

Todos os políticos sulistas foram doravante proibidos de ocupar cargos.
Tem lógica nisso, pois a escravatura permitia o branco a estuprar as moreninhas 
sem a mínima preocupação com direitos individuais ou jurídicos. Lá não se fala nesse detalhe histórico.

Lysander Spooner, advogado anti-escravagista de Boston, examina detalhes e pormenores da Constituição que a vitoriosa união alfandegária impõe na “Reconstrução” dos estados confederados derrotados após a secessão que resultou da alta nas sobretaxas alfandegárias antes de Lincoln ser eleito. Examina agora, a título de comparação, a natureza, forma e validez dos contratos.

V

Como prova adicional do senso geral da humanidade no que toca à necessidade prática de que, de fato, todos os contratos importantes, sobretudo os de caráter permanente, devam ser escritos e assinados, são pertinentes os seguintes fatos.

Há mais de duzentos anos – ou seja, desde 1677 – existe no livro dos estatutos da Inglaterra, foi feito lei, sendo agora válido em quase todos ou todos os estados desta União, um estatuto cujo objetivo é de declarar que não se entrará em juízo cobrando cumprimento de contratos de peso, a menos que estejam lavrados por escrito e assinados pelas partes cujo cumprimento se deva cobrar

O princípio deste estatuto é, vejam bem, não apenas que os contratos escritos venham com assinatura, mas também que todo contrato, à exceção daqueles especificamente isentados – geralmente os de pouca monta e curto prazo – deve vir escrito e com assinatura.

O motivo do estatuto, no que toca esse ponto, é que hoje é tão fácil às pessoas lavrarem e assinarem um contrato, que a falta em fazê-lo abre as porteiras para tanta dúvida, fraude e litígio, que os que se negligenciam de lavrar seus contratos – que sejam de alguma importância – por escrito e assinado, não devem gozar do benefício dos tribunais de justiça para cobrar o seu cumprimento. E esse motivo vem da sabedoria; e que a experiência confirmou sua sabedoria e necessidade é evidente pelo fato de que tal estatuto vigora na Inglaterra já há quase duzentos anos, sendo adotado quase que universalmente naquele país, sem que ninguém cogite revogá-lo.

Sabemos também o precavimento que a maioria dos homens evidencia em mandar lavrar e assinar seus contratos, mesmo quando o estatuto não o requer. Por exemplo, a maioria dos homens, enquanto credores mesmo de apenas cinco ou dez dólares, tomam o cuidado de passar um documento de dívida pelo montante. Ao saldar um pequeno débito num livro mercantil, tomam recibo escrito pelo montante.

Além do mais, (é provável que) a lei em todo o nosso país, bem como na Inglaterra, requer que larga categoria de contratos, como testamentos, escrituras, etc., deve não só vir lavrado e assinado, mas também selado, com testemunhas e autenticação. E no caso de mulher casada que cede seus direitos imobiliários, a lei, em vários Estados, requer que estas sejam examinadas separadamente e à parte dos maridos, fazendo declarar também que assinam as escrituras livres de constrangimento ou coação por parte do marido.*

São estas algumas das precauções que as leis exigem, e que os indivíduos tomam – por motivos corriqueiros de precavimento, mesmo nos casos onde a lei não o requer – para mandar lavrá-los por escrito, e de guardar contra toda incerteza e controvérsia no que toca o seu sentido e validez. Mesmo assim temos o que se apresenta como sendo, ou representa ser, dizem alguns, um contrato – a Constituição – lavrada há oitenta anos, por homens que hoje já estão todos mortos, e que nunca detiveram o poder de nos constranger, mas que (segundo dizem) tem se feito obrigatório sobre três gerações, consistindo de milhões de pessoas, e que (segundo asseveram) deverá ter valia sobre todos os milhões no porvir; mas que ninguém alguma vez chegou a assinar, selar, protocolar, testemunhar ou reconhecer, e que pouca gente, comparado ao número total dos que, segundo asseveram, devem se obrigar por ele, jamais leu, ou sequer chegou a ver, ou algum dia há de o ver ou ler. E dos que já o leram, ou hão de fazê-lo, dificilmente dois, quando muito, alguma vez concordaram ou hão de concordar quanto ao seu significado.

