EUA exportaram repressão para a Alemanha

 

Em 1931 os EUA e a Alemanha sondavam partidos alternativos para afastar as crises e recessões provocadas pelo proibicionismo. 

Os jornais faziam de tudo para ignorar o Partido Liberal que prometia revogar essas leis, chamando atenção das alas dos socialistas festivos. Os jornais da Alemanha se retorciam para ignorar os nacionalsocialistas--2º colocado no Reischstag. Mas com a retomada das pressões proibicionistas sino-americanas e a piora das recessões e desemprego, a truculência de Hitler atraia platéias cada vez maiores.  Vejamos as atualidades da época: 

11 DE JANEIRO DE 1929: No dia em que descobriram que o “Narcosan” não curava nenhuma dependência de opiáceos, uma carta circular do Secretário Geral do Comitê de Saúde da Liga das Nações exigiu que todo fabricante que produzira benzoilmorfina--ou qualquer outro éster de morfina no mercado negro--tivesse sua licença cassada. Isso se tornou oficial em fevereiro de 1931.

 15 DE JANEIRO DE 1929: A reunião do Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações abre em Genebra, e a repressão às drogas por correspondência é cobrada mundialmente pelos EUA. Antes do término da reunião de Genebra de 1929, a empresa de Francisco Ferrari foi apontada como fonte de parte da cocaína apreendida numa batida. Ferrari morreu em 2 de fevereiro, dois dias antes do encerramento da sessão na Genebra. O conhecido de Ferrari, o rico médico Charles Brancati, desapareceu, e o escândalo do “City Trust” grudou nas manchetes de Nova York nos anos seguintes. E sim conto aqui com a ajuda da gratuita do tradutor DeepL.com

02 DE SETEMBRO DE 1929: A China pagou US$ 100.000 em adesões atrasadas à Liga das Nações  na abertura da sessão principal. Logo apoiou a decisão do Comitê de cobrar a limitação da produção de algumas drogas no mundo inteiro. Os mercados de ações começaram a ruir na mesma semana em que os planos repressionistas da Liga foram revelados. Para afastar suspeitas de que essas violentas leis suntuárias que criminalizavam a livre e espontânea produção e comércio poderiam enfraquecer a “economia de mercado capitalista”, críticas estridentes às mudanças propostas nas regulamentações alfandegárias (e não nas pautas) foram publicadas nas manchetes como distrações convenientes.

24 DE SETEMBRO DE 1929: A Assembleia da Liga das Nações adotou a resolução de limitar a produção de algumas drogas às quantidades necessárias para fins científicos e médicos. Muita ladainha sobre os países vitimados pelo tráfico de drogas foi adicionado para surtir efeito. Quando deu a notícia, todas as bolsas dos EUA haviam passado de subindo para despencando três semanas antes--bastou a intenção. Imediatamente expodiram tumultos comuno-nazistas em Berlim; o carro de Goebbels foi atacado e o propagandista nazista foi salvo pela polícia. No dia seguinte, os jornais estavam cheios de notícias sobre quedas nas bolsas de valores. Curiosamente, os nazistas da Heimwehr tinham brigado com adversários austríacos em 21 de fevereiro de 1929, pouco depois de o Comitê Consultivo da Liga do Ópio ter convocado sua reunião em Genebra.

23OUT1929: Um sindicato de contrabando financiado por bancos teve batida em Atlantic Highlands. Os preços das ações despencaram e agentes federais ficaram muito interessados em referências criptografadas a entregas de drogas da Rum Row--flotilha de navios que pairava ao largo vendendo muamba. Enquanto isso, o senador Millard Tydings chamava a atenção às 800 pessoas mortas pela polícia na cobrança da lei proibicionista. Os jornais de 2 de dezembro acusaram queda acentuada nas bolsas da Alemanha e, em 10 de dezembro, este país ratificou uma lei dura contra as drogas, proibindo até a maconha inofensiva por insistência do Egito. A Alemanha importava heroína do Egito, que era contra a maconha. Daí a lei alemã foi reformulada para agradar a esse fornecedor de heroína e, é claro, os EUA.

