A Grande Guerra que teve início formal em agosto de 1914 teria sido causado por um anarquista coletivista baleando um figurão penachudo? Afinal, TODOS dizem que um só comunista bastou para deflagrar uma hecatombe de cerca de 20 milhões de mortos. NINGUÉM a não ser este servo que vos fala acredita que considerações econômicas vieram ao caso. Vale a pena examinar esse "consenso" à luz dos fatos e tratados da época. (link)
Houve crise econômica nos EUA começando em 1837, quando o Império Celeste, preocupado com o enorme volume de ópio indiano que os ingleses importavam convidou os traficantes a se valerem da retirada voluntária. Estes, incomodados de serem o foco de escrutínio aguçado onde antes havia vista grossa, alertaram políticos e meganhas da monarquia. Títulos e debêntures municipais dos EUA e afins foram liquidados para armar as frotas da Inglaterra e sua colônia indiana.
Os chineses foram bombardeados, o imperador corrido a canhonaços e o império infectado (por americanos em Hong Kong) com superstição mística européia que se alastrou como um incêndio florestal, assassinando em nome de Cristo os imperiais que davam o troco em nome da dinastia imperial. Não se sabe quantos morreram na hecatombe, mas as estimativas giram em torno de 20 milhões--quase a população dos EUA na época. Ali também disputavam uma guerra civil, movida por sobretaxas alfandegárias, só que com "apenas" 600 mil mortos.
Para evitar a destruição da China bastaria o Imperador não interferir com os que queriam cultivar um canteirinho de papoulas (ou quiçá substituto menos nocivo) para uso medicinal e lúdico. Mas continuaram a proibição local que resultava na evasão de divisas e deixou o país arruinado e a mercê da interferência estrangeira. Mesmo após a revolução de 1911 os ingleses cobravam "tratados desiguais" que os chineses driblavam para excluir o produto indiano, persa e da Cochin-china francesa, o atual Vietnã. (link)
Deste tratado bilíngue, pois Macau, onde repousava o túmulo de Camões na época, era colônia portuguesa, Portugal aprendeu lições históricas e com tempo descriminalizou a escolha de plantas lúdicas e medicinais. O resto da Europa fascista e socialista talvez necessite de outros vinte milhões em baixas de guerra para completar a lição. Afinal, os americanos passaram por aquela crise de 1837-42, outra em 1873 quando impuseram censura, proibicionismo e interferência com o controle de natalidade no monopólio postal, as de 1929, 2008, 2010 e 2015 e até hoje fabricam mentiras para tapar a repressão proibicionista que realmente ocorreu.
Esse monopólio postal, vale observar, é artificial, pois a Constituição americana só prevê o serviço, e não um polvo a estrangular eventual concorrência. A pavorosa crise de 1893, quando alguns comunistas foram eleitos ao congresso e a lei anti-chinesa, que tornava a incomodar os orientais, também teve um forte componente proibicionista.
As crises de 1903 e 1907 resultaram em grande parte de boicotes de produtos americanos enviados pelos correios governamentais e comércio à China--heroína para curar o alcoolismo, xarope de morfina para acalmar bebês... esse tipo de coisa. E em 1909 os progressistas--leia-se bedelhos--T. Roosevelt (herdeiro de fortuna de ópio) e successor Howard Taft puseram em movimento a convenção da Haia para dar um basta na exploração que drogava os primitivos e enriquecia as metrópoles. Bonitas essas intenções.
Dali veio a Grande Guerra, na esteira da qual o tráfico resumiu, aproveitando da lei seca americana para entupir o país de morfina alemã. Para livrar o país da lei seca do fanatismo místico--fanatismo semelhante ao que os próprios americanos infiltraram na China na época das guerras do ópio--a economia inteira ruiu.
Quando você espiar um anúncio de Black Friday, saiba que o colapso original veio durante batalhas na China e na guerra na Crimeia. A Black Friday badalada nessas liquidações de bancarrota de 1929 foi novo resultado do fanatismo ignorante coagindo à mão armada as preferências lúdicas do povo em nome do misticismo crédulo fortalecido pela ciência fake em nome da coação altruísta "pelo próprio bem" das suas vítimas. Saiba mais; compre e baixe o livro.
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