E mais ainda, este suposto contrato, que não seria acatado em foro jurídico algum que se assenta sob sua autoridade, fosse oferecido como prova de uma dívida de cinco dólares devidos por um homem a outro, é contrato pelo qual segundo geralmente interpretado pelos que simulam administrá-lo – todo homem mulher e criança pelo país afora, agora e para sempre, entrega não só a sua propriedade, mas também a liberdade, até a vida, às mãos de homens que, pelos termos deste suposto contrato ficam expressamente isentados de toda responsabilidade pela sua maneira de deles dispor. Seríamos então desse tanto alienados, ou maldosos, a ponto de destruir propriedade e vidas sem limite, numa luta para compelir aos homens que cumpram um suposto contrato? contrato esse que, uma vez que nunca ninguém o assinou, fica sendo, com base em princípios gerais de direito – princípios estes que guiam a todos nós no que concerne aos demais contratos – o mais vil papelucho, vinculante para ninguém, prestando apenas para se atirar no fogo; ou, caso preservado, preservado apenas para servir de advertência da besteira e maldade do gênero humano.

(Me encarreguei de examinar pessoalmente os livros de estatutos dos seguintes estados, viz.: Maine, New Hampshire, Vermont, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New York, New Jersey, Pennsylvania, Delaware, Virginia, North Carolina, South Carolina, Georgia, Flórida, Alabama, Mississippi, Tennessee Kentucky, Ohio, Michigan, Indiana, Illinois, Wisconsin, Texas, Arkansas Missouri, Iowa, Minnesota, Nebraska, Kansas, Nevada, California, e Oregon, constatando que em todos estes Estados o estatuto inglês foi readotado, às vezes com modificações, mas que geralmente ampliam sua abrangência, estando atualmente em vigor).

Seguem algumas das provisões do estatuto de Massachussetts:

“Não será dada entrada de ação em qualquer dos seguintes casos, a saber:…

“Para fazer cobrança a alguém com base em promessa especial de responder pela dívida, inadimplência ou falta de outrem:…

“Sobre contrato de venda de terras, habitações, patrimônio, participação em tal ou que lhes diga respeito; ou

“Sobre acordo que não seja para ser executado dentro de um ano contado da data em que fora lavrado:

“A menos que o contrato, promessa ou acordo com fundamento em qual a ação seja interposta, ou algum memorando ou minuta de tal, esteja lavrada e assinada, seja pela parte a ser onerada com seu cumprimento, ou por procurador seu devidamente autorizado na forma da lei.”

“Nenhum contrato de venda de bens, artigos ou mercadorias, no valor de cinquenta dólares ou mais, será válido a menos que o comprador aceite e receba parte dos bens assim vendidos, ou dê algum sinal para fechar o negócio ou como entrada, ou que seja feito algum memorando ou minuta do acerto, do qual conste a assinatura da parte a ser onerada, ou de procurador seu devidamente autorizado na forma da lei.” * * *

* As mulheres só começaram a poder votar em 1920, mais e meio-século depois. 

Obs: A 14ª Emenda, que nas primeiras palavras impossibilita interferir com o controle da natalidade pelas mulheres, lá no final--depois de excluir os sulistas dos cargos políticos--declara que a dívida contraída pelos políticos restantes, todos eles homens e nenhum contando com um só voto feminino, não será questionada. Essa emenda, fresquinha no pergaminho quando Spooner questionava a Constituição, foi para ele um golpe fascinante.