Durante 1930, veio o exército de xiítas antidroga que o presidente Herbert Hoover infiltrou no Comitê Consultivo do Ópio. Dos doze membros, sete eram de nações produtoras de opiáceos. Em fevereiro de 1930, um movimento avultou para encher o comitê de fanáticos que defenderiam os países “vítimados”. Um ano depois, em 07/FEV/1931, um Comitê diferente, estufado de “vítimas” e infiltrados financiados pelos EUA, tomou sua decisão após um ano de bisbilhotagem. Usavam informantes pagos para denunciar as práticas do cartel. O relatório de 423 páginas de 1930--também um ano recorde para os discursos de Hitler, diga-se de passagem--sujava o nome de empresas competentes como a Sandoz, da Suíça, pixando com insinuações. O fato de a Sandoz ter agido abertamente e em conformidade com a lei suíça apenas convenceu os evangélicos abstinentes de que eles--e não os eleitores e legisladores suíços--precisavam de alterar essas leis estrangeiras para se adequarem ao proibicionismo dos gângsteres nos EUA. O cliente Naarden, muito pichado, agira de acordo com a lei holandesa, que liberava até cerveja! Na sessão de 1931, o martelinho van Wettum foi substituído por um senhor de Portugal. O número de membros do Comitê aumentou 40%, de 15 para 25, sem contar os suplentes. Os conselheiros, L Arthur Lyall e Sirks, ambos meganhas da polícia, queriam lavrar uma lista negra. Os dois funcionavam como agentes provocadores instalados desde 1927.

As empresas farmacêuticas não perdiam oportunidade de desviar o assunto dos narcóticos que causam dependência, arrastando a coca ou o cânhamo para o fio da discussão. A Bulgária, injuriada, foi repreendida por não reprimir a maconha, sabidamente inofensiva, especialmente em contraste com o gim e o tabaco que não se mencionava nem discutia. A maioria dos casos de irregularidade teria ocorrido em meados ou no final da década de 1920 e, em geral, os relatos escondiam pistas que revelassem se os supostos “narcóticos” seriam realmente estupefacientes, estimulantes nada formadores de dependência ou simples cânhamo. Os alemães que participaram da reunião já farejavam armadilhas na segunda semana de junho de 1931.

A produção de cocaína se deslocara dos países andinos para a Indonésia holandesa e dali pra Formosa Formosa japonesa - e as autoridades britânicas temiam um uma desestabilização comercial caso esse estimulante indutor de pesistalse encontrasse espaço entre milhões de comedores de ópio com prisão de ventre na Índia britânica. Durante décadas, os britânicos garantiam aos indianos que o consumo de ópio não causava dependência! Portanto, em 1931, o Japão foi repentinamente responsabilizado pela fuga de divisas. Naturalmente, os delegados do Japão também farejaram ardis. O pânico econômico crescente alimentado pela suspeita e pela recriminação é palpável nas notícias.

17 DE JUNHO DE 1931: Pittsburgh Post-Gazette: RÉUS DETIDOS EM BATIDA DE ENTORPECENTES,(link)  MINISTÉRIO NA ÁUSTRIA PEDE DEMISÃO,(link) TRÊS PLANOS PARA REPRESSÃO DAS DROGAS (link)
18 DE JUNHO DE 1931; Berkeley... O CONSULADO DOS EUA EM LEIPZIG É APEDREJADO, os arquivos turcos são vendidos como papel velho,(link) mercado de balcão deprimido pelo comércio lento. 100 marcos alemães valem US$ 23

17-18JUN1931: NY Times: Aumento do tráfico de narcóticos no litoral do Pacífico Pacífico. O comércio alemão em maio despenca para novos níveis baixos.
19JUN1931: DIZEM QUE A ALEMANHA ENFRENTA UM NOVO PERÍODO CRÍTICO

20JUN1931 Berkeley Daily Gazette p.1 Moratória de um ano no pagamento da dívida de guerra debatida por Hoover - AUMENTO DE DOIS BILHÕES NAS BOLSAS DE NY SEGUE A DECLARAÇÃO DO PRESIDENTE (link) Essa pista falsa é a Moratória sobre Cérebros descrita no romance A Revolta de Atlas, de Ayn Rand

22JUN1931: Pittsburgh Post-Gazette p.1 A ALEMANHA ACEITA A PROPOSTA DE HOOVER PARA ADIAMENTO DA DÍVIDA (link)

A situação alemã piorou de repente duas semanas antes de o documento de rendição farmacêutica da Liga ser apresentado aos líderes alemães. Berleley: AS AÇÕES DA SF CAEM... MANIFESTANTES DE BERLIM PROTESTAM CONTRA DECRETO.(link) Nos bastidores, os burocratas dos EUA contabilizavam os ganhos proibicionistas. Os democratas contemplavam com horror a possibilidade de um segundo mandato de Hoover.

E eu, vou ganhar o quê com isso?

Para quem vai sair dos EUA, existem duas alternativas bancárias. O Charles Schwab bank oferece sofisticados serviços bancários e contas de corretagem.(link) Com o cartão de débito internacional deles você pode fazer saques de até USD 500 por dia sem tarifa nos caixas eletrônicos dos bancos Bradesco. No BB nunca consegui fazer funcionar. Outra alternativa é o State Department Federal Credit Union, que atende pessoas internacionais com leque mais simples de serviços. Seus cartões de débito também funcionam nos caixas do Bradesco e incide uma tarifa irrisória.

