Milton Friedman quase entendeu a crise de 1929 (link) |
Pouco antes de fechar o paletó, Milton Friedman criticou a política repressionista do burocrata tzarista da repressão em carta no Wall Street Journal. É claro que o nazifascismo não aceita crítica pra deixar por isso mesmo. Mas o próprio Friedman aceita como fato muita superstição acerca de "droga" que enfraquece o seu argumento. Exatamente por isso mesmo o assunto chega a ser um bom teste dos seus princípios éticos. Pena que seu discernimento econômico não estava à altura.
Friedman se declarou contrário a "mais polícia, mais cadeias, atividades militares em países estrangeiros e penas ríspidas..." Mesmo sem examinar de perto a minha tese, de que a cobrança da lei seca foi a causa fundamental da crise econômica de 1929 a 33, e da crise anterior de 1920 a 23, recomendou que eu comparasse com as demais "explicações" que circulam na literatura. O trabalho de Friedman passa em branco sobre a questão do dinheiro investido no mercado de cerveja, bebida e droga proibidas por pastores e políticos. O meganha tzarista Bennett respondeu que fora contratado pra trabalhar com tiroteios, confiscos e prisão.
Mas acontece que nem Friedman, nem Temin, nem Greenspan--que dirá Bernanke ou os recentes tzars da repressão por meganhas--leva em conta o vínculo elementar entre intervenção branca que baixa confiscos no sistema bancário e de corretagens e súbitas contrações na moeda resultantes de saques pelos investidores que perceberam a atividade saqueadora.
Os republicanos no poder fizeram do monopólio dos correios uma Santíssima Inquisição de interceptação e queima de bens alheios. A isso juntaram penas de prisão e trabalho forçado acorrentado e multa no valor de 6,1 quilos de ouro maciço (hoje 1,9 milhões de reais). Isso ocorreu em março de 1873, e ao passo que os efeitos foram percebidos, a bolsa ruiu e a economia entrou em crise grave.
Em 1906 o governo republicano aprovou uma lei para bisbilhotar nos alimentos e drogas. Passou a valer em 1907 e, volta-e-meia, houve crash na bolsa, crise no sistema bancário e recessão econômica. O mesmo ocorreu em 1920, 1929, 1971, 1987-1992 e agora em 2008. Sempre republicanos, sempre baixando confiscos proibicionistas que provocam fuga de liquidez nos bancos e arrocho na moeda. E sempre essas leis são lastreadas em superstição, mentiras, pseudociência e fake news.
Será que já não é hora de desconfiar dessa cadeia de eventos?
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