Mesmo no Brasil a constituição anti-libertária de 1988 abre com engodos e preciosidades pra impressionar semiletrados, e só lá no final finca as punhaladas na carteira e conta bancária do otário. Parece ser uma regra universal. Os antepenúltimos parágrafos de todo contrato na qual pessoa jurídica exige assinatura de pessoa meramente física, são os que contêm as ameaças, coimas, multas, confiscos e penas de reclusão. 

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Boné KAG não ajudou

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Em 1928 o partido democrata tinha cansado da lei seca, mesmo assim o seu programa político apoiava o sistema de repressão, confiscos e propina.  Tudo o que é proibido aumenta o preço uns 400% em média. Esses 300% a mais pagam propina, fiança, advogados, contadores, lobistas, meganhas, seguranças e campanhas eleitorais. Monteiro Lobato observou isso no caso do livro Ulysses, do irlandês James Joyce. Ninguém queria comprar esse livro indecifrável. Mas foi só a censura proibir que formaram filas para pagar ágio pelo livro proibido. O Presidente Negro teve o azar de receber Imprimatur e Nihil Obstat da censura americana e ninguém quis publicar a tradução do livro. 

Mas no caso do Manly Sullivan, advogado, muambeiro e vendedor de carro usado em Charleston, Carolina do Sul, a receita federal entrou na jogada querendo que ele declarasse a renda ilegal da venda de bebida. Foi julgado e condenado, mas recorreu e teve ganho de causa no tribunal superior regional. O Charleston virou febre na pista de dança para nenhum Lindy Hop, Jitterbug, Fox ou Lambada botar defeito. Só que o Supremo foi acionado em terceira instância e os sábios esclerosados derrubaram a Carta de Direitos para atender o Birô da Receita Interna conforme os argumentos da Portia da Lei Seca, a procuradora federal Mabel Willebrandt.(link

Acabou a festa. Ricos especuladores nos produtos da Fleischmann, Corn Products, American Maize e outras fabricantes de glucose de milho e fermento foram batidos pelos fiscais e agentes, seus lucros nacionalizados pra deixar até soviético babando. Os democratas mantiveram "apoio" pela Lei Seca mas escolheram Al Smith, o ex-governador malandrão que derrubara a lei seca estadual de Nova York, como candidato. Quando Al Smith perdeu, um político texano confessou em entrevista que o sotaque iânque talvez desse para encarar, mas que o chapéu derby do Al Smith "não ajudou".

O próprio Redneck with Green Teeth
do Charlie Daniels band (link)

A mania republicana de achar que governo e Vaticano são os donos da barriga e nariz das moças transformou em circo a colocação de uma doutrinada religiosa no Supremo. Os fanáticos nem disfarçaram que era pra ela ajudar os machos a forçar as moças a reproduzir em regime forçado. Isso fere a 13ª Emenda (trabalho forçado e escravidão), a 14ª (indivíduo, só depois de nascer), e a 9ª da Carta de Direitos (isonomia de direitos nos Estados). 

A mulherada reagiu quando Linseed Graham Cracker do Senado deu a entender que a juíza nomeada, Amy Coney, seria mandatária da eugenia do coletivismo racial sulista da Carolina do Sul em meados de Outubro.  Os Republicanos ameaçadores dos direitos das mulheres, inclusive o Trump, foram derrubados em enorme exercício do voto--que lá é opcional. Só vota quem quer, e desta vez as moças votaram com sofreguidão. 

Mas na condição de descendente do Texas, eu mantenho a severa suspeita de que mesmo tolerando o sotaque nova-iorquino e os bonés MAGA, aquele boné KAG não ajudou.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Country Joe, heroi americano



Desde 1968, o Country Joe Macdonald tem sido um pioneiro heróico a meu ver.(link) Imagine a minha surpresa ao descobrir que ele realmente fez shows apoiando o Partido Libertário! Segue uma espiadela no site desse artista de Woodstock.  (link)

Vejam algumas diferenças entre você e os candidatos principais pleiteando cargo este ano

1 Economia

Eles são ricos, têm plano de saúde e previdência. Se perderem seus empregos como políticos, podem facilmente conseguir outros empregos ou simplesmente se aposentar.
Você não é rico, mal tem plano de saúde e um plano de pensão modesto ou nenhum. Se você perder seu emprego, talvez não consiga arranjar outro e não tenha condições de se aposentar.