E pra quê sair dos EUA? Com o governo atual aumentando a lista de propostas copiadas do programa do Partido Nacional-Socialista Alemão (link), cada um acha seus motivos. A revista libertária Reason veiculou agora um artigo sobre o tipo de gente contratado para patrulhar a fronteira. Veja o que o meganha faz com o coelhinho que pegou da mão do companheiro fazendo Juramento a Deus: (link) 

Outro artigo explica como os meganhas da ICE agora espionam as suas contas médicas.(link)

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Estado de defesa na alemanha, 1931

 

Até hoje, sempre que o proibicionismo e a repressão fazem ruir a economia, há quem queira culpar as sobretaxas alfandegárias! 

O monstro de Frankenstein, como a Lei das Drogas Puras de 1906, a Convenção de Haia sobre o Ópio de 1909 - até mesmo o tratado de Ópio entre o Reino Unido e a China, assinado em agosto de 1911, e a segunda Convenção de Haia sobre o “Ópio” (e muito mais) de 1912--pareciam criações inocentes e infantis. No entanto, esta última, assinada em janeiro de 1912, levou à guerra nos Bálcãs produtores de ópio, e sobrou turbulência política e financeira nas nações andinas antes que a tinta secasse... Lofo a seguir provocou 1ª Guerra Mundial. Como pode uma coisa dessas? Traduzindo com ajuda da versão gratuita do tradutor - DeepL.com

As seitas americanos de alimentos e drogas que operavam dentro da Liga contra os bares e do Partido da Lei Seca compraram briga com o boicote da China em 1905. Esse fez com que o governo de T. Roosevelt parasse o jogo de atirar nos filipinos para declarar a defesa das patentes alemãs sobre a heroína... isso na China (para afastar dos americanos a tentação de competir ali). Jornais e revistas rodavam os prelos cuapindo fora documentiras chocantes, em sua maioria copiadas do Jekyll-e-Hyde, Ameaça Amarela, Negritude Cocainômana e contos da escravização de moças brancas por orientais tipo Tong de unhas compridas--lorotas para doutrinar o rebanho para não resistir ao proibicionismo da Lei de Harrison. A dinastia Qing passou a se enfeitar de reserva indígena mansa protegida pela cavalaria e tratados para excluir contrabandistas estrangeiros. Se valeu ainda de outras restrições comerciais para alistar a violência da lei popularizada no resto do mundo. Políticos americanos, pra variar, andavam ansiosos para alistar bobos armados nessa cruzada. Essa mania sobreviveu à revolução de 1911.(link) Sim, eles e o presidente dos EUA, Herbert Hoover, chamaram as leis de proibição repressionista de “liberdade” e “liberdade ordenada”.

Em 1931, as empresas farmacêuticas alemãs andavam aborrecidas, sobretudo com os teatros americanos a exibir peças e filmes de drogados "zumbis". Já os policiais da lei seca ameaçavam confiscar de vez os ativos industriais alemães já apreendidos e na posse do Guardador da Propriedade Estrangeira desde a guerra anterior. Burocratas americanos andavam doidinhos para confiscar outros bens e deportar alemães da mesma forma que andavam confiscando casas, fábricas, armazéns, navios, carros e caminhões dos concidadãos e ainda enchendo prisões por causa de cerveja, vinho e "licores"--tsempre presumindo que essas coisas deriam o mesmo que narcóticos viciantes e a causa de todos os problemas econômicos e guerras anteriores.

Em 1929 e 1930, as discussões do Comitê Consultivo do Ópio na Liga das Nações, em Genebra, já formulara planos, com justificativas absurdas, para a paralisação e o desmembramento dos cartéis farmacêuticos alemães, incluindo a I.G. Farben, a quarta maior empresa do mundo. A guerra anterior, desencadeada por agresiva legislação suntuária, sobrecarregara a Alemanha com reparações de guerra tributados pelos seus concorrentes estrangeiros nesses mesmos setores. Já que os poderosos da categoria não vêem vantagem em revelações desse tipo, as manchetes dos jornais e as fontes oficiais publicadas e diplomáticas da época quiçá convençam o leitor atento às provas e evidências de que nada disso aqui é ficção.

02JUN1931: Uma grave crise atinge os negócios alemães devido à retirada de capital estrangeiro e à perda de ouro. Os títulos alemães caem. /A Convenção de Limitação de "narcóticos" que afeta a produção alemã de heroína, codeína e cocaína será assinada em seis semanas/ (NYT 31/12/31 23)

A segunda prisão agrícola dos EUA para castigar os condenados por narcóticos, acomodará 1000 apenados. (NYT 2/JUN/31 60:2) Pode conferir, página 60 coluna 2.

