Ocorreu-me, lendo sobre o embaixador americano no Japão nos anos 1930-41 "O Nosso Homem em Tóquio" (Our Man in Tokyo), que ninguém compreende como é que os Crashes resultam das leis que tornam o comércio e a produção ilegais ou coercivos. Isso resulta de uma espécie de Acordo de Cavalheiros, mediante qual os meios de comunicação omitem todas as menções a narcóticos ou estimulantes, ressalvada uma gritaria ocasional como HOMEM ENTRA NUM BAR, TOMA MORFINA E MORRE. (San Francisco Examiner 01maio1893 p.2) Isso ou alguma história da imprensa de Hearst sobre uma rapariga branca que se vicia e depois se torna brinquedo de orientais sinistros para a espoliação e o suicídio da Grande Raça Branca. (link) O que ocorria nas sessões do Comité Consultivo do Ópio de Genebra imediatamente antes do Crash de 1929 e dos Pânicos Bancários dos anos 30 são tão perfeitamente elididos que desaparecem da memória humana de forma orweliana.
Qual foi a última vez que você viu a seguinte citação da Riqueza das Nações de Adam Smith?:
Asseguram-me que não era incomum que o chefe, ou seja, o administrador de uma feitoria, ordenasse a um camponês que arasse um rico campo de dormideiras e semeasse com arroz ou algum outro cereal. O pretexto era evitar a escassez de mantimentos, mas o motivo real era dar ao chefe a oportunidade de vender por um preço melhor uma grande quantidade de ópio que ele tinha em estoque. Em outras ocasiões, a ordem era invertida; um rico campo de arroz ou outro cereal foi arado para dar lugar a uma plantação de papoulas, isso quando o chefe previa que o ópio geraria lucro extraordinário. Os funcionários da empresa tentaram, em várias ocasiões, estabelecer em seu próprio favor o monopólio de alguns dos ramos mais importantes, não só do comércio exterior, mas também do interno do país. Se tivessem sido autorizados a continuar, é impossível que não tivessem, hora ou outra, tentado restringir a produção dos artigos específicos dos quais haviam usurpado o monopólio, não apenas à quantidade que eles mesmos conseguiam comprar, mas à quantidade que poderiam esperar vender com lucro que considerassem suficiente. (Vide à pág 626 da edição Edipro de língua brasileira, ou no inglês com erros AQUI)
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Boa leitura: The Scramble for China, de Robert Bickers. (link) Os Diabos Estrangeiros, nossos antepassados, começaram a transportar ópio indiano para a China em 1808, quando a droga era um luxo da elite. Tal como outros luxos de então e de hoje, a reação exagerada, a inveja, a superstição e a maledicência transformaram-na numa crise desproporcionada. O inglês é impecável, o estilo sutil, económico e impressionante. No entanto, o autor omite o que para os americanos é uma sequência fundamental de acontecimentos que conduziram à Circular da Espécie, à briga quanto aos bancos centrais e ao pânico de 1837. Em março de 1836, os Foreign Devils ingleses sabiam que não eram bem-vindos e, em dezembro, foram convidados a sair da China. Também não se acha em nenhuma parte da literatura um relato da forma como o desagrado do Imperador afetou os comerciantes de ópio americanos e, através deles, teria agravado o efeito da retirada de capitais britânicos para armar frotas para as Guerras do Ópio. No entanto, o livro vale a pena e inclui uma história encantadora dos primórdios de Cingapura. É uma lástima não exister versão brasileira.
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Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 30? Leia.
Para melhorar o seu inglês, nada como a minha polêmica tradução de Monteiro Lobato: America's Black President 2228. Na Amazon (link)
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