Capítulo
40
Massacre
no dia de São Valentim
Radialistas chocaram a nação com a notícia do massacre,
em 14 de fevereiro, de 5 delinquentes, um oculista e um mecânico, mortos a
rajadas contra um paredão de alvenaria.
Os proibicionistas, ululando de alegria, redobraram seu lobismo
empurrando a aprovação do draconiano projeto-lei de repressão formulado pelo
Deputado Federal Gale Hamilton Stalker e Senador Wesley Livsey Jones.[1] Vexante para o pessoal de Chicago foi a
reação econômica; o milho caiu 1,16 cents e as ações dos bancos também perderam
valor. Os 7 mil bares de salão, boates e
choperias da cidade foram fechados na mesma hora, o que acabou com uma
importante fonte de renda naquela cidade-romaria das convenções. A autocracia proibicionista armou o bote e o
Congresso logo se viu sitiado por fanáticos insistindo com veemência que se
fizesse algo para cobrar obediência à lei seca.
O senador Glass, como sempre, voltou a ralhar em oposição à jogatina na
bolsa.[2]
Os
depositantes no City Trust do Ferrari, já cansados da obfuscação, se
organizaram para cobrar o que mais assustava o Estado de Nova York:
respostas. A investigação do juiz Winslow –
dos julgamentos de entorpecentes – passou para uma comissão de inquérito
na câmara e a artista de cinema Alma Rubens, doentia e humilhada, foi exposta
como dependente de morfina. De lambugem,
um tal de John Sergi foi preso pela 14ª vez e denunciado por tocar um serviço
de revenda de heroína pelo correio. [3] Essas três notícias foram divulgadas na
quinta-feira, 17 de fevereiro, mas nenhuma foi importante perto do outro caso
do pó branco.
Versão em inglês no meu outro blog.
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