A TURQUIA PEDE CONCESSÃO DE MONOPÓLIO À FÁBRICA CENTRAL DE MORFINA E COCAÍNA isso numa proposta para que a Liga produza narcóticos... A TURQUIA QUER QUE A LIGA FABRIQUE NARCÓTICOS, sendo a ela concedido monopólio para uma fábrica central de morfina e cocaína... PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL OFERECIDO Hasan Bey Diz que seu país teria Dificuldades se Aderir a Outro Tipo de Regime-por  Clarence K. Streit, GENEBRA 2 de junho ...Delegado turco, Hasan Bey... [para lidar com toda a produção mundial; opõe-se, entretanto, a restrições à codeína por esta ser inofensiva, apóia a proposta argentina de atacar o mal dos entorpecentes mediante os próprios viciados; Richmond Hobson recomenda que os traficantes sejam tratados como piratas, Madeleine Dotty faz um discurso; G. Dequidt da organização francesa de combate aos narcóticos; Monsenhor Beaupin da União Católica de Estudos Internacionais] (NYT 3/JUN/31 10)

03JUN1931: A Alemanha divulga aumento drástico de impostos e cortes no orçamento. (Hoover 1931 1976 662) Os documentos de Herbert Hoover estão pipocando on-line.(link) Com relação à crise alemã que coincidiu com a assinatura da Convenção de Genebra de 1931 sobre a Limitação de Entorpecentes, o presidente disse: (nota de rodapé 1) "Em 13 e 14 de julho de 1931, o governo alemão fechou todas as bolsas de valores e todos os bancos, exceto o Reichsbank. O feriado terminou em 15 de julho, mas a reabertura foi acompanhada de restrições rigorosas a saques e transações de câmbio." (link) Vale notar que Hoover, cobrador das leis secas dos Estados Unidos, não menciona o fato de os políticos alemães terem sido pressionados, com a ajuda dos Estados Unidos, a assinar uma sentença de morte financeira para seu setor farmacêutico. Com esse tipo de omissão substituindo a honestidade transparente, seria de se admirar que a divulgação dessas coincidências omitidas seja uma surpresa para os leitores educados em escolas do governo? Para aumentar a confusão, a edição on-line vinculada NÃO é paginada como a edição de 1976 que comprei do Museu Hoover em Iowa (que agora está de férias).

  [30] A acusação foi formalizada em 5 de junho de 1931 e, após comparecer o advogado do condenado que ora recorre [AL CAPONE], réu se declarou culpado em 16 de junho. A causa foi inicialmente postergada para 30 de junho, e novamente para 30 de julho, data em que juiz informou ao réu que a ele seriam feitas todas as perguntas apropriadas, quando então, por moção de seu advogado e com anyência do juiz, o réu retirou sua confissão de culpa e se declarou inocente, e a causa foi reagendada para 8 de setembro, e em 10 de setembro foi agendada para julgamento em 6 de outubro. (Capone v. United States, 27/FEV/32; 32) Autos do julgamento por IR não pago sobre lucros com operações ilícitas. 

06JUN1931, Berkeley Daily Gazette p.1. CAPONE PODE ENFRENTAR ACUSAÇÕES DA LEI SECA (link)... REDUÇÃO DAS REPARAÇÕES PROCURADAS PELA ALEMANHA (link) Repare também na apreensão de ópio em San Francisco na mesma página deste jornal reproduzido online pelo Google (só que em inglês).

06 DE JUNHO DE 1931: Hoover afirma que Bruning, em Londres, declara que a Alemanha precisa de ajuda. (Hoover 1931 1976 p665)

6/JUN/31: Hoover recebe o reverendo e a senhora Billy Sunday. (Hoover 1931 1976 p751) /Este Billy Sunday foi rádioevangelista com grande audiência na época./

07JUN1931: Discurso de HITLER em Chemnitz. No Südkampfbahn, diante de cerca de 16.000 camisas marrons e meninos da Juventude Hitlerista.[20] Hitler foi gravado pela primeira vez em filme sonoro. /Filme da AP tirado 36 dias antes da assinatura da convenção antidrogas mostra um pequeno trecho/ (https://www.youtube.com/watch?v=38zAGP85UnI)

Na próxima edição trarei mais notícias explicativas de como o partido nacionalsocialista conseguiu doações em reação às pressões aplicadas pelo governo Hoover em junho e julho de 1931 no seu empenho eugênico de estar "construindo nova raça" com todo esse abstencionismo internacional. 

