domingo, 15 de janeiro de 2017

Traduções para imigração

No Brasil o governo só toma conhecimento de tradução juramentada que passa pela mão de "Tradutor Público e Intérprete Comercial" diplomado/a pela junta comercial. Mesmo assim há complicações. Antes da adesão ao acordo de apostilas da Haia o documento era quase sempre legalizado em consulado brasileiro antes de ser enviado para o Brasil. Hoje, com as apostilas em vigor, sobre confusão sobre como preparar documento lá fora para colocar na mão de tradutor juramentado no Brasil. 

Mas nos EUA também há complicações.  A expressão "certified translation" tem diversos sentidos. A da US Customs & Immigration Service é assim: 

(a) Document Translations .


All documents submitted in support of an application or petition must include complete translation into English. In addition, there must be a certification from the translator indicating that the translation is complete and accurate and attesting to his or her competence as a translator. See 8 CFR 103.2(b)(3) .

(a) Traduções de documentos .


Os documentos protocolados em apoio a um pedido ou uma petição devem obrigatoriamente incluir a tradução do inteiro teor em inglês. Deve ainda constar uma declaração pelo tradutor indicando que a tradução é fiel e nada omite e ainda e declarando que possui competência como tradutor. Vide 8 CFR 103.2(b)(3) .

Não diz que o tradutor é concursado ou passou em prova de associação de classe ou junta comercial. Desde que a coisa esteja bem feita, pode ser aceita--mas também pode ser recusada por juiz ou burocrata. Os juízes e burocratas da Migra não são bobos. Já presenciei a rejeição de diversos documentos nos tribunais da imigração por que o juiz achou a tradução malfeita. Certified translator é outra coisa. 

Muitos tradutores pagam taxa de adesão e colocam no papel que são membros ou "membros votantes" de tal-e-tal associação. Isso significa apenas que a associação aceitou o seu dinheiro. A Associação Americana de Tradutores-ATA oferece provas de credenciamento. Entre os membros que dizem que sabem traduzir de ou para português apenas um em cada 7 passou em uma das duas provas. Apenas um em cada 100 passou nos dois sentidos: de português para inglês e de inglês para português. 

Dificilmente uma agência consegue contratar desses tradutores credenciados e revender o seu produto como atravessador. Mas no cadastro on-line da ATA você pode fazer uma pesquisa avançada e gerar uma lista só dos credenciados de português para inglês para melhor se defender na burocracia do governo. A Abrates.org também gera listas de tradutores, identificando os credenciados para cada sentido. É sempre mais em conta lidar diretamente com o tradutor, pois inexiste "certification" para agências. Muitas colocam frases enganosas como "USCIS Certification", mas isso é do portador de visto. Existe USCIS accreditation mediante qual uma pessoa jurídica pode ser credenciada para licitar perante o órgão. Não confunda as expressões.
--tradutoramericano.com

Um comentário:

  1. O Canadá é mais rígido que os EUA. Para Pt > En exigem que o tradutor seja TPIC no Brasil (portanto juramentado no sentido do inglês como linha de chegada) e filiado a Abrates (filiado apenas, não credenciado por exame ─ o que achei curioso).

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