2 Violência

Eles são protegidos por guarda-costas, vivem em comunidades "fechadas" seguras, dirigem carros à prova de balas e trabalham em prédios "protegidos". Eles não precisam ter ou carregar armas porque seus guarda-costas fazem isso por eles.
Você não tem guarda-costas, vive em comunidades regulares acessíveis, dirige ou não tem carro e trabalha em um lugar onde não há proteção contra a violência. Você pode ter armas, mas não pode carregá-las com você o tempo todo e está fazendo outras coisas além de apenas esperar que aconteçam problemas como um guarda-costas.

3 Familiares

Todos os seus familiares vivem na segurança. Têm seguro saúde e raramente saem pelas ruas ou rodovias como os cidadãos regulares. Eles não fazem suas próprias compras, tampouco cozinham ou lavam roupas; para isso eles têm empregadas. Se não conseguirem emprego, tanto faz, pois mesmo assim não lhes falta dinheiro. Têm tanto tempo de lazer quanto quiserem. Nem cuidam de seus filhos; pois até para isso têm empregadas.
Sua família não tem essa segurança. Você pode ser atropelado atravessando a rua ou assaltado fazendo compras. Cabe a vocês acharem um jeito de fazer as compras, cozinhar e lavar, caso contrário não haverá comida na meso ou roupa pra usar. Você toca a sua vida 24 horas por dia, 7 dias por semana e sem tempo para fazer nada senão correr para "trabalhar". Mesmo as férias, se tiver, são curtas e apressadas. Cabe a você cuidar dos filhos e familiares.

4 Gênero

Eles podem contratar advogados para protegê-los nos seus direitos de ser sexualmente o que quiserem. Aliás, são na grande maioria do sexo masculino.
Você dificilmente teria condições de pagar advogado para lutar pelos seus direitos. Cinquenta porcento de vocês são mulheres.

5 Votação

Nas eleições nacionais, pouco importa se eles votam ou não, mas conseguem ter um voto eficaz em todas as questões nacionais e internacionais que afetam todos os aspectos da sua vida. Eles podem se dar ao luxo de fazer lobby por questões que consideram importantes e falar diretamente com figurões para influenciar o desfecho das questões de peso com as quais se preocupam. Eles costumam ser brancos e do sexo masculino.
Você pode até votar nas eleições nacionais, mas o colégio eleitoral nem sempre atende os seus desejos. Você não pode votar em nenhuma decisão interna ou internacional. Tampouco tem acesso às pessoas importantes. Muitos de vocês não são brancos ou do sexo masculino.

6 Guerra

São eles que decidem se haverá guerra ou não, só que eles não lutam nas guerras. Seus familiares não lutam em guerras, salvo por livre e espontânea vontade. Eles não são alistados e a maioria nunca foi militar. Os resultados das guerras que eles travam pouco afetam as suas vidas. Eles são sobremaneira brancos e do sexo masculino.
Você nada decide nada sobre as guerras. Você talvez possa estar no exército agora ou ter sido incorporado. Os seus familiares podem estar incorporados ou serem alistados a contragosto em tempos de guerra. O desfecho das guerras ou sua participação ali podem arruinar para sempre a sua vida. Muitos de vocês não são brancos e 50% de vocês são mulheres.

7 Aborto

They can afford to get or not get an abortion as they see fit. If they have an unwanted pregnancy they can afford to have the child taken care of by servants. They can travel to other countries where abortions are legal. They can hire lawyers to protect what they do about abortion. Mostly they cannot get pregnant because they are male.
Eles podem fazer ou não um aborto a seu bel-prazer. Se tiverem uma gravidez indesejada, podem se dar ao luxo de ter babá para cuidar da criança. Eles podem viajar para países onde o aborto é liberado. Podem constituir advogados para proteger o as decisões que tomam sobre o aborto. Via de regra, não podem engravidar porque são do sexo masculino.