Leitura acadêmica: Enrique Jorge-Sotelo publicou uma análise da quebra e bancos na Espanha.(link) Deste complicado trabalho reparei que faltaram dois fatos: 1. Cuba ratificou a Convenção Antiópio de Genebra em 6 de julho de 1931. 2. Importantes bancos na Espanha faliram no dia seguinte.  Tudo isso ocorreu no meio das negociações pela moratória de um ano dos tributos cobrados da Alemanha como reparações da Grande Guerra e simultaneamente com os EUA empurrando com a barriga para que em contrapartida a Alemanha assinasse a nova Convenção sobre a limitação de vários tipos de drogas. Esse trabalho do Enrique contou com verba da Agencia Estatal de Investigación da Espanha. *-*-*

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Ayn Rand explica esquer-direitismo

 

Ayn Rand, figurante na multidão no filme Rei dos Reis de 1927. (link)

Essa filósofa e autora, filha de farmacista russo, veio para os EUA em 1926, aprendeu individualismo lendo H.L. Mencken, tradutor do Friedrich Nietzsche, e escreveu contundentes romances como Hino, Os Que Vivem, A Nascente, A Revolta de Atlas (traduzido como Quem é John Galt no tempo da constituinte que alterou a carta magna varguista)--tudo isso depois de arrumar trampo como escritora novata em Hollywood. Nesse filme ela conheceu e namorou Frank O'Connor, que no filme interpretava um soldado romano. 

Foi no tempo da lei seca americana em que porte de cerveja fora definido como crime qual porte de qualqur outra droga--exceto cigarros e produtos tagabistas. Proibir TUDO seria extremismo. A Alemanha ainda defendia o título de maior e melhor produtora de produtos farmacêuticos de altíssima qualidade. Tratava-se, afinal, de uma das maiores indústrias do país. Pensando bem... qual foi a última vez que vc leu esse fato em discussão de economia política, crises econômicas e guerras? 

Na época, esquerda e direita descreviam as alas dos exércitos que digladiavam pelo mundo afora, mas os adjetivos ganhavam nova conotação como eufemismos políticos. Nos EUA, o partido republicano proibicionista, fingindo não querer uma ditadura religiosa, ganhava apelido de "direita" como os governos religiosos da Itália e da Espanha. Neste o Franco se designava el caudillo de Dios, e naquele o Mussolini fazia tratados com o Vaticano estabelecendo catequismo católico nas escolas do governo. Sobrou "esquerda" para a União Soviética, apresentada em filmes como Um Homem com Uma Câmera do Dziga Vertov. Esta pululava com bares e botecos, direitos individuais para mulheres, e uso de estimulantes e estupifacientes que as "democracias" só legalizavam se fosse café, gin ou cigarro. Quando os comunistas em 1918 esquartejaram o Tsar, largaram a guerra e repudiaram as dívidas bélicas da monarquia cristã, os mercantilistas formadores de cartéis ficaram horrorizados.   

O horror aumentou quando, passadas duas décadas, o direitista Hitler e o esquerdista Stalin acertaram pacto para invadir e dividir a Polônia. Alguns queriam saber o quê, exatamente, seriam essas posições das duas variantes comuno-fascistas de ditadura socialista. Isso a Ayn Rand respondeu em ensaios publicados que hoje aparecem em retalhos no seu Léxico.(link) Disse a filósofa objetivista: 

"Em função da scisma entre corpo e alma da pessoa humana, surgiram duas correntes de apregoadores da Moralidade da Morte: a dos místicos mesmerizantes e a dos evangelistas da clava forte. São eles os mesmos que popularmente são denominados religiosos e materialistas, ou seja, aqueles cismados com a consciência divorciada da existência e estes cismados na existência sem nada a ver com a consciência humana. Ambas hostes contrárias cobram a entrega da sua mente--uma às crendices reveladas deles mesmos, e a outra aos impulsos por eles mesmos sentidos. Deixando de lado a veemência com a qual ambas se posicionam como atletas de princípios irreconciliáveis, seus códigos morais são idênticos, e bem assim aquilo que procuram atingir: na esfera materialista, a escravização do corpo humano; no ideário mesmerizante, o desmonte da sua faculdade mental.

