Expatriotas: Nos bastidores de 1929

Cortem-lhe a cabeça! Cura antidrogas dos Qing.

No início de 1929 houve reunião em Genebra dos coriféus do proibicionismo do ópio da Liga. Esses recomendaram em 2 de setembro que a Liga organize meganhas para matar, prender e confiscar pelo mundo afora como os Republicanos faziam nos EUA. Cerveja e vinho desde 2 de março de 1929 passaram a valer 5 anos em cana e multa de umas 14 libras de ouro. Com isso as bolsas e taxas de juros começaram a tremer. Só faltava europeu retirar dos EUA investimentos ameaçados pelo fascismo cristão da abstinência compulsória. Alemanha era a maior produtora de heroína do mundo antes mesmo de a primeira Guerra. Japão era o único país asiático que confessava ser produtor de cocaína--do qual existia "enorme mercado paralelo" na região. Surpreende que foram esses os países que largaram a Liga das Nações e viraram aliados contra quem apoiasse o proibicionismo dos americanos?

O mecanismo foi semelhante ao do Pânico de 1837. A China em 1936 mandou embora os traficantes ingleses e a Grã-Bretanha liquidou títulos americanos para financiar as Guerras do Ópio. Da mesma forma, o Crash de 29 virou avalanche, e a exportação de proibicionismo violento estourou a economia alemã com a Convenção da Limitação de "entorpecentes" leia-se, de TUDO, que bateu em junho de 1931. Disso nascem guerras. Veja o que um deputado federal republicano publicou naquele mês:

Veja 16 de junho de 1931, a Alemanha em colapso (link)

O controle governamental dos entorpecentes é um fator de afastamento do crime - por HAMILTON FISH JR., 43 anos, antigo deputado de Nova Iorque eleito para o Congresso pelo Distrito 26 de Nova Iorque em 1919, tendo sido reeleito em todos os mandatos desde então.

"O comércio ilícito de drogas deve ser colocado na mesma categoria que a pirataria, exigindo o pleno exercício dos poderes naval, militar e policial de todas as nações para combater a sua propagação, como foi feito contra o tráfico de escravos.

Apesar das declarações piedosas das nações civilizadas, a principal dificuldade em combater o tráfico ilícito de entorpecentes é a aparente vontade de certas nações de produzir ou fabricar entorpecentes em quantidades muito superiores às necessárias para o uso legítimo da ciência ou da medicina. O fluxo de narcóticos ilícitos perigosos e formadores de dependência da Europa e da Ásia para os Estados Unidos continua, apesar dos acordos internacionais e dos pronunciamentos promissores.

Há uma série de grandes malhas internacionais de narcotráfico operando nos EUA, contando com amplo capital e guiadas por mentes astutas e sem escrúpulos. Os lucros são tamanhos que os criminosos do submundo não hesitam em correr qualquer risco para contrabandear os produtos, facilmente obtidos em fábricas na Suíça, Alemanha, Holanda, Turquia e Japão, para os Estados Unidos e a seguir, em operações bem desenvolvidas, oferecer essas drogas maléficas em todos os estados e cidades deste país.

A onda de criminalidade que assumiu proporções tão terríveis nos Estados Unidos é em grande parte atribuível ao contrabando de heroína, cocaína e outras drogas perniciosas. Um terço de todos os reclusos das nossas prisões federais são toxicodependentes ou violadores das nossas leis antidrogas. Calcula-se, segundo autoridades fidedignas, que 50% dos crimes de violência podem ser atribuídos a alguma forma de droga.

Todas as armas disponíveis devem ser utilizadas contra estes traficantes de drogas que causam dependência, sobretudo contra os chefões das grandes redes internacionais de tráfico de droga, que são piores do que assassinos. Chega de tolerar em silêncio os seus insultos e as suas atividades criminosas.

O tráfico de entorpecentes é mundial, sendo essencial a unidade e cooperação entre as grandes nações de forma a garantir a aplicação da lei e controlar a produção de drogas que criam narcodependência em todas as nações do mundo pelos seus próprios governos. *-*-*

Isso apareceu enquanto a Convenção sobre a Limitação de Narcóticos fixava na alça da mira a Alemanha, o maior exportador mundial de heroína, produto pelo qual havia exagerada procura graças à proibição da cerveja e do vinho como bebidas entorpecentes nos EUA. Fish irradiara discurso semelhante em 28 de maio, e durante todo o governo Hoover agitava no congresso e em reuniões com o presidente Quaker. Fazia quase um ano os EUA assinaram com a Alemanha o tratado de extradição cuja cláusla 7 previa extradição por pirataria e 28 por crimes ou incorrência nas leis repressionistas do tráfico de entorpecentes. Grandes figurões e até milionarios das empresas químicas e farmacêuticas da Alemanha poderiam ser arrastados de algemas para os fanáticos Estaus Unidos se o deputado Fish fosse levado a sério. Hitler teve reunião quatro meses antes, em fevereiro, com o Barão August von Finck (da Merck) e angariou 13 milhões de Reichsmarks para a sua campanha eleitoral.(link) O filho deste Barão foi um dos maiores apoiadores a financiar a campanha do atual partido alemão do cristianismo positivo na época do Donald Trump.(link) Os próprios alemães apontamo partido Alternativa para Alemanha (AfD) como nazifascista, e ainda aproveitam para pichar o partido libertário dos EUA--infiltrado desde maio de 2022 pelos profetas de von Mises--cujo instituto também se encontra financiado pelos bilionários descendentes de nazistas. (link)

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Leitura: Na Rita Lee, uma autobiografia, a autora se mostrou nem "da esquerda" nem tampouco "da direita" no ideário unidimensional das correntes saqueadoras, mas sim uma pioneira Libertária. Observou que militares e comunistas "se equivaliam na chatice", como ainda fazem hoje, meio século depois. A única coisa que as vítimas da lavagem cerebral comunista chamam de imperialista enquanto os jumentos-de-presépio dos imperialists caudilhos-de-Deus chamam de hippie comunista é libertário ou simpatizante dos partidários libertários. Rita sabia que a direita é um abismo e a esquerda é um vulcão. Só libertário entende isso, e que uma única dimensão é simplória demais para representar os ideários políticos. (link)