8 Emprego

Eles têm grande equipe de pessoas, pagos ou voluntários--que zelam por eles--secretárias, estagiários, motoristas, assessores e até “porta-vozes” para explicar aos interessados o que farão ou por quais motivos. Se lhes faltar idéias, simplesmente encarregam assessores de pensar por eles. Todas as despesas são pagas pelos contribuintes e compadres ricaços. Seus escritórios são custeados pelos contribuintes. Eles e seus funcionários são na maioria brancos e homens... exceto as estagiárias.
Você se vira sozinho. Se fizer estrago, terá de prestar contas pelo que fez. Se lhe faltar ideias, terá de dar um jeito. É do seu bolso que sai o ordenado de quem te ajuda. Você se preocupa o tempo todo com o "fluxo de caixa". Dificilmente você mantém o saldo positivo. De você cobram impostos. Muitos de vocês não são brancos; a metade de vocês são mulheres e milhões não têm idade para votar e ainda trabalham ilegalmente. Muitos de vocês não podem votar por não ter onde morar, que dirá endereço permanente.


9 Se tornar candidato
Eles têm condições de se candidatar a cargos no governo. 
Você não.

***

Fatia Libertária do voto em %, 01 é a eleição do ano 2000

Essas comparações do Country Joe foram publicadas 20 anos atrás. Desde então, especificamente desde a crise de 2008, o Partido Libertário decolou. A nossa fatia do voto aumenta 80% ao ano, atrapalhando os esforços de cada partido entrincheirado dar rasteira e passar para trás. Nesse aperto eles estão apagando as bases cruéis e concorrendo para revogar suas leis violentas na esperança de que o outro seja derrubado pelos votos de sangria do Partido Libertário.(link) O gráfico tem o aspecto supra, com (01) sendo a eleição de 2000, e assim por diante de 4 em 4 anos até 2016.

Para ajudar, basta votar ou doar.

É um investimento no futuro do planeta. 


Entreguismo é não votar na própria liberdade!


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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Partidos Saqueadores 2020

 

Sinfest.net (link)

Cem anos atrás, em 1920, a fome na Rússia comunista era tamanha, e a morte tão comum, que a carne humana substituiu a de gado muar, cavalar e ovino. E nem fora novidade na época. Durante os comícios republicanos que nomearam o presidente Lincoln 56 anos antes, a revolta dos adeptos da seita sincretista do socialismo sino-cristão dos Tae-ping acabava.(link) O império Quing com uma explosão de kilotoneladas de pólvora derrubou 50 metros da enorme muralha que cercava a cidade sitiada.  Na hecatombe e canibalismo daquela revolta morreram 25 milhões de chineses--equivalentes à população inteira dos EUA na época. 

Igreja comunista-cristã admirada pela cientista climatológica Jane Fonda (link)

É impressionante como as pessoas são atraídas a essa religião política que sempre e em todo lugar resultou em chacinas, hecatombes, canibalismo, miséria, suicídio e guerra. Hoje o partido Libertário oferece a primeira mulher a concorrer duas vezes em pleito presidencial dos EUA--candidata a vice em 1996 e presidente em 2020.(link) A primeira que ousou se candidatar foi presa em 1872. No próximo ano veio a lei de Comstock que sobretudo coagia as mulheres e coincidiu com pavoroso Crash nos mercados financeiros. Nossa candidata Tonie Nathan, que ganhou um voto eleitoral em 1972 foi a primeira libertária a mudar as decisões do Supremo no sentido de garantir direitos individuais às mulheres.(link

Para entender a Grande Depressão dos EUA--basta ler. 


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