"O bem, dizem os místicos mesmerizantes, é Deus, ser esse cuja única definição é de que se trata de algo que a vossa mente não consegue conceber--especifição que rescinde a consciência humana e anula os conceitos da existência. O bem, dizem os evangelistas da clava forte, é a Sociedade--coisa que descrevem como organismo informe, entidade sobrepujante incorporado em nenhuma pessoa em particular, e sim em todos de forma geral, exceto você. A mente humana, segundo os mesmerizantes, subordinar-se-á à vontade de Deus. A mente, segundo os atletas da clava forte, subordinar-se-á à vontade da coletividade. O padrão de valor ético dos mesmerizantes, é o bel-prazer do Senhor, cujos critérios fogem da compreensão humana, devendo por obrigatoriedade ser aceitos com base na fé. O critério de valor da pessoa, proclamam os fiéis da clava forte, é o bel-prazer da sociedade, cujas justificativas estão isentadas, acima de eventual julgamento por pessoa física, a quem cabe o dever de obedecê-las como diretriz absoluta. O propósito da vida humana, ambos concordam, é virar zumbi abjeto que obedece um propósito que desconhece, por motivos inquestionáveis. Sua recompensa, prometem os mesmerizantes, virá depois de morto. Sua recompensa, garantem os atletas da clava forte, virá aqui na Terra--aos seus bisnetos. --Ayn Rand.

Ambas correntes saqueadoras omitem o valor das duas variantes da liberdade

 e fingem que é possível coagir sem a ameaça da força letal--que aplicam para dar o recado. Tanto os socialistas laicos como os socialistas religiosos arremedam o totalitarismo da esquerdireita.

Recordo dessa explicação da esquerdireita como farinha do mesmo saco furado cada vez que um nazifascista religioso me vem arrotar que "a esquerda" é mandatária do Capeta de asas, ou o bafo de algum comunista me transmitir que "a direita" planeja novo golpe atroz. Hitler e Stalin, direita e esquerda personificadas e com programas publicados, se revelaram sem exagero ou equívoco ambos ditadores altruístas totalitários. E se a lógica e a matemática nos ensinam alguma coisa, é que se duas coisas são idênticas a uma terceira coisa, é porque são iguais uma da outra! 

Saiba o que é o partido libertário, a alavanca que desde 1972 aumenta a liberdade humana pelos métodos da democracia. (link) Multiplique a eficácia do seu voto para fazer florecer a liberdade. 

Leitura: um concorrente meu publicou Was Nazism the product of capitalism in crisis? Esse livro papagaia as mesmas bobagens esquerdireitistas de sempre. Nada diz sobre o fanatismo proibicionista da China e dos EUA ou o programa desses de esticar o repressionismo até policiar o planeta inteiro--seja usando a Haia ou a Liga das Nações como mão-de-gato para tal finalidade. A série de crises convergendo sempre em colapso econômico e guerra é apontada como que fenômenos naturais, independentes das maquinações que instruíram as forças letais e coercitivas de quase todos os governos desse mundo no sentido de esmagar o livre arbítrio e estabelecer a repressão coletivizada. 

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Cercando a Alemanha, março de 1931

 

O Supremo dos EUA em 1931 servia de capacho para o governo repressionista do Herbert Hoover--engenheiro que morou na China e desde então fez o possível para ajudar aquele império a exportar leis violentas. Pela enésima vez o Supremo decretou que a emenda da lei seca era a parte importante da constituição. A sentença é o martelo, e o tampão agora tapa a esperança de se revogar essa lei violenta.

Em março de 1931, juízes republicanos tornaram a insistir que a cerveja seria crime, pouco importando se dezenas de milhares seriam roubados, presos e/ou baleados para atingir esse nobre ideal. Os presidiários agora empatavam as populações de três estados da União. O que dizer, então, das esperanças alemãs de manter a codeína e a cocaína desregulamentadas para poderem pagar as reparações de guerra com os lucros da exportação? O recorte abaixo, de quando um centavo americano valia seis e um quarto MILHÕES de marcos de papel, explica como as outras drogas prosperaram quando a cerveja foi proibida.

“É evidente que a geração de sentimento mundial contra a droga é a tremenda tarefa na qual o nosso governo se empenhou.(link)” Dali a 8 meses submarinos de contrabando foram fotografados no rio Hudson.(link) O mesmo jornal de Norwalk conta na p.4 que frequentadores de boteco de Connecticut apedrejaram agentes antidroga.

Na 1ª semana de fevereiro, o Comitê Consultivo do Ópio da Liga das Nações encerrou suas 44 reuniões. Apenas duas delas foram secretas. Até hoje, a Liga não é muito aberta sobre os detalhes pautados. No entanto, as sessões de 1930, amplamente documentadas, detalham todos os planos para piorar uma crise de mercado global existente, com reação em cadeia de pânicos bancários de efeito dominó e colapso de liquidez de sistemas bancários de reserva fracionária. Tudo isso foi graças à legislação existente que proibia cerveja, vinho, bebidas alcoólicas, opiáceos, enteógenos, estimulantes e até complicando os analgésicos hospitalares, aumentando de forma geral os preços de venda em 400%. Realizavam-se planos para voltar a exportar o fanatismo chinês e perturbar as economias da Europa Central a ponto de garantir uma segunda Guerra Mundial. O mesmo processo que tornou a Primeira Guerra Mundial inevitável a partir de 1912, seria implementado em 1931, agora agravado por conflitos jurídicos, concorrentes aproveitadores e planos para sufocar TODA a concorrência da Alemanha e arredores.

