quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Tempestade ameaça a Alemanha, 1931

 September 12, 2025

 

Os jornais e políticos americanos fizeram da Moratória uma âncora para desviar a atenção da convenção de limitação da cocaína, maconha, haxixe, folhas de coca e novos opiáceos. Poucos suspeitavam que os EUA produziam mais cocaína do que seu rival comercial, a Alemanha.

As manchetes dos jornais de 3 de julho de 1931 pintaram um quadro sombrio da Alemanha.(link) Um terço da força de trabalho estava desempregada, e confrontos entre a polícia, comunistas e agitadores nacional-socialistas estavam ocorrendo em todos os lugares.(linkA França colocava impecilhos, grandes bancos faliam e as autoridades alemãs novamente imploravam por uma moratória no pagamento de empréstimos e reparações--como fizeram em março de 1922. Naquela época, tramitava a Lei Jones-Miller, que proibiria toda a importação de heroína para os Estados Unidos. Órgãos governamentais e hospitais dos veteranos de guerra já pararam de comprar o analgésico, do qual a Alemanha era o principal produtor. No ano seguinte, a hiperinflação destruiu completamente a economia alemã.(link) Mas a situação em 1931 parecia ainda pior. 

As manchetes de julho falavam dos processos judiciais contra o sindicato do contrabando de Atlantic Highlands, dos julgamentos de funcionários russos do falido Banco dos Estados Unidos/BUS, dos julgamentos de Al Capone por evasão fiscal—graças à decisão de 1927 no caso U.S. v. Sullivan, que responsabilizava os contrabandistas pelos impostos sobre lucros ilegais—e da transferência das esquadrilhas aéreas do Departamento de Guerra, que desfilavam sobre as grandes cidades para agora patrulhar o Golfo do México. Em maio de 1931, os agentes antidrogas do governo Hoover andavam confiantes de que a Alemanha assinaria qualquer “acordo” de limitação de drogas que lhes fosse apresentado. Os artigos de jornal se entrelaçavam. O banco BUS faliu depois de agentes confiscarem meia tonelada de morfina do navio Alesia, e o julgamento de Atlantic Highlands envolvia drogas contrabandeadas, além das bebidas alcoólicas. Todos esses processos acarretavam responsabilidade fiscal. Os agentes podiam baixar multas e confisco de bens por contrabando de narcóticos, graças à Lei Tarifária de 1930. Também a partir de 1930, alemães podiam ser extraditados para os Estados Unidos por incorrerem nas leis antidrogas. Nenhuma dessas novidades constam dos livros ou artigos que “explicariam” as corridas bancárias, quebras, desemprego e recessão. No entanto, toda essa cobrança judicial acuava a vultosa carga de drogas e lã apreendida a bordo do navio Milwaukee, da linha Hamburg-American, na terceira semana de abril. Herbert Hoover e Harry Anslinger imaginavam que teriam os alemães em cheque-mate.

Herbert Hoover tinha três bilhões de dólares em jogo, segundo os jornais.(link) Os apoiadores alertaram que a França sofreria se a Moratória do Hoover fracassasse; os céticos alertaram que a Alemanha nunca pagaria mais um pfennig em reparações ou empréstimos se ela fosse aprovada.(link) Em 3 de julho, o Reichsbank havia esgotado todo o crédito recém-obtido de US$ 100.800.000. Não é de se admirar. A falência da Nordwolle estava custando 200 milhões de marcos alemães, quase quatro vezes a estimativa anterior, e o maior banco estatal alemão — o Landesbank der Rheinprovinz — estava, assim como o banco austríaco Danat Bank, se tornando insolvente.(link) A violência estava se espalhando por toda a Europa, América do Norte e América Latina(link); nem mesmo os policiais estavam seguros na Alemanha(link), com um terço dos trabalhadores industriais desempregados.(link)

A Alemanha acenava com inadimplência nos empréstimos e reparações se a moratória não lhes desse satisfação. A Itália fizera o mesmo em junho. No sábado, 4 de julho, o presidente do Reichsbank, Luther, alertou o chanceler alemão que, nesse ritmo, não haveria dinheiro suficiente para pagar a parcela das reparações que vencia em 15 de julho. Os políticos e jornais americanos cortaram toda menção do proibicionismo das drogas e suavam burilando a Moratória dos Cérebros de forma a parecer a panaceia da restauração da confiança. Maus tempos aqueles, e a situação piorava a cada dia.

A RCA passou a usar baterias NiCAD baratas e nada substituíveis nos seus tocadores de mp3. Usei extensão USB curta para conectar o tocador a uma bateria recarregável de celular. Tão logo o carregamento estabilizar, dá para ligar o tocador durante várias horas.

Boa leitura e som: A Autobiografia de Calvin Coolidge.(link) Li anos atrás e fiquei encantado quando um colega blogueiro nos indicou esta elegante gravação da Librivox. O livro é curto e o estilo de escrita do Cal é claro e simples. Com formação de banqueiro, Coolidge tinha uma perspectiva incomumente clara sobre como as leis proibicionistas prejudicavam as economias dos Estados Unidos e do mundo, levando-nos a corrias bancárias, crises e à guerras. A versão em mp3 é dividida em arquivos por capítulo, fáceis de curtir com qualquer reprodutor de mp3 barato.

A foto mostra aparelhos RCA capazes de reproduzir arquivos de audiolivros que duram horas, conectados a baterias recarregáveis feitas para celulares. As baterias baratas do aparelho não são substituíveis, mas a solução aumenta a capacidade da bateria para que o aparelho possa funcionar por muitas horas sem pausa e, no dia seguinte, retomar a reprodução exatamente de onde você parou. A Philips e a RCA fabricaram aparelhos bons que permitiam trocar as baterias recarregáveis no meio de um livro sem perder o lugar. Nenhum dos vários modelos chineses que testei oferece tal recurso, e ninguém parece estar fabricando aparelhos que não percam o ponto em que você parou,  pra não falar em trocar a bateria. O improviso é desajeitado e feio, mas funciona.


Instruções em português para preencher o formulário de asilo i589, um dólar no formato Kindle que você lê no celular (link



 Quer saber a causa do Crash de 1929 e da Depressão da década de 1930? Leia.

ALeiSeca0619

Para melhorar o seu inglês, nada como a minha polêmica tradução de O Presidente Negro (O Choque das Raças) de Monteiro Lobato: America's Black President 2228. Na Amazon (link)

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