Capítulo
42
A
Lei Jones
O senador Wesley Livsey Jones do estado de Washington –
possivelmente o proibicionista mais fanático do senado americano – voltou a
mascatear seu velho plano de “penas aumentadas” em 19 de fevereiro.[1] “Seja legislado,” propôs ele no projeto, que
“havendo pena ou penas previstas nos julgamentos penais sob a Lei Nacional da
Proibição, conforme emendada e complementada, pela produção, venda, transporte,
importação ou exportação ilegais de bebidas intoxicantes, definidas pela Seção
1, Título I da referida Lei, a penalidade aplicada para cada infração será uma
multa de não mais de $10.000 ou pena de reclusão de não mais de cinco anos, ou
ambas penas.”[2] A mídia apelidou de Five & Ten – nome das
lojas de 5 e 10 cents que hoje corresponderiam aos Dollar Stores – mas a Chicago Tribune preferiu a Lei Jones.
Estava lançado o repto. Proibicionistas, liderados pelo senador
William A. Borah de Idaho, achavam a lei essencial para que fosse mantido o
constitucionalismo. Já os revogadores,
como seu atleta, o senador James A. Reed de Missouri, a categorizavam como
injusta e cruel, e a briga foi ficando feia.
A Tribune a comparou à Lei do Escravo Fugido de 1850, mas o
senado aprovou – acrescentando a previsão que “o intúito do Congresso é de que
o tribunal, ao impôr sentença, discrimine entre as infrações casuais ou menos
sérias e a venda habitual de bebida intoxicante, ou tentativas no sentido de
comercializar o desrespeito à lei.”[3] O congresso
aprovou tal e qual, e o Presidente Calvin Coolidge aplicou-lhe o canetaço
legiferante meras 24 horas antes de Herbert Hoover prometer, com inocente
alegria, executar esta lei. Mas Hoover
não deixou por isso mesmo. Nesse clima
histérico de linchamento, acrescentou:
“Dos abusos que com certeza surgiram sob a 18ª Emenda, uma parte se deve
(...) à falha de alguns Estados de aceitarem o seu quinhão de responsabilidade
pela execução concomitante e à renegação da parte de várias autoridades
Estaduais e locais de aceitar a obrigação, pelo seu compromisso de posse, de
executar com zelo as leis.” Com estas
falhas oriundas de diversas causas veio uma perigosa expansão nos elementos
criminais que perceberam maiores oportunidades para comercialização da bebida
ilícita. (...) “Fui por vocês escolhido para executar e fazer valer as leis do
país. (...) Para aqueles de mentalidade criminosa, não há apelo senão na
aplicação vigorosa da lei. Felizmente,
estes constituem uma pequena porcentagem do nosso povo. As suas atividades devem ser interditadas.”[4]
Uma delegação da União Cristã Feminina de Temperança foi
fotografada no gramado da Casa Branca.
Herbert Hoover almocou com a procuradora federal Mabel Walker
Willebrandt, e em seguida teve uma reunião com o senador Morris Sheppard dos
milharais texanos, autor da Emenda proibicionista. Time batizou Hoover de “Esperança
Proibicionista,” e seus primeiros dias no cargo pareciam confirmar exatamente
isso. Para o
produtor artesanal as notícias eram desconcertantes, e uns já questionavam se o
mercado não estaria afundando.
Esse capítulo é traduzido de Prohibition & The Crash, de J Henry Phillips
Esse capítulo é traduzido de Prohibition & The Crash, de J Henry Phillips
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