Em 01MAR1931, o Chicago Tribune relatava plena guerra civil no Peru, com quatro mortos na primeira batalha. A Alemanha era cliente importante para esse país andino, cujo mercado fora tomado por enormes plantações de coca nas colônias holandesas de Java e Sumatra. Os holandeses substituiram o plantio de entorpecentes viciantes com arbustos de coca a partir da década de 1890--isso como medida de reforma cristã. Nos EUA, depois que o álcool foi proibido na Geórgia, uma empresa de vinho de coca mudou os produtos, adicionando uma pitada de pó a um refrigerante nada alcoólico chamado Coca-Cola. Os proibicionistas que promulgaram a repressão do vinho agora queriam que a lei desse batida nesse refrigerante substituto. A ilha de Formosa, atualmente Taiwan, virou colônia japonêsa com plantações de ambos os tipos de culturas comerciais. Regular a vida alheia no entanto se transformou em uma caça às bruxas por proibicionistas americanos que buscavam novas coisas para reprimir. Cruzadas anteriores para prender peão por cigarros ou beisebol aos domingos não entusiasmaram os eleitores

O governo Hoover pressionou a Liga das Nações para copiarem como a Haia as proibições americanas de coca, resultando a desordem no Peru. O cartel de ópio indiano da Grã-Bretanha e a Receita Federal egípcia queriam que a cannabis fosse proibida por ser barata e não gerar dependência. Já a cocaína, cara e estrangeira, causaria, temiam, um desequilíbrio comercial tal como arruinou a China durante as Guerras do Ópio. O sal os britânicos apreciavam como habituante o suficiente para fazer dele um monopólio de receita governamental na Índia e em muitas colônias africanas. Seus agentes da receita prendiam com afã Gandhi e comerciantes árabes por coletar e transportar sal natural!

As manchetes de março berravam denúncias dos oficiais do "Banco dos Estados Unidos", chefiada por russos. A Rússia Soviética não era vista com bons lhos por excesso de liberalidade com bebida e drogas. O filme de 1929 de Dziga Vertov, Um Homem com Uma Câmera, mostrava garçonetes soviéticas destampando espumantes garrafas de cerveja, um passageiro cheirando um enorme papelote em plena estação de trem e flashes de bandejas de que só poderiam ser entorpecentes (isso na versão original). Americanos com preparo técnico, desiludidos com o zelo religioso travestido de capitalismo, entraram numa onda de emigração para a União Soviética. Pode uma coisa dessas?! 

Russos nova-iorquinos dominavam o "Banco dos Estados Unidos" que Milton Friedman imaginou ter falido por causa da discriminação antijudaica. O BUS primava por atender a grandes réus traficantes, apenados, juízes comprados e testemunhas-presunto como depositantes e tomadores de empréstimos. Sua quebra ocorreu quando agentes federais vigiavam meia tonelada de morfina no cais nas proximidades do transatlântico francês Alesia. Friedman e Schwartz deviam ter considerado o confisco da carga, e não apenas as  armações do ku-klux klã. De fato, um artigo do NY Times de 7 de janeiro comparou a Lei Seca e a intolerância soviética como praticamente a mesma coisa. Uma série de março no jornal de Berkeley descreveu sombriamente a ditadura bolchevique. Enquanto isso, agentes do tesouro prendiam cidadãos russos por falsificação, no meio de uma onda de falências bancárias. A cobertura diária de notícias popularizou o julgamento por fraude bancária do BUS e as acusações fiscais contra membros do grupo Capone. As preocupações alemãs aumentavam ao passo que esses artigos apareciam na mesma página.

Para a alegria do comissário antidroga Harry Anslinger, o presidente Hoover, em 02 de março enviou ao Congresso uma Estimativa Complementar de alocação de verba de USD 35.000 em ouro para financiar a participação dos EUA na Conferência da Liga das Nações sobre Limitação da Fabricação de Drogas e Entorpecentes. O ex-presidente do Reichsbank, Schacht, exigiu no dia seguinte a revisão de todas as dívidas de guerra e a restituição das antigas colônias da Alemanha na África.(link) Os jornais de Chicago de 7 e 8 de março relataram que os europeus deviam 29 bilhões de dólares aos EUA--juntando-se isso ao prejuízo de outros 4 bilhões por tentar impor as leis repressionistas. A Rússia, irritada, ameaçou boicotar todos os produtos made in USA. Os enviados de Hoover à convenção antidroga de Genebra, marcada para 27 de maio de 1931, seriam Harry Anslinger e John Caldwell, do Federal Bureau of Narcotics, esse um eugenista encarregado das “fazendas” reconcentrando apenados por contravenções com entorpecentes, e mais um burocrata antidrogas.

