Na Escola Britânica de Teresópolis em 64 toda segunda era dia de corrida de 3 quilômetros. A gente descia de lá em cima na parte visível e corria na lama, chuva, frio, vendaval, calor... não importava. A ponte era a fronteira que, se ultrapassasse sem autorização, condenava o meliante a copiar a regra "out-of-bounds" de umas 40 palavras milhares de vezes até estragar a caligrafia. A única que ainda escrevia legível--bonito, aliás--era a Erika Kleermacher, que por sinal quase nunca incorria nessas regras.
Logo mais a gente passava pelos estábulos da francesa dos cavalos. Nunca tive noção de o quanto ela cobrava dos pais dos alunos para andar à cavalo em círculos num curralzinho. Acho que era mais do que a escola cobrava com pensão, aulas, alimentos, etc.
Lá embaixo, quilômetro e meio da partida, cada corredor tinha que bater o ponto no poste da entrada do drive do Hotel Pinheiros. O Danny Zilka era despachado de antemão para nos entregar fichinhas ou afins como comprovante de que tínhamos chegado até lá embaixo antes de voltar e correr ladeira arriba de volta para o campus. Era fácil deixar cair o ráio do comprovante e--bufando de cansaço--tentar catar da lama. Aquilo era tortura premeditada.
Na volta, suado e bufando depois da ponte num tinha disso aí não. Dizem que é casa construída onde antes havia piscina. E como a piscina era uma só, ficaria ao lado do dormitório da rapaziada onde o Case Morris ocupava o andar de cima. Do outro lado da rua, à direita na foto, estaria a sede principal com escritórios-recepção embaixo, salas de aula no segundo andar de onde se corujava o salão grande e lá atrás refeitório e cozinha.
Outro lugar que nem reconheço de tão diferente seria a entrada à propriedade da escola. Na foto meu amigo Steve Williams, ex-aluno da Escola Americana lá na rua General Urquiza no Leblon, antes de se enfiar nos prédios hexagonais nas ladeiras da Gávea. Ali na frente da escola velha havia a merceariazinha do Menezes e dali a uma quadra o Brant's onde se tomava cerveja e falava mal dos professores. Steve era surfista e ensinava a gente a se afogar nas correntezas.
Fiquei muito triste em saber que Suzy Ludwig--melhor corredora de longa distância (e mais charmosa) das girls--saiu da vida e entrou na história outubro passado.
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