Os jornais de repente jorraram pela primeira vez tendenciosa propaganda de "conscientização" anti-cannabis. Henry Ford, Thomas Edison e Harvey Firestone garantiram aos leitores que "a lei seca é uma coisa boa" e que "a suposta depressão é o resultado da desonestidade". Os socialistas nacionais e internacionais alemães começaram a balear os companheros enquanto apenados ateavam fogo a uma prisão lotada de Illinois. Um pequeno artigo na mesma edição revelou novas pesquisas sobre o gás mostarda.(link) 

Como clarim de alvorada para americanos e alemães, o Dr. Nicholas Murray Butler da Universidade de Columbia disse na Califórnia que as leis secas geraram uma indústria de USD 4 bilhões livre de impostos e sugeriu a revogação. Muitos americanos refletiram que foram evangelistas não tributados que deram início a esse proibicionismo. Os alemães por sua vez recordaram de o Supremo americano ter decretado a cobrança de IR nos lucros ilegais. Isso, em maio de 1927, esfriou de sopetão a maioria dos mercados de valores mobiliários europeus.(link) Com o recente tratado de extradição por drogas agora em vigor, os magnatas farmacêuticos alemães nos EUA não escapariam da cobrança das leis proibicionistas mesmo retornando à Europa.

Já um terço de todos os suicídas na Europa eram alemães. Logo, para aumentar a pressão, um filme bilíngue de propaganda em alemão e inglês, "The Seas Beneath" foi lançado a título de nostalgia da Primeira Guerra Mundial. Nele, uma escuna Q-boat, munida de canhão disfarçado, reboca um submarino americano para atrair e emboscar um submarino alemão.(link) Mais de 95% de todo o álcool consumido na América era, em 1929, feito de glicose de açúcar de milho nacional. Desde 1924 os jornalistas já sabiam que estimulantes e entorpecentes eram entregues aos navios da Rum Row para complementar aqueles 5% restantes de fatia de mercado de bebidas alcoólicas. Afinal, um submarino alemão trouxe drogas para os EUA neutros em 1916, furando bloqueios de guerra. Havia centenas de submarinos europeus em funcionamento e capazes de entregar drogas adicionais aos navios da Rum Row, mesmo estando o rio Hudson agora fora dos limites por causa daquelas fotos do mesmo ano.(link) Título no jornal: ALIENS AND DRUGS COME FROM RUM ROW.

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Leitura relevante: CONVENÇÃO PARA LIMITAR A FABRICAÇÃO E REGULAR A DISTRIBUIÇÃO DE DROGAS NARCÓTICAS, DE 13 DE JULHO DE 1931. Genebra, outubro de 1937. Comprei de um vendedor na Holanda faz uns 15 anos. Consta um detalhamento, parágrafo por parágrafo, dessa internacionalização da Lei de Harrison que os EUA, a China e a Liga das Nações suaram para impor à Alemanha e ao Japão. Andrew Jackson teria brincado: “Bem, conseguiram lá a sua convenção; vejamos agora como irão cobrá-la”. A contracapa identifica como revendedora no Brasil a "Livraria Allemã" Frederico Will, rua da Alfândega 69, no Rio de Janeiro.

INTERNATIONAL NARCOTICS CONTROL, de L.E.S. Eisenlohr, é uma análise “informativa” da história e dos antecedentes da era Reagan no intúito de resgatar a legislação de Comstock e represionista após a ratificação da 21ª emenda e chegada do voto libertário. Ambos esses livros ignoram completamente a possibilidade de que as leis que confiscam bancos, armazéns, navios, imóveis, casas e outros ativos possam afetar de forma alguma os mercados de valores mobiliários, o sistema bancário de reservas fracionárias e a estabilidade monetária--sem falar em causar guerras mundiais!

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Instruções em português para preencher o formulário de asilo i589, um dólar no formato Kindle que você lê no celular (link) Nos EUA procure Portugueseinterpreter.com em Austin, com colaboradores em outros estados.

 Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 1930? Leia.

Para melhorar o seu inglês, nada como a minha polêmica tradução de O Presidente Negro (O Choque das Raças) de Monteiro Lobato: America's Black President 2228. Na Amazon (link)

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